O que se segue são as definições de
ginocentrismo e
ginonormativismo dadas por
Fidelbogen:
Ginocentrismo é
a práctica de colocar a segurança, o conforto e o bem estar das
mulheres no centro da preocupação social ou política, estruturando a
vida no serviço objectivo de tais interesses. O ginocentrismo não
avança mais do que isso, e NÃO inclui colocar o ponto de vista feminino
no centro da nossa visão mundo. Isto quer dizer que o ginocentrismo não
viola os limites do espaço interior ao exigir que a pessoa
(especialmente os homens) pensem e sintam duma forma específica. De modo resumindo, o ginocentrismo não é totalitário.
O Ginonormativismo
vai mais além. Usando o ginocentrismo como fundamento, o
ginonormativismo dá prioridade ao ponto de vista feminino
hierarquicamente dentro da cultura, tanto a nível político como a nível
interpessoal, pressionando os homens em particular a adoptar o sistema
de valores feminino como componente autêntico da sua personalidade.
Desta forma, o ginonormativismo é totalitário. Podemos entender o feminismo como um projecto ginonormativo
reconhecendo ao mesmo tempo que ele nunca poderia iniciar as suas
operações sem uma pré-existente base ginocêntrica na cultura
tradicional.
A ginonormativização faz parte imposição da supremacia feminina.
Embora eu não concorde com o ponto de vista de Fidelbogen em relação às relações entre os sexos - ele é um Men’s Rights Activist - acho que as definições de ginocentrismo e ginonormativismo
listadas em cima fazem sentido. O ginocentrismo é equivalente ao
patriarcado ao mesmo tempo que o ginonormativismo é equivalente ao
feminismo.
Para reformular as coisas, "O patriarcado é
a práctica de colocar a segurança, o conforto e o bem estar das
mulheres no centro da preocupação social ou política, estruturando a
vida no serviço objectivo de tais interesses."
Sim, isto soa bem e soa como uma descrição correcta do patriarcado. Certamente que era isto que o patriarcado deveria ser.
Note-se o ênfase que é colocado onde se lê "no serviço objectivo" das mulheres.
Isto significa que os interesses das mulheres têm que ser servidos com
base num critério objectivo, com base no que é realmente no melhor
interesse das mulheres, e não com base no que as mulheres querem ou exigem.
O homem é que determina o que é no melhor interesses das mulheres. O
patriarcado centra-se na autoridade masculina servindo os interesses
das mulheres, isto é, a autoridade masculina que melhor satisfaz as necessidades das mulheres.
Existe uma suposição vital subjacente à práctica do patriarcado de se focar nos interesses e nas necessidades das mulheres,
e ela é a de que as necessidades das mulheres e as necessidades das
crianças estão alinhadas. O propósito subjacente na elevação das
mulheres é o de providenciar, proteger e nutrir as crianças. Se por
algum acaso os interesses das mulheres e os interesses das crianças
entrarem em rota de colisão, então o patriarcado colocar-se-á contra a
mulher e do lado das crianças. Fundamentalmente, o patriarcado
encontra-se ao serviço das crianças, e as mulheres são elevadas pelo
patriarcado devido à sua associação com as crianças.
O patriarcado é ginocêntrico porque os homens são ginocêntricos. O
patriarcado é a expressão dos desejos e da natureza dos homens. São os
homens que criam e mantêm o patriarcado, e estabelecem as regras do
sistema social patriarcal. Devido a isto, é óbvio que o patriarcado é
uma expressão da natureza dos homens. Faz parte da natureza do homem
ficar encantado com as mulheres, apaixonar-se pelas mulheres, achar as
mulheres interessantes, buscar a aprovação das mulheres, olhar para si
mesmo como alguém que é bom para as mulheres, ser heróico aos olhos das
mulheres, ser admirado pelas mulheres, e controlar as mulheres.
Para os outros homens, os outros homens são companheiros,
colaboradores e
competidores, mas eles não são a base para um chamado superior em
favor do qual os homens irão canalizar as suas energias. O homem não se
irá sentir automaticamente protector em relação a outro homem
só porque ele é um homem; isto prende-se com o facto de, numa situação
normal, o homem ser independente e auto-suficiente para fazer as suas
coisas.
Quando os homens trabalham juntos, mesmo onde existe uma hierarquia
clara entre eles, os homens irão trabalhar juntos de modo a atingir
um propósito comum exterior e para além
deles mesmos. No entanto, quando o homem interage com uma mulher, ele
irá automaticamente assumir um papel protector em relação à mulher, e
será orientado rumo às maneiras através das quais ele pode prestar
algum tipo de assistência à mulher visto que o homem irá assumir que
a mulher precisa da sua ajuda, da sua assistência, da sua orientação e do seu apoio.
Neste sentido, o homem será automaticamente ginocêntrico visto que a
sua orientação está voltada para o bem estar das mulheres e não para o
bem estar de outros homens.
A estrutura social deve ser ginocêntrica porque a manutenção e o
apoio da unidade familiar é a prioridade maior da sociedade, e dentro do ambiente familiar, as
mulheres são as responsáveis primárias. São as mulheres que se encontram mais próximas das crianças, o
que significa que o apoio às crianças deve ser canalizado em direcção às mulheres
de modo a que elas usem os recursos a si conferidos para o bem estar
das crianças.
Embora as crianças sejam as beneficiárias finais do
sistema patriarcal, o apoio e a prioridade não podem ser directamente
dirigidos às crianças uma vez que elas são incompetentes para decidir
quais são as suas necessidades; para além disso, a maior parte das necessidades das
crianças são emocionais e sociais e elas exigem um adulto que as
disponibilize.
