quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Como funciona a Política de Identidade?


Por Robert Wargas

Há pouco tempo atrás Tim Stanley chamou-nos a atenção para um vídeo totalmente odioso da presença recente de Dan Savage no programa Australiano "Q&A", onde ele "brinca" com a ideia do aborto ser obrigatório para combater a  "superpopulação".

Apelo a todos para verem o episódio inteiro, que pode ser visto aqui. Há alguns dias atrás eu fiz isso e a minha mente tem-se revirado desde então. O episódio inteiro é uma maravilha do politicamente correcto e da política da identidade, e, na minha opinião, alguns comentários são necessários para lembrar a todos as atitudes e as opiniões que servem de base um segmento enorme da sociedade actual. 

Aqueles familiarizados com este fenómeno viscoso não precisam de ver o episódio para entender os pontos que se seguem; eles irão ler o que se segue e acenar afirmativamente com a cabeça, familiarizados com o conceito.(...)

1) Reparem na forma rude e vulgar como Savage, no geral, age. Logo no princípio do programa, e duma forma excepcionalmente explícita, ele faz referência à sua alegada habilidade no sexo oral. Ele parece dirigir o seu comentário a Peter Hitchens. Quero que imaginem por um momento o que aconteceria se um homem heterossexual aparecesse num debate televisivo e, dirigindo-se a uma panelista (mulher), fizesse alusões à sua habilidade no sexo oral. 

Justificadamente, isto iria ser tido não só como um acto arrepiante e revoltante, como um gesto de assédio, especialmente se, como no caso de Dan Savage, o propósito óbvio fosse o de causar a que o interlocutor se senti-se desconfortável e humilhado.

2) [O activista homossexual] Dan Savage age desta forma porque ele pensa que ele tem esse direito. Ele acredita que o seu estatuto de membro da Classe dos Oprimidos o iliba das normas de decência e educação que os Opressores Burgueses seguem. Hão-de reparar que todos os "ofendidos" agem desta forma: eles abusam os outros de formas bem hediondas ao mesmo tempo que exigem que aqueles que eles abusam tenham uma atitude cortês e respeitosa em relação a eles. 

Note-se que, no caso de Savage, o seu desprezo pela decência comum extende-se até à forma como ele se veste: ele não se sente minimamente obrigado a usar uma camisa ou uma gravata ou um casaco antes de aparecer perante uma enorme quantidade de espectadores televisivos.

3) A audiência encoraja o radicalismo do panelista. Os outros panelistas, fomentados pelos gritos de aprovação, são, consequentemente, encorajados a tentar fazer ainda mais expressões de política de identidade.

4) Notem que, com a excepção de Peter Hitchens [ed: por sinal, o único Cristão entre os panelistas], todos os outros panelistas encontram-se categoricamente obcecados com a sua identidade social, principalmente em termos de género e sexualidade. Para eles, não existe qualquer outra realidade para além da sua identidade; isso é o que os define, que determina o seu lugar na vida bem como o seu estatuto moral. 

No entanto, tal como todos os radicais, a sua obsessão (e compaixão) dirigi-se apenas para alguns grupos. Se uma feminista diz, "Como mulher, eu sinto que . . . " as pessoas permanecem em silêncio e prestam atenção. Se um homem conservador diz, "Como homem, eu sinto que . . . . " ele é prontamente catalogado de misógino reaccionário. O padrão duplo é o único padrão do politicamente correcto.

5) Como corolário para o ponto 4, notem como todos os panelistas (exceptuando, mais uma vez, Peter Hitchens) transformam todas as respostas em discursos em torno da forma como uma força nefasta qualquer é responsável por todos os seus problemas. Nada é culpa sua. Os males do mundo são causados pelo racismo, pelo sexismo, pelo  classismo e por todos os outros -ismos dos opressores eternos. 

No entanto, parece que os panelistas rejubilam com aquilo que eles chamam de "opressão". Até parece que eles gostam disso. E porque não? Afinal, isto é o que os define. Tal como todos os radicais, a sua visão do mundo é um casamento tóxico entre a auto-veneração e auto-piedade.

Será que é preciso que eu vos lembre que estas pessoas e estas atitudes têm controlado as nossas universidades há mais de meio século? Se tu és alguém que nunca frequentou uma universidade, que estes episódios e estas observações te sirvam de cartilha para o uso criminoso do mundo académico. Mas, bem vistas as coisas, estas atitudes estão tão propagadas hoje em dia, que uma educação universitária não é mais necessária para o emburrecimento da civilização Ocidental.

Fonte: Telegraph




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