domingo, 8 de julho de 2012

Inglaterra: chamar alguém de "gordo" pode dar prisão

Chamar alguém de "gordo" ou "gorda" pode em breve ser acrescentado à lista de crimes de pensamento ódio que podem lançar uma pessoa na prisão. No entanto, e como seria previsível, surgiram já receios de que até os médicos podem ter reservas em notificar os seus pacientes de que eles estão com peso a mais.

De certa forma, estes receios justificam-se. Apesar de existirem mais de 2 milhões de crianças com peso a mais no Reino Unido, e a engordar a um ritmo duas vezes superior que o ritmo das crianças americanas, Rosi Prescott da YMCA, que aconselhou o grupo Parlamentar em torno da imagem corporal e propôs a nova lei, acredita que não existem razões para se informar as pessoas que elas estão obesas, mesmo que essa informação seja transmitida por médicos.

Prescott diz:

A sociedade deveria ser mais tolerante com os obesos . . . Se eles não se sentem obesos, e se não há complicações de saúde, qual é o problema?
O problema é que vários estudos já demonstraram que os obesos consistentemente subestimam o quão gordos são, especialmente se a maior parte dos amigos e familiares partilhar da sua massa corporal.

Para além disso, inúmeros relatórios epidemiológicos inequivocamente mostram que, aqueles que são obesos desde a mais tenra idade são mais susceptíveis de contrair doenças coronárias, diabetes do tipo dois, cancro e morrer mais cedo que aqueles com o peso mais saudável.

No entanto, pessoas como Rosi Prescott defendem que o mais importante não é o que a medicina diz, mas sim o que as pessoas subjectivamente "sentem".

Mais grave ainda é a noção de se lançar uma pessoa na prisão apenas e só por dizer que outra pessoa está gorda. O politicamente correcto aparentemente toma preeminência sobre a realidade.



5 comentários:

  1. Resolveu-se, então, o problema da obesidade na Inglaterra.

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  2. Bem, esta coisa do politicamente correcto está a ficar realmente assustadora!

    Por este andar, qualquer dia bastará dizer que não se gosta do penteado ou do vestido de uma pessoa para se ir parar à prisão!

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  3. Então se um leproso não se sentir um leproso, não se deve dizer a ele que tem lepra? É essa mesmo a lógica?
    Então se um negro não se sentir como um negro, não se deve dizer a ele que é negro?
    Mas esse pessoal apela, viu...

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  4. Nos Estados Unidos o politicamente correcto também está a tomar proporções engraçadas, a solução deles é eliminar palavras tais como:

    dinossauros, segundo eles pode ofender os fundamentalistas;
    aniversário, pois não é celebrado pelas Testemunhas de Jeová;
    Halloween, porque sugere paganismo;
    dança, à excepção de ballet, porque alguns sectores opõem-se-lhe;
    terrorismo é demasiado assustadora e pode traumatizar;
    pobreza e riqueza, pois pode gerar inveja entre as crianças;
    divórcio e doença, podem traumatizar as crianças de lares cujos familiares se divorciaram ou que estejam doentes;
    entre outras palavras.
    Curiosamente não encontrei a palavra gordo na lista, mas também não me surpreenderia.

    A noticia está aqui

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  5. É a mesma lógica em relação a questão dos travestis, onde as outras pessoas estão sendo obrigadas a vê-los e tratá-los como mulheres, ou seja, não vale o que o sujeito enxerga com os seus olhos, e sim o que o outro sente, se o travesti se sente mulher, deve ser tratado como uma.
    Isso é um assunto mais sério do que parece, o filósofo Olavo de Carvalho costuma falar muito sobre isso, eu tentarei resumir, porém para quem quer mais informações a respeito é melhor procurar em textos ou programas do próprio mestre Olavo.
    Essa questão colocada no artigo se trata de uma técnica chamada de estimulação contraditória que quebra as defesas psicológicas e causa a Dissonância Cognitiva, estado mental que deixa o indivíduo totalmente submisso.

    Leonardo Barbosa

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