O estudo das mulheres que se opuseram ao sufrágio feminino dos finais do século 19 e início do século 20 na Grã-Bretanha tem sido negligenciada pelos historiados.
Anti-democráticas e hostis aos movimentos trabalhistas dos seus dias, elas foram ridicularizadas e qualificadas de "absurdas" pelos apoiantes do voto parlamentar para as mulheres.
Fundamentando-se nas mais variadas fontes, o livro de Julia Bush - erudito mas bastante acessível - determina-se não a fazer pouco ou ridicularizar mas explorar o porquê das mulheres terem participado no anti-sufragismo organizado.
Foi sugerido que as líderes do movimento anti-sufragista se dividiam em três grupos não-mutuamente exclusivos:
1) As reformadoras maternais
2) As escritoras
3) E as senhoras imperialistas
Embora existissem diferenças de opinião, a maior parte do entusiasmo das mulheres tinha a sua origem nas firmes convicções que elas tinham sobre a feminidade, a nação e o Império. Era assumido quase de forma universal que as diferenças entre os sexos eram naturais, e que qualquer desvio em larga escala do papel da mulher, como esposa e mãe, traria caos social à Grã-Bretanha e ao Império.
Mesmo assim, o envolvimento crescente da mulher no trabalho filantrópico governamental era bem vindo uma vez que era visto como uma extensão da preocupação maternal. Inevitavelmente, acreditava-se que as funções das Casas do Parlamento Britânico pertenciam à esfera masculina da política, tal como a esfera da defesa dependia da força física masculina.
Foi a partir das reformadores maternais em particular que as mais importantes líderes anti-sufragistas tiveram a sua origem - Mary Ward, Louise Creighton, Ethel Harrison, Elizabeth Wordsworth e Lucy Soulsby, todas com fortes ligações a Oxford. Embora Ethel Harrison, uma positivista, fosse a mais adversa ao sufragismo, as outras eram mais moderadas, algumas progressistas e algums dispostas a mudar de lado.
Louise Creighton, pertence à classe média-alta e atraída que estava ao trabalho social devido ao seu Anglicanismo e ao seu estatuto de esposa dum clérigo (o marido tornou-se mais tarde Bispo de Londres), é um caso particular. À medida que a sua família foi crescendo, ela alargou o leque das suas actividades dentro da "União das Mães" para organizações dedicadas ao trabalho de resgate, acomodação, trabalho missionário e educação. O seu leque de amizades sofreu também um alargamento e passou a incluir sufragistas moderadas, tais como Kathleen Lyttelton.
Durante muitos anos, ambas partilharam interesses comuns ao mesmo tempo que adoptavam visões contraditórias em relação ao sufrágio feminino, até que em 1906 Creighton se tornou numa sufragista. Tais amizades demonstram como as distinções ideológicas entre os dois campos menos rígidas que aquelas que nos são ditas pelos historiadores.
A "Women's National Anti-Suffrage League", formada em 1908, tinha cerca de 42,000 membros antes de se juntar (dois anos mais tarde) ao "National League for Opposing Woman Suffrage", predominantemente masculino. A união gerou tensões, especialmente junto das figuras femininas mais importantes que se acotovelavam por uma posição com homens tais como Lord Cromer e o Lord Curzon.
Quando a Primeira Grande Guerra teve início e uma substancial número de mulheres se dedicou às funções inerentes a um estado de guerra, a causa anti-sufragista sofreu um enfraquecimento fatal. Depois de certas categorias de mulheres com idades acima dos 30 terem tido o direito ao voto parlamentar em 1918, a "National League" aprovou aprovou a sua própria extinção.
O livro "Women against the Vote" é um estudo esclarecedor muito bem feito que restaura de volta para a História as dimensões conservadoras do activismo político feminino na parte final da Grã-Bretanha Victoriana e Edwardiana. O livro revela também os tópicos fascinantes entre os apoiantes e os oponentes do sufrágio feminino em toda a sua complexidade.
* * * * * * *
O problema é que o poder tem um traço claramente masculino. As mulheres que se saíram melhor na política eram nitidamente masculinizadas, como a Margaret Thatcher. Não que o homem seja superior, mas ele nasceu para comandar. Uma mulher inteligente não comanda, ela manipula seu homem para extrair tudo o que quer e seja possível. Antigamente as mulheres sabiam disso. Sabiam que seu lado negro seria corrompido se tentassem se igualar aos homens.
Nem todos sabem disso, mas um grupo de mulheres tomou a iniciativa e conseguiu retardar por décadas o voto feminino na Inglaterra (e no mundo). Essa história é contada por Julia Bush, "Women Against the Vote: Female Anti-Suffragism in Britain", não traduzido em português. (http://www.amazon.com/dp/019924877X)
Realmente eu não entendo por que tantas mulheres querem ser como os homens, sendo que o poder e o comando nunca trouxe felicidade para elas. Seria o feminismo, na realidade, totalmente feito por lésbicas que queriam ser homens? Não sei, mas que o feminismo não trouxe nada de bom é um facto.
Como sempre acontece na História actual, muito poucas pessoas sabem que entre as pessoas que se alinhavam contra o sufrágio feminino encontravam-se muitas mulheres. E note-se que alguns dos motivos que estas mulheres levantaram contra o sufrágio feminino confirmaram-se mais tarde:
Era assumido quase de forma universal que as diferenças entre os sexos eram naturais, e que qualquer desvio em larga escala do papel da mulher, como esposa e mãe, traria caos social à Grã-Bretanha e ao Império.
Não só a Grã-Bretanha e a seu Império, mas a todo o lugar onde o papel natural da mulher foi subvertido em nome duma mitológica e anti-natural noção de igualdade, o caos, a desordem e o descalabro da sociedade se seguiram.
O mais trágico disto não é o facto da "profecia" das mulheres anti-sufragistas se ter materializado, mas sim o facto dessas consequências terem sido planeadas antecipadamente, e a ideia da "emancipação" da mulher (para papéis e actividades claramente em contradição com a sua natureza e com
os seus reais desejos) ter sido o catalisador da subversão do seu papel natural.
Eu pensei que já tinha visto de tudo, até essa hora.
ResponderEliminarPois... agora você se deparou com a realidade.
EliminarÉ, com a realidade de que ainda tem gente que fala de "natureza" e posições sociais de jeito arcaico
EliminarO que importa é a realidade.Uma coisa é concordar ou discordar com mulheres votando ou não, outra coisa é impor a própria opinião baseada em sentimentalismo.Me diga: porque o arcaico é ruim se arcaico é simplesmente sinônimo de antigo? Uma mulher idosa vale menos do que uma jovem?
ResponderEliminar