Por Robert Wargas
Há pouco tempo atrás Tim Stanley chamou-nos a atenção
para um vídeo totalmente odioso da presença recente de Dan Savage no
programa Australiano "Q&A", onde ele "brinca" com a ideia do aborto
ser obrigatório para combater a "superpopulação".
Apelo a todos para verem o episódio inteiro, que pode ser visto aqui.
Há alguns dias atrás eu fiz isso e a minha mente tem-se revirado desde então. O episódio inteiro é uma maravilha do politicamente correcto
e da política da identidade, e, na minha opinião, alguns comentários
são necessários para lembrar a todos as atitudes e as opiniões que
servem de base um segmento enorme da sociedade actual.
Aqueles
familiarizados com este fenómeno viscoso não precisam de ver o episódio
para entender os pontos que se seguem; eles irão ler o que se segue e
acenar afirmativamente com a cabeça, familiarizados com o conceito.(...)
1) Reparem
na forma rude e vulgar como Savage, no geral, age. Logo no princípio do
programa, e duma forma excepcionalmente explícita, ele faz referência à
sua alegada habilidade no sexo oral. Ele parece dirigir o seu
comentário a Peter Hitchens. Quero que imaginem por um momento o que
aconteceria se um homem heterossexual aparecesse num debate televisivo
e, dirigindo-se a uma panelista (mulher), fizesse alusões à sua
habilidade no sexo oral.
Justificadamente, isto iria ser tido não só
como um acto arrepiante e revoltante, como um gesto de assédio,
especialmente se, como no caso de Dan Savage, o propósito óbvio fosse o
de causar a que o interlocutor se senti-se desconfortável e humilhado.
2) [O activista homossexual]
Dan Savage age desta forma porque ele pensa que ele tem esse direito.
Ele acredita que o seu estatuto de membro da Classe dos Oprimidos o
iliba das normas de decência e educação que os Opressores Burgueses
seguem. Hão-de reparar que todos os "ofendidos" agem desta forma: eles abusam os outros de formas bem hediondas
ao mesmo tempo que exigem que aqueles que eles abusam tenham uma
atitude cortês e respeitosa em relação a eles.
Note-se que, no caso de
Savage, o seu desprezo pela decência comum extende-se até à forma como
ele se veste: ele não se sente minimamente obrigado a usar uma camisa
ou uma gravata ou um casaco antes de aparecer perante uma enorme
quantidade de espectadores televisivos.
3) A audiência encoraja o radicalismo
do panelista. Os outros panelistas, fomentados pelos gritos de
aprovação, são, consequentemente, encorajados a tentar fazer ainda mais
expressões de política de identidade.
4) Notem que, com a excepção de Peter Hitchens [ed: por sinal, o único Cristão entre os panelistas],
todos os outros panelistas encontram-se categoricamente obcecados com a
sua identidade social, principalmente em termos de género e
sexualidade. Para eles, não existe qualquer outra realidade para além
da sua identidade; isso é o que os define, que determina o seu lugar na
vida bem como o seu estatuto moral.
No entanto, tal como todos os
radicais, a sua obsessão (e compaixão) dirigi-se apenas para alguns grupos. Se uma feminista diz, "Como mulher, eu sinto que . . . " as pessoas permanecem em silêncio e prestam atenção. Se um homem conservador diz, "Como homem, eu sinto que . . . . " ele é prontamente catalogado de misógino reaccionário. O padrão duplo é o único padrão do politicamente correcto.
5) Como corolário para o ponto 4, notem como todos os panelistas (exceptuando, mais uma vez, Peter Hitchens)
transformam todas as respostas em discursos em torno da forma como uma
força nefasta qualquer é responsável por todos os seus problemas. Nada é culpa sua.
Os males do mundo são causados pelo racismo, pelo sexismo, pelo
classismo e por todos os outros -ismos dos opressores eternos.
No
entanto, parece que os panelistas rejubilam com aquilo que eles chamam
de "opressão". Até parece que eles gostam disso.
E porque não? Afinal, isto é o que os define. Tal como todos os
radicais, a sua visão do mundo é um casamento tóxico entre a
auto-veneração e auto-piedade.
Será que é preciso que eu vos lembre
que estas pessoas e estas atitudes têm controlado as nossas
universidades há mais de meio século? Se tu és alguém que nunca
frequentou uma universidade, que estes episódios e estas observações
te sirvam de cartilha para o uso criminoso do mundo académico. Mas, bem
vistas as coisas, estas atitudes estão tão propagadas hoje em dia, que
uma educação universitária não é mais necessária para o emburrecimento
da civilização Ocidental.
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