Se um sistema social desse prioridade para as necessidades e para os
interesses dos homens, isso não faria sentido algum visto que essa
situação iria canalizar recursos rumo ao sexo que menos contracto tem
com as crianças (o que levaria a um desperdício de recursos). Só um
sistema social ginocêntrico faz sentido visto que quando os recursos
são canalizados para as mulheres, estes recursos efectivamente e
eficientemente melhor servem os interesses das crianças.
No entanto, as coisas correm mal quando a sociedade deixa de ser ginocênctrica e passa a ser ginonormativa
- quando a sociedade deixa de ser patriarcal e passa a ser feminista.
Isto acontece porque, de modo a que o incentivo para disponibilizar os
recursos se mantenha, a pessoa que disponibiliza os recursos tem,
também, que ser a pessoa que determina como é que esses recursos irão
ser usados. Na cultura ginocêntrica o homem age em prol da mulher, mas
na cultura ginonormativa o homem opera sob a direcção da mulher.
Quando o homem opera com base nos seus valores e segundo a sua própria iniciativa, de modo a atingir os propósitos que ele estabeleceu
para si mesmo, então a sua motivação para providenciar para as mulheres
está segura e estabilizada. No entanto, se o homem está a agir segundo
as directrizes das mulheres, de modo a providenciar para as mulheres segundo o que ela quer e de acordo com o que ela dá prioridade,
então o homem tem um incentivo mínimo para prover para a mulher visto
que os objectivos do homem só serão avançados quando acontecer que haja
um alinhamento entre os objectivos dos homens e os objectivos das
mulheres.
Para além disso, a mulher não saberá o custo que as suas exigências
têm sobre o homem visto que não é ela que está a suportar o custo dos
benefícios que ela deseja. Dito de outra forma, ela não será capaz de
fazer um julgamento do quanto custa para o homem
o que ela exige que o homem providencie. Existe também o problema da
"borlista", onde a mulher pode fazer exigências ao homem que têm um
benefício mínimo para ela mas um custo enorme para ele, visto que, para ela, o benefício é gratuito uma vez que é o homem a disponibilizá-lo.
Todos estes conflitos que nascem devido ao facto do provedor dos benefícios - o homem - não estar no controle da forma como o
benefício é usado, levam a que os recursos e os investimentos dos
homens, feitos e disponibilizados para a sua família, sejam
desperdiçados. O homem sente então
que este desperdício dos seus recursos nada mais é que um abuso para
ele, e em resposta, pára de investir na sua família como forma de
evitar ficar em desvantagem e passar a ser uma vítima.
O resultado final disto é que o sistema patriarcal sustêm o
investimento dos homens nas mulheres e na vida familiar, permitindo que
a sociedade prospere, enquanto que o sistema feminista
destrói o investimento dos homens na vida familiar, levando à degradação e à deterioração da família
[ed: Exactamente o que o feminismo quer].
O ginocentrismo é uma expressão natural do amor dos homens pelas
mulheres, e é uma coisa saudável e positiva. O que é importante é que o
homem retenha o controle da situação familiar de forma a que o seu
sentido de liderança e de propósito dentro da família sejam mantidos.
Obrigada por postar isso ^^ não sei se foi por causa do meu comentário, mas xD
ResponderEliminar"Obrigada por postar isso ^^ não sei se foi por causa do meu comentário, mas xD"
EliminarNão foi por causa do teu comentário uma vez que agendei este post antes do teu comentário ter sido escrito..
O texto é bastante interessante, bem intencionado, e penso que, na essência, correto, mas seu grau de descontextualização praticamente pede para ser mal interpretado. É o tipo de alvo fácil para quem quer citar trechos isolados dando uma impressão absolutamente oposta ao que o autor pretendia.
ResponderEliminarPor exemplo ao dizer ["...os interesses das mulheres têm que ser servidos com base num critério objectivo, com base no que é realmente no melhor interesse das mulheres, e não com base no que as mulheres querem ou exigem. O homem é que determina o que é no melhor interesses das mulheres. O patriarcado centra-se na autoridade masculina servindo os interesses das mulheres,"]
O problema é que o leitor superficial vai interpretar pensando na atualidade, onde mulheres podem escolher não ter filhos, dando a impressão de que se trata de obrigá-las a engravidar. Feministas vão usar como "prova" do autoritarismo patriarcal que oprime a mulher reduzindo-a a mera reprodutora.
Mas o texto na verdade me parece pressupor antes um contexto primitivo onde a opção de não engravidar inexiste. Não havia métodos anticoncepcionais e nenhum tipo de conforto. A vida de uma mulher normal era engravidar em série, estando sempre grávida e cuidando de crianças pequenas. Nesse contexto, é SIM do maior interesse delas, e não somente objetivo, que o Patriarcado lhes conceda proteção e que, se responsabilizando pela sua segurança, e a das crianças, tenha autoridade sobre elas. Visto que Autoridade não pode se dissociar de Responsabilidade.
Faltou deixar esse contexto claro e logo em seguida ainda se repetem afirmações similares de forma redundante, deixando ainda mais pontos fracos a serem mal interpretados ou explorados por leitores mal intencionados.
Foi esse contexto que procurei deixar claro em http://br.avoiceformen.com/hist.../em-defesa-do-patriarcado/
Em suma. Concordo com a ideia central e louvo a boa intenção do autor. Mas critico a modo vulnerável com que o assunto foi conduzido.
Amigavelmente
Marcus Valerio XR
xr.pro.br