sábado, 3 de novembro de 2012
Estes bárbaros
Estes bárbaros desfrutam hoje da hegemonia cultural, que se traduz em
votos. Tudo o que atacam parece fazer cada vez menos sentido na cultura
que persistem em tentar remodelar. A sacralidade da vida? Não! Nas
velhas eras pagãs, valia a lei do mais forte, ou o desejo dos líderes.
Sexualidade saudável, dentro da família? Não! No mundo antigo, tudo se
resumia a penetrador e penetrado. E gritam: “somos a vanguarda, num novo
‘momento histórico’”. Mas o que promovem mesmo é o retorno aos velhos tempos pagãos pré-cristãos.
Estes bárbaros desprezam a individualidade da pessoa, bem como seu
valor intrínseco. Nivelando todos os valores, dizendo que são todos
subjectivos, querem mesmo é que César diga o que é certo ou errado. O
resto não passa de “constructo social”. Da suprema blasfêmia a essa
paganismo segue um trecho: “Consideramos estas verdades como evidentes
por si mesmas, que todos os homens sejam criados de modo igual e
providos pelo Criador de certos direitos inalienáveis; entre eles, a
vida, a liberdade e busca da felicidade”.
Estes bárbaros enaltecem o poderio de César. Pela saúde, pela paz,
pela educação, alegam. Sempre se frustram, mas não se permitem atentar
para o real. E, para tanto, não são nada discretos em sua sanha de controlar escolas, mídia e a produção cultural, visando uma modelagem comportamental em larga escala. Subjetividade e autonomia da consciência
individual é escândalo ao mundo antigo:
“Estes homens, ó Nabuconosor,
não te respeitaram; a teus deuses não serviram, nem adoraram a estátua
de ouro que levantaste”.
Os bárbaros não toleram o homem livre, senhor de suas próprias ideias e princípios. Estes bárbaros sacralizam a natureza. Que não toquem nas árvores e nos micos-leões! E que em nome deste panteísmo não se plante, não se
construa, não se aumentem as famílias e a população. “Não é
‘sustentável’”, clamam. Agora com legitimidade jurídica, o humano volta a
ser uma besta servil de forças misteriosas das florestas, como nas
velhas eras pagãs.
Estes bárbaros abortam. Para eles vale mais o bem estar da tribo do
que a vida por si mesma. E os fetos se reduzem a assunto de saúde
pública, a consequências indesejáveis da promiscuidade das militantes
que, sem dó, esquartejam e expelem suas crias. Nas velhas tribos
bárbaras, deidades crúeis sacralizavam o prazer. No velho mundo bárbaro,
as chamas de Moloque recebiam os pequeninos, e as trombetas do deus
pagão cobriam seus últimos e agonizantes choros.
Estes bárbaros, ontem, como hoje, desprezam o Deus de Israel e seus
princípios. Não é à toa que abominam o Ocidente, fruto civilizacional da
cosmovisão judaico-cristã, que em tudo afronta esses nostálgicos das
eras pagãs. Que em tudo denuncia a barbárie decorrente da ausência
daquele Espírito que, onde habita, ali há liberdade (II Co. 3:17).
Estes bárbaros mal disfarçam em ideologias suas velhas crenças pagãs.
O pastor Wurmbrand bradou: “Marx era, na verdade, um satanista”. A
bruxa Margot Adler fez questão de mostrar o quanto o paganismo inspirou o
feminismo desde seus primeiros momentos. Eric Voegelin e outros autores
perceberam o quanto as ideologias utópicas que mataram milhões no
século XX se assemelham, em tantos aspectos, a antigas crenças
gnósticas.
Peter Gay afirmou que o Iluminismo foi o berço do paganismo
moderno e outros historiadores já afirmaram que este período, para além
da imagem pública, foi mesmo um festival de bruxaria e ocultismo. Dentre
os inspiradores da United Religions Initiative, hoje tentáculo da ONU,
não se pode excluir nomes como Madame Blavatsky e Aleister Crowley.
Como
Lee Penn bem denuncia em seu livro False Dawn, esta instituição está
claramente determinada a obstruir a evangelização cristã, sempre em nome
da promoção ecumênica da paz mundial, incriminando os cristãos
conservadores como intolerantes. Buscando reduzir o cristianismo a mero
ativismo social, promove uma nova espiritualidade global, uma religião
de plástico que irá dar novo valor a velhas práticas ocultistas e
teosóficas.
Estes bárbaros também sabem se disfarçar de cristãos. Estes bárbaros
sabem se infiltrar em instituições e veículos de mídia que se afirmam
como defensores e divulgadores do cristianismo. Estes bárbaros sabem que
a fé cristã diz respeito a todas as áreas do conhecimento: política,
arte, economia, psicologia, ciência, filosofia, etc.
E por isso que em
tudo atrapalham os cristãos, impedindo-os a perceber as inúmeras
riquezas deste legado com o qual Deus os presenteou, tendo anteriormente
concedido a eles a salvação, por meio do sacrifício do Senhor Jesus
Cristo.
Estes bárbaros sabem que, no momento em que os cristãos se posicionam e contra eles se opõem, começam a ter sérios problemas.
Estes bárbaros, seguindo o deus deste século, sabem que vivem na mentira. E que “não prevalecerão no dia do juízo” (Sl 1:5).
(Imagem: ‘Salomé com a cabeça de João Batista’, Caravaggio, 1609/10.
Os links presentes no artigo não se encontram no texto original do autor.)
2 comentários:
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http://portuguese.ruvr.ru/2012_10_19/Quarta-geracao-do-califado-europeu/
ResponderEliminarJá havia lido essa matéria no Mídia Sem Máscara (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/13565-estes-barbaros.html)
ResponderEliminarMuito bom repassa-la.