domingo, 15 de janeiro de 2012

Porque é que as feministas não aceitam a conexão entre uso de alcool e violação?

Este é um texto escrito por uma mulher relativo à forma como as feministas recusam-se a admitir a óbvia ligação entre mulheres bêbadas e a maior probabilidade delas serem abusadas sexualmente.

É perfeitamente coerente que a minha coluna mais recente seja sobre hate-mail visto ter sido avisada pelas minhas colegas que quase de certeza eu seria inundada por esse tipo de correio ao publicar a coluna de hoje. Mas como sou gulosa por castigo, aqui vai.

Embora algumas já o tenham feito, não tenho uma única amiga solteira que ache que beber até se desmaiar, cambalear ou estar perto de ambos, é necessariamente algo saudável o seguro de se fazer -- por várias razões. Podemos tropeçar enquanto andamos pelas estradas e sermos vítimas de atropelamento, cair num passeio e ficarmos gravemente feridas ou desmaiar na rua e congelar até à morte.

(Todos os incidentes em cima mencionados já ocorreram aos vários membros de ambos os sexos durante a sua intoxicação alcoólica, incluindo um membro duma famosa família política.)

No entanto, se eu escrevo a frase "para além disso, nós podemos ser vítimas de agressão sexual", é-me mostrado de forma bem clara que os poderes instalados podem-me retirar o meu oficial cartão feminista. Pelo menos foi com essa ideia que fiquei depois da reacção à publicidade da Pennsylvania Liquor Control Board (PLCB) que estabelece uma ligação muito forte entre mulheres bêbadas e a violação.

Sites feministas e progressistas fizeram títulos acusadores como:

A Pennsylvania Liquor Control Board Retira Anúncio Publicitário que Culpa as Mulheres Pela Violação nos Encontros Românticos.
Vi os anúncios da PLCB (visualizáveis aqui e aqui) e não fiquei com esta impressão. O que eu vi - embora tenha sido feito de forma um bocado desastrada - foi alguém a tentar forçar um tipo de conversa que nós deveríamos ter tido há anos atrás mas que continua a ser suprimida devido ao facto das activistas começarem a lançar frases como "humilhação das vítimas".

Depois disto, as vozes dissidentes batem em retirada. (Para o caso de não teres reparado, eu não bato em retirada de forma tão fácil).

Actualmente temos uma epidemia de alcoolismo de farra entre os jovens -- incluindo as mulheres: cerca de 200,000 adolescentes por ano visitam os hospitais devido a acidentes relacionados com o álcool. Cerca de 1,700 of resultam em morte.

Mas igualmente alarmantes são as estatísticas dum novo estudo proveniente da Journal of Studies on Alcohol and Drugs que monitorizou centenas de mulheres durante o seu primeiro ano da faculdade e verificou uma correlação directa entre beber durante as festas e as probabilidades delas serem vítimas de violência sexual.

No entanto, se por alguma razão as pessoas com autoridade avisarem as estudantes com palavras como "Cuidado com a quantidade de álcool que tu e as tuas amigas ingerem durante as festas. Beber um copo ou dois, é uma coisa, mas mais do que isso, e o julgamento de todos - tanto o teu como os dos rapazes à tua volta - já não é o que tu queres que seja," essa pessoa é vilipendiada como "apologista da violação".

Aqueles que estão familiarizados com o que eu escrevo não só sabem que eu não sou uma "apologista da violação", como sabem que tenho sido uma crítica vocal da mentalidade que culpa a vítima primeiro, e depois o violador, que permeia o nosso sistema de justiça criminal. No entanto, não vou ser apologista do politicamente correcto em detrimento duma causa com a qual me preocupo.

As mulheres tem todo o direito de beber. Nós temos o direito de beber o quanto nós quisermos sem sermos violadas. Mas da mesma forma que nós nos avisamos umas às outras sobre certas vizinhanças não serem seguras à noite, porque é que algumas activistas feministas têm dificuldade em avisar as mulheres que as mulheres que bebem - mas não o suficiente para ficarem intoxicadas - estão de facto mais seguras no que toca a uma variedade de crimes, incluindo o assalto, do que as mulheres que bebem até ao extremo?

Porque é que afirmar isto de forma bem audível sem receio de represálias não é uma opção para nós que nos identificamos como feministas?

Não estou a propor que nos tornemos numa sociedade que nunca bebe, mas sim numa sociedade onde as pessoas de ambos o sexos sejam encorajadas e educadas a beber de forma responsável.

