Por Cristina Miranda
Há coisas que eu não consigo compreender. Em Dezembro a China era
surpreendida por um surto provocado por um vírus “supostamente”
desconhecido. Soube-se imediatamente que era extremamente contagioso e
estava a provocar milhares de mortes. Que a situação ficou fora de
controle. Ora, nós não estamos na Idade Média em que as pessoas só
sabiam das pragas quando eram afectadas por elas. Estamos no século XXI
onde a informação é global e imediata. Logo, onde está a lógica de,
perante um vírus “desconhecido” altamente contagioso que “supostamente”
não se sabia inicialmente ainda do grau de mortalidade, todos os países
não terem imediatamente contido o surto fechando as fronteiras à
China, temporariamente, por prevenção?
É um facto. O comportamento dos países não segue, aparentemente,
qualquer lógica. Por muito que a propaganda televisiva tente mostrar o
contrário, não faz sentido nenhum que perante uma ameaça real
“desconhecida” que poderia afectar seriamente as economias mundiais e
respectivas populações, fiquem à espera de ver no que dá,
tranquilamente, sem stress, até aparecerem casos de alastramento do
vírus para fora da China. Desculpem, mas não faz sentido nenhum a
menos, claro, que a disseminação fosse um objectivo.
Pensem. Com os traumas do passado recente com a Gripe Espanhola em
1918, o normal nestas condições seria imediatamente isolar os países
desse perigo, certo? Como é que uma sociedade que foi capaz de
aterrar em Marte justifica tanta “incompetência”?
Fui pesquisar. Segui o rasto do vírus. Descobri que foram os países com
governos menos globalistas que tiveram uma acção mais rápida e drástica
nas medidas de contenção. E os outros? “Laissez faire, laissez passer”
foi o lema. Resultado: nos primeiros o vírus foi contido; nos segundos
alastrou exponencialmente até ficar descontrolado. Porquê esta
dualidade de comportamentos perante uma “ameaça mundial”?
Mas há mais. Na minha pesquisa encontrei informação factual que nos
obriga a reflectir: Em 2015, Bill Gates alertava para a impreparação do
Mundo para uma futura pandemia que dizia ser inevitável e desastrosa.
Em 2019, dois meses antes da epidemia se manifestar na China,
realizou-se um evento – o “Event 201” – com a ajuda do Instituto
Johns Hopkins Center for Health Security e da Fundação Bill &
Melinda Gates – que decorreu em Nova Iorque com o objectivo de testar
a preparação global de empresas e de governos para uma pandemia de
coronavírus onde participaram 15 líderes mundiais, entre os quais,
dois responsáveis oficiais chinês e norte-americano de luta contra as
epidemias. (Leia tudo aqui).
Então, com tantas certezas iminentes e
preocupações sobre um eventual surto viral “mortífero” que diziam ser
real, como se explica a inacção dos países ao verem a China
“explodir” com o vírus “desconhecido”? Mas a primeira medida básica
não é fechar imediatamente as fronteiras com esse país infectado –
precisamente por termos uma economia global – e com o actual
conhecimento científico e tecnológico, enviar peritos de todo o Mundo
para ajudar a travar o surto na origem? Mas afinal para que servem as
organizações como a OMS? Não entendo.
Mais: a Netflix lançou recentemente, ainda antes do surto, odocumentário “Pandemic”. Nele é dito que temos de estar preparados e
vigilantes porque “vai aparecer um vírus mortífero na China e vai-se
espalhar”. Assim textualmente. Enquanto isso, vão demonstrando e
reforçando a ideia de que o Mundo tem de investir biliões para ter uma
saúde global que possa tratar eficazmente estes casos de pandemia.
Mais uma: descobri que 22 dias antes de ter sido comunicado
oficialmente o surto de corona vírus, os médicos chineses e americanos
que trocavam entre si informação para conter o vírus, já estavam a ser
censurados pelas redes sociais impedindo que houvesse comunicação entre
eles, como o denuncia aqui Paulo Portas. Porquê?
