Tenho a convicção de que 99% dos portugueses nunca ouviu falar da organização Tarnac 9, pela simples razão de que os me®dia portugueses a ignoraram sistematicamente. E se porventura, no meio da espiral do silêncio que impera nos nossos me®dia , alguém ouviu falar do assunto porque os me®dia o mencionaram, terá sido tão de passagem que provavelmente não ficou em memória.
Naturalmente que não tenho a mínima dúvida de que os militantes da esquerda radical, como é o caso do Bloco de Esquerda, sabem perfeitamente o que é o Tarnac 9 e o que ele significa; mas se fizerem uma consulta aos blogues dos mais proeminentes esquerdistas radicais da nossa praça, não encontrarão uma única referência ao assunto. O segredo é a alma do negócio.
No Outono de 2008, a polícia francesa invadiu literalmente a vila de Tarnac, perto de Limoges, no coração de França, prendendo um grupo de jovens franceses de classe média/alta e com idades entre os 22 e os 34 anos. Esse grupo de jovens dedicou-se à insólita actividade de sabotar as linhas de caminho de ferro franceses, em mais de 160 actos de sabotagem. O líder do grupo, Julien Coupat, escreveu um ensaio que pode ser lido em inglês e com o título “A Insurreição Que Chega” (The Coming Insurrection), de que falarei noutro postal.
Quais são as influências ideológicas do grupo terrorista Tarnac 9? Desde logo e em primeiro lugar, temos o marxismo cultural através de Foucault, Derrida, Deleuze. Mas não só: através da adesão às ideias de Georges Bataille, o grupo assimilou a dialéctica de Hegel, Karl Marx, Freud, Nietzsche e o seu amado Marquês de Sade.
Reparem bem: jovens licenciados de 22 a 30 anos, meninos do papá e cheios de dinheiro no bolso — a esquerda caviar radical que tem a sua correspondência em Portugal no Bloco de Esquerda. Não se trata de gente pobre e desempregada: trata-se de jovens da classe média / alta.
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