Recentemente um homem de 29 anos, em busca de alguma orientação, escreveu para a secção de cartas de amor do
Boston Globe. Segundo a Susan Walsh, normalmente a Meredith Goldstein (
na foto), autora da coluna, dá bons conselhos mas isso não se verificou neste caso.
Eis aqui a carta que o homem lhe mandou:
Há cerca de um ano atrás um amigo apresentou-me uma das amigas da sua mulher e nós dê-mo-nos bem desde o início. Eu agora tenho 29 anos e ela tem 26.Nós namoramos e as coisas estavam a correr tão bem que chegámos ao ponto onde estávamos extremamente felizes e considerando a hipótese de vivermos juntos. . . . Essencialmente , era uma relação normal, saudável, feliz e baseada no respeito mútuo.
Há algumas semanas atrás, no entanto, ela largou uma bomba.
Ela disse-me que quando estava na faculdade, ela havia sido muito casual nos relacionamentos. Quando lhe perguntei o que é que isso significava, ela disse que ela tinha dormido com cerca de 35 homens [!!!].
Quando soube disto, senti-me de rastos.
Sempre assumi que ela havia tido um típico passado de namoro e que ela era uma rapariga distinta.
Ela garantiu-me que havia mudado depois da faculdade, mas eu ainda não sei como processar esta informação.
Agora a parte que envia tremores a todas as mulheres com um passado sexual "
frutífero":
Tenho a certeza absoluta que se soubesse disto desde o princípio, nunca lhe daria uma hipótese. Não é preciso dizer isto, mas estou "estranhado". Até há duas semanas atrás, esta era a mulher com quem eu me via casado. Ela tem sido incrível para mim, mas agora nem sei com quem namoro. Eu gostaria muito de colocar estas coisas para trás, e voltar a sentir o que sentia mas não sei se isso é possível. Tenho receio de que se terminar este relacionamento devido a esta questão, este pode ser o maior erro da minha vida.
Ela faz-me feliz e é provavelmente o melhor relacionamento da minha vida, mas eu olho para ela como mercadoria estragada.
Tento racionalizar o porquê do seu número de parceiros sexuais não ser um número assim tão fora do comum, mas volto sempre ao mundo real e lembro-me que não conheço uma única mulher solteira que fez algo remotamente parecido durante os anos de faculdade.
Isto é tudo novo para mim.
Em Conflito.
Reparem agora na resposta horrorizada e quase histérica da colunista Meredith Goldstein. Os meus comentários pelo meio:
Caro "Em Conflito:Você disse "Tenho a certeza absoluta que se soubesse disto desde o princípio, nunca lhe daria uma hipótese". Não está contente por não ter sabido?
?!! A Meredith está mesmo a dizer que seria "bom" que o "Em Conflito" (EC) não soubesse que a sua namorada havia sido uma vadia durante os anos de faculdade? Isso provavelmente seria bom para ela (não ter contado nada) mas não para ele.
Se ele viesse a saber estas coisas depois do casamento, o que ele sente agora sentiria na altura - com uma óbvia e séria distinção: uma vez casado, em caso de divórcio e a existência de filhos, ele teria que suportar as crianças e a mentirosa da mãe.
A Meredith tem que compreender uma coisa: os homens não gostam de mulheres promiscuas quando se fala em casamento ou relacionamentos longos e sérios. Os homens podem gostar desse tipo de mulheres para encontros sexuais fugazes mas elas estão na base da lista quando de relacionamentos estáveis se fala.
Continuando com a Meredith:
Se você tivesse rejeitado a sua namorada com base no seu número de parceiros sexuais, você não teria um relacionamento espectacular e feliz.
Esta burra feminista não entende que já não se está a falar de namoro mas de casamento e/ou coabitação. O homem está a olhar para a namorada como futura péssima esposa e não como péssima namorada. O homem (EC) não sabe se ela será uma má esposa ou não, mas sabe que uma mulher que teve 35 parceiros sexuais diferentes em menos de 5 anos não é (emocionalmente ) uma pessoa que inspire confiança.
Qual é o número de parceiros que teriam sido ajustados? 5? 20 ? 34? Onde é que você faz a divisão a partir da qual é legítimo qualificar a mulher de "mercadoria estragada"?
Pergunta ridícula. O homem não disse que sabia qual era o "número ajustado"; ele apenas disse que 35 parceiros sexuais em 4/5 anos não inspira confiança. Convém ressalvar que isto só leva em conta os anos da faculdade. Quantos parceiros ela teve
antes de entrar na faculdade? Quantos teve
depois da faculdade?
Para além disso temos o óbvio caso das mulheres mentirem sempre em relação ao seu passado sexual.
Como diz este site, "Se nós [as mulheres] dizemos 5, então isso quer dizer 20. Se nós dizemos 2, então queremos dizer 8, e se nós dizemos que tu és o primeiro, então isso quer dizer que já nem nos lembramos dos nomes dos nossos parceiros sexuais".