Eu pessoalmente sou a favor de todo o tipo de publicidade que desencoraja as jovens mulheres e os homens jovens a beber até ao ponto de ficarem totalmente incapazes de manejar um veículo, ou ficarem de forma que não seja seguro estarem perto de outras pessoas.

Por exemplo, embora seja absolutamente claro que um homem que tem relações com uma mulher que não esteja em condições de dar o seu consentimento está a levar a cabo uma violação, o que dizer quando ambos estão demasiado bêbados para dar qualquer tipo de consentimento?

A forma como eu vejo é bastante simples: nós educamos os condutores sobre os perigos de se conduzir bêbados. Se ele bebe bêbado e causa um acidente, o condutor bêbado é culpabilizado sem qualquer tipo de problemas.

Mas isto não significa que não devamos também avisar os outros dos perigos de se entrar num carro conduzido por um bêbado. Se queremos ser bem sucedidos, temos que chegar a mensagem a uma vasta gama de ouvintes. Foi isso que a publicidade da Pennsylvania Liquor Authority tentou fazer.

A campanha pode ter falhado no alvo, mas os críticos falharam no propósito.

. . . . . . .

Esta feminista não "entende" o porquê das suas irmãs ideológicas não gostarem de ser responsabilizadas pelos seus actos, mas o motivo é bastante simples: o feminismo é uma ideologia que visa desculpar a mulher por todo o seu comportamento. Segundo o feminismo a mulher é sempre uma vítima de alguém, independentemente do que ela faça.

Dado isto, como é possível desculpar o comportamento feminino ao mesmo tempo que se culpabiliza o comportamento feminino? As feministas apercebem-se disto, e portanto não aceitam que as mulheres tenham uma quota parte da responsabilidade em situações que resultem em violações.

Além disso, sempre que há alguém que possa receber as culpas, as feministas preferem que assim seja. No caso da violação é sempre mais fácil culpar os outros do que sugerir que as mulheres tomem responsabilidade pelas consequências de se beber excessivamente.

Atenção que isto não quer de forma nenhuma dizer que as culpadas das violações são as mulheres, mas sim que as mulheres podem reduzir as probabilidades de serem violadas se agirem de uma determinada forma.

Ninguém no seu perfeito juízo tem a mínima dúvida que os violadores buscam sempre as mulheres que menos resistência ofereçam. Se uma mulher está totalmente bêbeda e incapaz de resistir aos avanços dum violador, ela está numa posição mais fragilizada.

A lógica força-nos a sugerir que, como forma de evitar a sua fragilização, as mulheres deveriam evitar beber de forma excessiva. Mas para as feministas, sugerir que as mulheres condicionem o seu comportamento como forma de evitar a violação é "opressão" ou "apologia da violação".

Entretanto, quem fica a ganhar com esta atitude feminista estúpida e perigosa para as mulheres são os violadores.



4 comentários:

  1. http://noticias.r7.com/cidades/noticias/para-advogados-so-havera-estupro-no-bbb-12-se-participante-registrar-queixa-na-delegacia-20120116.html

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  2. Estou com uma dúvida. Já devem saber do caso de uma participante do BBB12 que consta foi estrupada por outro participante. Por estar muito bêbada.

    Sou homem . O que me intriga é que lendo os comentários de muitas mulheres na internet. Percebi que muitas mulheres criticam demasiadamente a jovem chamada Monique. Que é vista como a grande culpada. Mas ! O rapaz chamado Daniel é criticado,mas de forma bem mais suave.

    Percebi também que muitas mulheres,moças estão do lado dele. Tem simpatia por ele,torcem por ele.
    Leia alguns comentários e tire conclusões. http://www.sidneyrezende.com/noticia/158785

    Na minha lógica as mulheres deveriam estar do lado da jovem Monique. Mesmo sabendo que ela errou muito.

    Esse é um caso que nem Freud explica.

    Mas ! Gostaria que alguém me desse uma explicação ?

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  3. Nil
    isto é facil de responder :esquerdistas vêem o mundo como se estivessem participando de um jogo de Jan-Ken-Po.e neste jogo as minorias substituem papel ,pedra e tesoura .logo o negro vale mais do que a mulher !

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  4. Concordo plenamente com o texto, conduta preventiva anti-estupro.
    É óbvio que a culpa é apenas do estuprador, mas se eu sei que se beber até cair posso ser vitíma de um monstro estuprador, não vou querer correr o risco.

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