A obsessão feminista pela Barbie parece superficialmente estranha. Quer seja a sua compulsão para criar uma Barbie feminista feia, ou uma Barbie Engenheira de Computação, o que nós observamos é um foco enorme no mundo faz-de-conta por parte de mulheres adultas. Mas o feminismo é, essencialmente, uma ideologia que gira em torno do mundo da ficção, e as feministas já demonstraram uma capacidade incrível de tratar a ficção como se fosse realidade.
Historicamente, podemos ver isto a acontecer com a criação feminista/mediática de Amelia Earhart.
Depois de Charles Lindbergh ter cativado a atenção do mundo voando sozinho através do Atlântico num engenho voador que ele mesmo havia construído para o voo, as feministas quiseram mostrar que as mulheres eram igualmente capazes de fazer o mesmo. Earhart foi escolhida porque parecia perfeita para o papel e também porque ela tinha licença de voo. Mas embora ela aparentasse ser perfeita para a função, ela não era uma piloto dotada:
Mas habilidade para ser um piloto não era necessário para o que os manipuladores mediáticos de Earhart tinham em mente. Eles comissionaram dois homens para lhe voar através duma pequena parte do Atlântico num Fokker Tri Motor. Depois de Earhart ter feito a sua parte, mantendo uma boa aparência no lugar de passageira enquanto os homens pilotavam, os manipuladores mediáticos triunfalmente apelidaram-ne de “Lady Lindy”, atiraram-na para dentro duma desfile, e arranjaram-lhe um convite para a Casa Branca como forma dela se encontrar com o Presidente Calvin Coolidge.
Como o mais recente ícone feminista, Earhart escreveu posteriormente um livro e deu palestras em torno da sua experiência de voar através do Atlântico. Não poderia ser de outra forma, tal como o World History Project explica a forma como Amelia Earhart se tornou na primeira mulher a voar através do Atlântico:
Mas o mundo faz-de-conta é suficientemente bom para as feministas, o que nos traz de volta para as Barbies.
Por volta de Julho de 2013 Jessica Wakeman escreveu um artigo para o The Frisky onde ela fala das suas tentativas falhadas de brincar com uma Barbie feminista com as suas sobrinhas. Wakeman queria que fingir que a Barbie era uma oncologista pediátrica:
Mas as sobrinhas não queriam brincar com uma Barbie que era oncologista pediátrica; elas queriam que a Barbie se focasse em coisas de menina, tais como a moda, estilos de cabelo, e conhecer o homem certo. Por mais que Wakeman tentasse impor a narrativa feminista, as suas sobrinhas voltavam sempre para as áreas de foco tradicionalmente femininas:
"Eu gosto do vestido dela", respondeu [a sobrinha] Mackenzie.
O que é involuntariamente cómico em relação ao artigo de Wakemane é que dois tipos de jogo do faz-de-contas estavam a acontecer. Um jogo tinha as suas sobrinhas a imaginar irem a bailes, vestir a moda mais recente, e atrair o príncipe encantado. O outro jogo do faz-de-conta tinha Jessica Wakeman a imaginar-se como alguém na posse duma seriedade profissional enorme, e um exemplo feminista que as suas sobrinhas deveriam emular.
Ironicamente, Jessica Wakeman vive precisamente no mundo dentro do qual as suas sobrinhas queriam brincar, mas ela estava demasiado ocupada a brincar ao faz-de-conta para se aperceber. No mundo real, Wakeman é uma escritora dum site de mexericos - e não uma senadora ou uma médica. As cinco principais categorias do banner do site The Frisky são:
2. Relacionamentos
3. Celebridades.
4. Moda
5. Horóscopos
Se Wakeman tivesse brincado com a Barbie da mesma forma que ela vive a sua vida real - e não a vida do faz-de-conta - as suas sobrinhas teriam ficado contentes.
Não faz muito tempo que conheci esse blog, mas não consigo parar de lê-lo. A verdade é que muitas coisas que eu já tinha pensado a respeito, acabei encontrando por aqui. Eu tenho uma certa mania de observar o comportamento das pessoas, principalmente o feminino, e acho que por conta disso, calhou deu concordar com várias postagens. Não sei, talvez por eu tentar ter uma visão mais realista do meio em que estou inserida. Devo dizer também que achei o conteúdo daqui um tanto perturbador. Sobre o post, eu venho a concordar, pois, de uma maneira geral é algo que eu consigo enxergar na minha própria sala de aula. Eu curso o ensino superior, e percebo que algumas que escolheram cursar a faculdade para tentar ter uma carreira, pensam simplesmente que tem que estar lá, e não porque exatamente desejam estar lá. Mas a verdade também, é que temos que levar em consideração que a vida não anda muito fácil e ter um emprego melhor é garantia de uma vida melhor. O que não deixa muita escolha. Enfim, saindo do assunto, você ou vocês, não sei, do blog já pensaram em tentar colocar tags pra facilitar a leitura de postagens antigas? facilitaria muito.
ResponderEliminar"Enfim, saindo do assunto, você ou vocês, não sei, do blog já pensaram em tentar colocar tags pra facilitar a leitura de postagens antigas?"
EliminarSe não me engano, já tive isso aqui, mas tirei para facilitar o "loading" da página. De qualquer forma, no canto superior esquerdo do blogue - acima do nome do mesmo - está uma secção onde podes fazer buscas. Normalmente os tags associados aos posts são bem intuitivos, e desde logo, se por acaso estás em busca de algo específico, tenta colocar um ou mais termos que tu achas que podem estar dentro do post.
KKK.Boa!
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