Por Vanessa Wong e Natalie Kitroeff
As mulheres que batalham para que haja uma presença
alargada de mulheres nos níveis mais elevados da administração empresarial enfrentam pelo menos um obstáculo: a maior parte dos funcionários não
as quer lá. Apenas 1/5 das pessoas inquiridas pela Gallup durante esta
semana preferiu uma mulher como patrão, e não um homem. Um terço
preferiu um homem como patrão, e os restantes não tinham opinião.
A pesquisa,
que recolheu respostas junto de mais de 1,032 adultos a viver nos EUA,
apurou que as mulheres eram mais susceptíveis que os homens de preferir
um homem como chefe: 39% das mulheres queriam ser lideradas por um
homem, comparados com os 26% de homens que preferiram ter um homem como
patrão. Nos 60 anos que a Gallup já leva a cabo esta pesquisa, as
mulheres nunca preferiram ter uma mulher como chefe.
A ausência de fé na liderança feminina junto de algumas mulheres
pode estar parcialmente relacionada à amplamente propagada percepção
negativa das mulheres em cargos de liderança, algo documentado em
estudos científicos e pormenorizadamente no livro de Lean In, de Sheryl Sandberg (Directora de operações da Facebook).
Uma crescente pilha de evidências sugere que as mulheres não confiam, e
podem minar, o trabalho de ouitras mulheres. Numa pesquisa levada a
cabo em 2010 junto de 142 secretárias legais, nenhuma preferiu
trabalhar para uma mulher (cerca de 47% não tinha preferência). Um post
do blogue HBR ressalva que os homens ainda dominam a industria legal, e se "tens como plano engatar o teu vagão a uma estrela em ascenção, os homens são a melhor aposta."
Uma pesquisa de 2011 apurou que 95% das mulheres sentia que havia
sido minada por parte de outra mulher pelo menos uma vez durante a sua
vida profissional. Num estudo de 2008, as mulheres que trabalhavam para
supervisoras sofriam mais stress do que aquelas que trabalhavam para
homens supervisores, reportou o Wall
Street Journal.
Um dos motivos que pode levar a que as mulheres desconfiem uma das
outras é o facto de poderem sofrer sanções por se ajudarem mutuamente.
Um estudo de Julho levado a cabo junto de centenas de mulheres executivas
apurou que as mulheres seniores que trabalham de modo a avançar as
carreiras de outras mulheres recebem avaliações mais negativas por
parte dos seus superiores.
Seria tentador assumir que a tendência irá mudar à medida que a
geração mais jovem ascende nos rankings, mas os dados da Gallup
sugerem, no entanto, que muitos que fazem parte da geração milenar
[aqueles que atingiram a idade adulta por volta do ano 2000] continuarão a preferir não ter uma mulher em cargos de liderança.
* * * * * *
As mulheres são mais susceptíveis que os homens de preferir ter um
homem como chefe (e não uma mulher). De que forma é que as feministas
tencionam resolver este "problema"?
Como sempre, o feminismo encontra-se repleto de inconsistências
internas (algo comum nas ideologias que não acreditam numa verdade
absoluta): se as próprias mulheres não querem ter mulheres como chefes,
então de que forma é que uma verdadeira feminista pode apoiar a ideia
de que deveriam existir mais mulheres chefes? Certamente que o
feminismo não pode ser uma ideologia que força as mulheres a aceitar
coisas que elas não querem.
Para as pessoas que estão mais alertas em relação à psicologia feminina, não
existe qualquer tipo de dicotomia: as mulheres estão sempre em
competição intra-sexual e como tal, dentro do ambiente de trabalho as
mulheres olham para as outras mulheres como rivais pela atenção
masculina. Para além disso, é mais difícil para uma mulher assegurar a
sua posição tendo uma mulher como chefe do que tendo um homem.
Portanto, sempre que o movimento feminista exigir a presença mais mulheres em cargos de liderança, temos que
levar em consideração que essa posição não é mantida pela maioria das
mulheres.
Fontes: Business Week e Alpha Game Plan
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