Portanto, o EC tem todos os motivos do mundo para rejeitar a "ex"-promiscua.
A Meredith diz ainda:
A sua namorada conhece-se bem. Ela divertiu-se na faculdade, cresceu e agora quer um verdadeiro parceiro. Ela escolheu-o a si, confiou em si o suficiente para revelar o seu passado [sórdido] e agora ela está a ser chamada de "mercadoria estragada".
Que linda história (será que oiço violinos?).
Então ela esfregou-se com cerca de 10 parceiros sexuais diferentes todos os anos (durante 4/5 anos), mas agora (sim, AGORA) é que ele se "conhece bem" e "cresceu" e....e... e... escolheu o EC.
Reparem como a colunista quer tornar o EC em alguém "especial" ao dizer "ela escolheu-o a si". Isto parece indicar que os 35 parceiros sexuais eram algum tipo de "preparação" até a chegada do "tal". Claro que no mundo real as coisas não funcionam assim.
Que interessa ao EC que ela o tenha escolhido? Se uma prostituta o escolher, deve ele sentir-se "especial"?
Se ela se conhece bem, porque é que foi rodada por 35 homens diferentes em menos de 5 anos? Aliás, como é que de "ela teve 35 parceiros sexuais" se deduz "ela conhece-se bem"? Que tipo de "conhecimento" é esse que aumenta à medida que se vai tendo mais e mais parceiros sexuais? Pior, de que forma é que esse "conhecimento" pode ajudar o EC a rejeitar os seus naturais temores em relação à vadiagem da sua mais do que provável ex-namorada?
Posso sugerir que a mulher que apenas dormiu com 3 pessoas - mas que não entende os seus motivos - pode ser mais "mercadoria estragada" e menos capaz dum relacionamento adulto?
Claro que podes, Meredith. Tu até podes dizer que se a namorada do EC tivesse dormido com 90 homens em 4 anos, ela seria um génio em relação ao auto-conhecimento. O problema é que isso é
irrelevante.
Nós não estamos a falar de "auto-conhecimento" e nem de "relacionamento adulto" mas sim de CASAMENTO. O EC não quer a sua namorada para um relacionamento adulto porque....ele já tem um relacionamento adulto com ela.
O meu ponto é: se ela não se sente "estragada" então ela não está estragada. Por favor não a qualifiques dessa forma.
Oh, coitadinha. Por favor não qualifiques de vadia uma mulher que teve 35 parceiros sexuais em 4/5 anos. Tens que levar em conta os sentimentos dela, pobrezinha.
O pós-modernismo está congelado na frase de cima: nós é que definimos a realidade.
Primeiro, os nossos sentimentos não se sobrepõem à realidade. Se eu me sentir rico será que posso reservar quartos de hotel no Algarve para passar as férias? O que ela sente ou deixa de sentir é irrelevante. A realidade é o que é.
Segundo, o problema não é o que ela sente mas o que ele sente. É ele que está assombrado com o número de parceiros sexuais da sua futura ex-namorada. Foi ele que escreveu a carta à Meredith e não ela. É com os sentimentos dele que nós nos devemos debruçar. As tentativas da Meredith de se focar no que ela sente (gesto tipicamente feminista) são formas de desviar o ponto da questão.
Nós sabemos que a namorada também está embaraçada com o seu passado porque, para além de ter escondido essa informação durante algum tempo, ela foi rápida em dizer que já não é assim. Todos nós sabemos que as pessoas são capazes de mudar os seus desejos e o seu estilo de vida, mas nesta questão, o ponto não é que ela ainda é uma vadia, mas sim que ela foi uma vadia durante (pelo menos) 4 anos.
A questão aqui é: será sensato dar o nó ou trazer para casa (coabitação) uma mulher que teve 35 parceiros sexuais em 4 anos?
Nada mudou nela. Ela é a mesma mulher por quem você se apaixonou.
Falso. Ele apaixonou-se por uma mulher
cujo passado ele desconhecia. Ele mesmo diz que se soubesse o que sabe hoje, ele teria rejeitado qualquer envolvimento sério.
Se alguma coisa, você deveria sentir-se lisonjeado. Ela experimentou uma variedade de homens e você é o homem com quem ela quer coabitar.
"Ela experimentou uma variedade de homens" é a frase problemática, mas a colunista não parece saber disso. Por mais que ela diga que a vadia namorada "escolheu-o a si", "quer viver consigo", "conhece-se bem", isso não invalida a parte que diz "ela experimentou uma variedade de homens".
As experiências dela tornaram-na na mulher que ela é hoje.
Ou seja, a sua vadiagem tornaram-na na mulher que esconde essa mesma vadiagem e é rápida a dizer que "já não é assim". A namorada não está orgulhosa do seu passado "frutífero" mas a Meredith acha que ela deveria estar.
Devido a isto, esteja grato por ela ter vivido a vida que viveu. Não estrague a relação - por si e por ela.Meredith