Se juntarmos a isto tudo a frouxidão escandalosa e incompreensível da
UE, onde os primeiros ministros esperaram quase todos pela ordem de
Bruxelas para tomarem medidas drásticas necessárias no imediato, todos
eles alinhados no discurso, isto depois do vírus explodir na Europa e
a decisão muito tardia da OMS em declarar estado de pandemia ( a mesma
OMS que foi apanhada em esquemas de corrupção com ligações à China),
temos aqui, caso não estejamos cegos pela desinformação da propaganda
global, muita matéria para reflexão.
Mas há mais: a ausência de medo dos governantes sobre o “desconhecido
vírus” demonstra que: ou os governos são “assassinos em série” frios e
calculistas ou sabiam de antemão que a mortalidade do vírus dependia
apenas da resposta rápida e adequada dos seus SNS e era fatal apenas
nos mais vulneráveis, aqueles que as sociedades modernas dispensam
porque ficam caros aos sistemas de saúde. Pensem.
Reparem agora nos SNS, nas economias, e na sociedade a serem postos à
prova e as respostas que virão para fazer face a este colapso
internacional: reforço dos poderes estatais, mais impostos, mais
austeridade tudo à conta do covi19. Reparem também que são os países
mais endividados, com mais problemas de défices e bolhas financeiras,
que mais arrastam as medidas drásticas e consequentemente têm mais
contágio.
Ter de escolher entre quem vive e quem morre resolve o
problema do envelhecimento, dos SNS falidos. Reforça ainda a ideia
defendida por alguns poderosos da necessidade de termos um governo
global que nos proteja destas situações. É a imposição da aceitação
desta agenda através do medo convencendo as populações de que os
governos nacionais são incapazes de resolver estas questões sozinhos.
(leia aqui a diferença entre globalismo e globalização)
As respostas a estas dúvidas virão no final: quando virmos quem saiu
beneficiado; quem sai fortalecido (lembre-se que a China a cada surtode que foi alvo e desde o SARS escalou sempre e é agora a 2ª potênciaeconómica mundial; quem vai usar o covid19 para reforçar discursos
contra o capitalismo e defender Estados mais poderosos; quem vai dizer
que a UE, depois do Covid19, terá de se federar para enfrentar futuros
cenários destes. E tantas outras narrativas de controlo das liberdades
colectivas.
Lembre-se também de Pedrógão e dos fogos de Outubro: os incêndios que
diziam ser por culpa da natureza, mas foi fogo posto – em zonas onde
agora se prevê a exploração de lítio – que ficaram fora de controle,
mataram e feriram centenas de pessoas mas nem assim, com essa
catástrofe, se investiu na prevenção. Apenas foram reforçados, ainda
mais e por ajuste directo, muitos muitos mais milhões em equipamentos
de combate. Negociatas para continuar tudo na mesma. Pensem.
O meu pai contava uma anedota que era mais ou menos assim: “Certo dia o
filho de um médico reformado chegou a casa e disse: “pai, lembras-te
daquele paciente que tu tinhas há décadas e que se queixava do ouvido?
Consegui curá-lo!” Responde o pai: “Não me digas que tiraste a carraça
ao doente! Foi ela que te pagou os estudos de medicina!”.
O Mundo não quer eliminar a “carraça”. Quer alimentá-la. E nós todos somos as cobaias dessa gente. Só não vê quem não quer.
Pense nisso.
Nota: Este texto não é uma “teoria da conspiração” por isso poupe-me
desses comentários. Pretende apenas uma reflexão séria sobre os
acontecimentos olhando para todos os ângulos com todos os factos
disponíveis e não apenas os que a comunicação social do “mainstream”
quer nos mostrar. Se não tem mente aberta suficiente para vir aqui
reflectir sobre isto, não leia.
Fonte: http://bit.ly/38X6OpK
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