Basicamente, isto faz parte da parcela do imperialismo Cultural e do Genocídio Cultural.
A Teoria da Hegemonia Cultural de Gramsci
A análise da hegemonia (ou do "governo") foi formulada por Antonio Gramsci para explicar o porquê das revoluções previstas pelos Comunistas não se terem verificado onde se esperava que elas ocorressem, isto é, na Europa industrializada. Marx e os seus seguidores haviam avançado com a teoria de que a ascenção do capitalismo industrial haveria de criar uma enorme classe operária e gerar recessões económicas cíclicas.
Outras recessões e contradições levariam então a que a classe operária derrubasse o capitalismo através duma revolução, reestruturasse as instituições económicas, politicas e sociais segundo modelos socialistas, dando assim início à transição rumo a uma eventual sociedade comunista.
Embora Marx e Engels tenham de um modo notório previsto este cenário escatológico em 1848, décadas mais tarde os operários do mundo industrializado não tinham ainda levado a cabo a sua missão. Gramsci alegou que o falhanço por parte dos operários de levar a cabo uma revolução anti-capitalista centrava-se na bem sucedida captura da ideologia, do auto-entendimento e das organizações dos trabalhadores por parte da cultura hegemónica (dominante), isto é, a perspectiva da classe dominante havia sido absorvida pelas massas de operários.
Devido a isto, Gramsci apelou para uma distinção estratégica entre a "guerra de posição" e "guerra de movimento". A guerra de posição é uma guerra cultural onde os elementos anti-capitalistas buscam formas de obter uma voz dominante nos meios de comunicação em massa, nas organizações em massa, e nas instituições educacionais, como forma de aumentar a sua consciência de classe, ensinar a análise e a teoria revolucionária, e inspirar as organizações revolucionárias. Depois do sucesso da guerra de posição, os líderes comunistas ficariam então fortalecidos para dar início à guerra de movimento - a real insurreição contra o capitalismo - com o apoio das massas.
Embora a análise da dominação cultural tenha sido primeiramente avançada em termos de classes económicas, ela pode ser aplicada de um modo mais geral. A análise de Gramsci sugeria que as normas culturais dominantes não deveriam ser vistas como "naturais" ou "inevitáveis". Em vez disso, as normais culturais, incluindo as instituições, as prácticas e as crenças - deveriam ser investigadas [ed: desconstruídas] em busca das suas raízes de dominação e da sua aplicação para a emancipação.
Gramsci não afirmou que a hegemonia era monolítica ou unificada. Em vez disso, a hegemonia foi descrita como uma camada complexa de estruturas sociais. Cada uma destas estruturas têm a sua "missão" e cada uma destas estruturas tem a sua lógica interna que permite que os seus membros actuem de um modo distinto do comportamento levado a cabo pelos membros de outras estruturas. No entanto, e tal como um exército, cada uma destas estruturas assume a existência de outras estruturas e por virtude das suas missões distintas, cada uma é capaz de amalgamar e produzir uma estrutura que tem uma missão mais global.
Esta missão mais alargada normalmente não é exactamente a mesma da missão de cada um dos grupos mais pequenos, mas ela assume-as e subsume-as. A hegemonia opera do mesmo modo. Cada pessoa vive a sua vida de uma forma que é significativa nos seus próprios ambientes, e, para esta pessoa, as partes distintas da sociedade parecem não ter muito em comum com ela. Mas se analisarmos as coisas como um todo, cada vida individual contribui também para a hegemonia mais alargada da sociedade.
Em tal hegemonia, o senso comum individual, que está fragmentado, é eficiente para ajudar as pessoas a lidar com as pequenas e mundanas actividades do dia a dia. Mas o senso comum inibe também a sua habilidade de se aperceber da mais alargada natureza sistémica da exploração e da hegemonia. As pessoa focam-se nas preocupações e nos problemas imediatos em vez de se focarem nas fontes mais fundamentais da opressão social (...).
A influência de Gramsci
Embora os esquerdistas tenham sido os utilizadores primários desta arma conceptual, as actividades dos movimentos conservadores organizados também se baseiam em tal conceito. Isto foi visto, por exemplo, nos esforços levados a cabo pelos Cristãos evangélicos para obter o poder dentro dos conselhos escolares durante os anos 90, e, como tal, para poderem determinar o currículo. Patrick Buchanan, num discurso amplamente, falado dado em 1992 numa Convenção do Partido Republicano, usou o termo "guerra cultural" para descrever a luta social e política a ocorrer nos Estados Unidos.
A teoria em torno da hegemonia cultural afectou profundamente o Eurocomunismo, as ciências sociais e as estratégias dos activistas. Na ciência social a aplicação do conceito da hegemonia na análise dos tratados mais importantes (tais como os de Michel Foucault) tornou-se aspecto importante da sociologia, da ciência política, da antropologia, bem como de outros estudos culturais. Na educação o conceito da hegemonia levou ao desenvolvimento da "Pedagogia Critica".
Mais de 20 anos na cadeia por um crime que não cometeu. E advinha só, o depoimento crucial veio de uma mulher, que hoje fala ter sido pressionada. http://www.huffingtonpost.com/2014/04/08/jonathan-fleming-freed_n_5112943.html
ResponderEliminarLevei.
ResponderEliminar