quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A auto-valorização das mães a tempo inteiro

Dados oficiais recolhidos recentemente sugerem que as mães que colocam de lado as suas carreiras profissionais em prol dos filhos e da vida doméstica têm uma sentimento  de "vida mais digna" mais forte que o resto da sociedade. Dados extraídos do índex nacional de "bem estar" no Reino Unido revelam que aquelas que foram classificadas como "economicamente inactivas" (porque se encontravam a cuidar da família ou da casa) eram também as pessoas mais felizes da Grã-Bretanha.

Estes dados, publicados pelo Office for National Statistics, apurou também que por todo o Reino Unido, as pessoas têm ficado progressivamente mais felizes, menos ansiosas e mais satisfeitas com a sua vida durante o último ano. Pensa-se que esta melhoria esteja ligada à recuperação económica e à queda das taxas de desemprego - mesmo que as pessoas no geral não estejam melhores do que estavam há um ano atrás.

O ONS disse que a melhoria parecia estar ligada ao optimismo e às melhoras nas situações pessoais de cada um, embora em termos reais os rendimentos típicos dos lares sejam inferiores. Os dados mais recentes sugerem também que o período que vai dos 60 aos 70 anos seja a década dourada para a vida, com a maior proporção das pessoas a qualificar a sua felicidade pessoal no topo da escala.

Entretanto, estes dados confirmam também que a Irlanda do Norte é o local mais feliz do Reino Unido, ficando no topo da liga das tabelas nacionais tanto a nível regional como local. Quatro das cinco áreas mais felizes do Reino Unido encontram-se na província - Antrim, Fermanagh, Omagh e Dungannon - com Babergh em Suffolk a ser o único local do continente Britânico a conseguir fixar-se entre os cinco primeiros.

Como parte do programa com o apoio de David Cameron para medir o bem-estar da nação, foi perguntado às pessoas para classificar as suas vidas numa escala de 1 a 10. Foi-lhes perguntado para fazer isto em relação a quatro questões:

1) Quão satisfeitas elas estavam com a sua vida no geral.
2) Se elas sentem se o que fazem tem valor.
3) O quão felizes elas se encontravam no dia anterior.
4) O quão ansiosas elas se encontravam no dia anterior.

A avaliação média para a satisfação de vida por todo o Reino Unido foi de 7.5  (1 a 10) - mais de 0.06 pontos do que no ano passado - ao mesmo tempo que a avaliação típica pelos sentimentos de valor subiu para 7.7. As pontuações médias para o quão felizes as pessoas se sentiam no dia anterior também subiram para 7.4 ao mesmo tempo que a ansiedade do dia anterior caiu para a média de 2.9.

A ONS analisou também os dados apurados com base nas características pessoais tais como o estatuto marital, a saúde, ou a situação laboral. Quando os resultados foram analisados segundo o estatuto laboral, os pensionistas emergiram como os mais felizes no geral, com uma pontuação de 7.73 de 10, mas os estudantes e as mães caseiras [sem emprego fora de casa] ou cuidadoras, também obtiveram resultados visivelmente mais elevados que a média.

Mas quando as respostas à questão do quão "valorosa" as pessoas consideravam o que faziam na vida foram analisadas [a 2ª pergunta], as mulheres que olhavam pela casa ou pela família emergiram à frente de todos os outros grupos, obtendo em média o resultado de 8.03 de 10. Mais de 83 porcento das mães-a-tempo-inteiro classificou o seu sentido de valor como elevado ou muito elevado.

Laura Perrin, advogada que passou a ser mãe a tempo inteiro e que faz campanha a partir do grupo Mothers At Home Matter, disse que os números revelam que as políticas governamentais criadas para encorajar mais pais a trabalhar a tempo inteiro podem fazer mais mal que bem:

Isto só revela que a ideia de que todas nós estamos deprimidas e infelizes em casa, a olhar pelos nossos filhos - que é o que muitos políticos querem que se pense - está pura e simplesmente errada. Claramente, a nossa vocação tem valor, caso seja essa a escolha de cada uma. 

O grupo faz campanha por um maior reconhecimento do casamento e da família tradicional no sistema fiscal, ao mesmo tempo que alega também que os cortes fiscais para os casais levados a cabo pela Coligação que está no poder no Reino Unido, penaliza as famílias onde um dos pais deixou de trabalhar para cuidar das crianças.

David Cameron voltou-se contra o arranjo mais tradicional onde a mãe está em casa a cuidar dos seus filhos, mas os seus próprios dados revelam que não só elas estão felizes, como reconhecem o quão valorosas as suas vidas são. Não só [estas mulheres] estão fazer a sua família feliz, como estão a fazer uma contribuição para a sociedade como um todo. Eles [pessoas que são contra as mães a tempo inteiro] deveriam parar com as campanhas que são feitas contra o arranjo familiar mais tradicional.

Dawn Snape, co-autora do relatório, disse que a consistentemente elevada felicidade e satisfação de vida extraídos da classificação das pessoas da Irlanda do Norte não podem ser explicadas só em termos económicos:

Não são eles fantásticos? São um enigma para nós. O desemprego é elevado no entanto eles perturbam a tendência. Actualmente, não temos resposta para isto. Pode ser que a razão se encontre na conectividade social, a um maior sentido de comunidade, ou talvez seja devido à forma como a vida está a decorrer por lá, se a comparamos com a vida de há 15 anos. As coisas ainda não estão totalmente claras para nós, e temos que fazer mais [pesquisas], mas parece bem consistente o facto das pessoas da Irlanda do Norte classificarem o seu bem-estar duma forma bem elevada. Eles realmente têm uma perspectiva positiva.

Modificado a partir do original: http://bit.ly/1xCnkn0

* * * * * * *

O que se pode extrair deste estudo é que, contrariamente ao que nos é dito pelos actuais "mandadores sem lei", as mulheres que escolhem ficar na sua casa, a cuidar dos seus filhos e do seu marido, sabem que estão a levar a cabo uma função de importância social extrema.

Quem erradamente declara que as mulheres do passado eram "oprimidas" por "serem obrigadas" a ficar na sua casa, cuidando dos seus filhos enquanto o marido lhe pagava todas as contas, desconhece por completo a natureza da mulher, e não sabe o quanto que as mulheres valorizam estar junto dos seus filhos (em vez de estarem num escritório frio, à mercê de patrões e patroas que olham para ela como nada mais que uma peça descartável do sistema laboral).

O feminismo, ao promover o carreirismo junto das mulheres, está a plantar as sementes que germinarão numa maior infelicidade para as mulheres. Talvez seja por isso que a mulher actual tenha níveis de felicidade e de auto-valorização inferiores aos níveis das mulheres do passado - aquelas que supostamente eram "oprimidas pelo patriarcado".





1 comentário:

  1. Eu espero em Deus conseguir um trabalho em que eu possa bancar a minha mulher, enquanto ela TRABALHA (sim, trabalha) em casa. Mas no momento ataul eu não tenho condições.
    Paz e eu também SOU CONTRA a mulher trabalhar fora de casa, pois sei muito bem DE ONDE veio essa idéia "illuminada".

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