sábado, 9 de agosto de 2014

Qual é a diferença entre o ginocentrismo e o ginonormativismo?

Por Jesse Powell

O que se segue são as definições de ginocentrismo e ginonormativismo dadas por Fidelbogen:
Ginocentrismo é a práctica de colocar a segurança, o conforto e o bem estar das mulheres no centro da preocupação social ou política, estruturando a vida no serviço objectivo de tais interesses. O ginocentrismo não avança mais do que isso, e NÃO inclui colocar o ponto de vista feminino no centro da nossa visão mundo. Isto quer dizer que o ginocentrismo não viola os limites do espaço interior ao exigir que a pessoa (especialmente os homens) pensem e sintam duma forma específica. De modo resumindo, o ginocentrismo não é totalitário. 
O Ginonormativismo vai mais além. Usando o ginocentrismo como fundamento, o ginonormativismo dá prioridade ao ponto de vista feminino hierarquicamente dentro da cultura, tanto a nível político como a nível interpessoal, pressionando os homens em particular a adoptar o sistema de valores feminino como componente autêntico da sua personalidade. Desta forma, o ginonormativismo é totalitário. Podemos entender o feminismo como um projecto ginonormativo reconhecendo ao mesmo tempo que ele nunca poderia iniciar as suas operações sem uma pré-existente base ginocêntrica na cultura tradicional. 
A ginonormativização faz parte imposição da supremacia feminina.
Embora eu não concorde com o ponto de vista de Fidelbogen em relação às relações entre os sexos - ele é um Men’s Rights Activist - acho que as definições de ginocentrismo e ginonormativismo listadas em cima fazem sentido. O ginocentrismo é equivalente ao patriarcado ao mesmo tempo que o ginonormativismo é equivalente ao feminismo.

Para reformular as coisas, "O patriarcado é a práctica de colocar a segurança, o conforto e o bem estar das mulheres no centro da preocupação social ou política, estruturando a vida no serviço objectivo de tais interesses."

Sim, isto soa bem e soa como uma descrição correcta do patriarcado. Certamente que era isto que o patriarcado deveria ser.

Note-se o ênfase que é colocado onde se lê "no serviço objectivo" das mulheres. Isto significa que os interesses das mulheres têm que ser servidos com base num critério objectivo, com base no que é realmente no melhor interesse das mulheres, e não com base no que as mulheres querem ou exigem. O homem é que determina o que é no melhor interesses das mulheres. O patriarcado centra-se na autoridade masculina servindo os interesses das mulheres, isto é, a autoridade masculina que melhor satisfaz as necessidades das mulheres.

Existe uma suposição vital subjacente à práctica do patriarcado de se focar nos interesses e nas necessidades das mulheres, e ela é a de que as necessidades das mulheres e as necessidades das crianças estão alinhadas. O propósito subjacente na elevação das mulheres é o de providenciar, proteger e nutrir as crianças. Se por algum acaso os interesses das mulheres e os interesses das crianças entrarem em rota de colisão, então o patriarcado colocar-se-á contra a mulher e do lado das crianças. Fundamentalmente, o patriarcado encontra-se ao serviço das crianças, e as mulheres são elevadas pelo patriarcado devido à sua associação com as crianças.

O patriarcado é ginocêntrico porque os homens são ginocêntricos. O patriarcado é a expressão dos desejos e da natureza dos homens. São os homens que criam e mantêm o patriarcado, e estabelecem as regras do sistema social patriarcal. Devido a isto, é óbvio que o patriarcado é uma expressão da natureza dos homens. Faz parte da natureza do homem ficar encantado com as mulheres, apaixonar-se pelas mulheres, achar as mulheres interessantes, buscar a aprovação das mulheres, olhar para si mesmo como alguém que é bom para as mulheres, ser heróico aos olhos das mulheres, ser admirado pelas mulheres, e controlar as mulheres.

Para os outros homens, os outros homens são companheiros, colaboradores e competidores, mas eles não são a base para um chamado superior em favor do qual os homens irão canalizar as suas energias. O homem não se irá sentir automaticamente protector em relação a outro homem só porque ele é um homem; isto prende-se com o facto de, numa situação normal, o homem ser independente e auto-suficiente para fazer as suas coisas.

Quando os homens trabalham juntos, mesmo onde existe uma hierarquia clara entre eles, os homens irão trabalhar juntos de modo a atingir um propósito comum exterior e para além deles mesmos. No entanto, quando o homem interage com uma mulher, ele irá automaticamente assumir um papel protector em relação à mulher, e será orientado rumo às maneiras através das quais ele pode prestar algum tipo de assistência à mulher visto que o homem irá assumir que a  mulher precisa da sua ajuda, da sua assistência, da sua orientação e do seu apoio. Neste sentido, o homem será automaticamente ginocêntrico visto que a sua orientação está voltada para o bem estar das mulheres e não para o bem estar de outros homens.

A estrutura social deve ser ginocêntrica porque a manutenção e o apoio da unidade familiar é a prioridade maior da sociedade, e dentro do ambiente familiar, as mulheres são as responsáveis primárias. São as mulheres que se encontram mais próximas das crianças, o que significa que o apoio às crianças deve ser canalizado em direcção às mulheres de modo a que elas usem os recursos a si conferidos para o bem estar das crianças.

Embora as crianças sejam as beneficiárias finais do sistema patriarcal, o apoio e a prioridade não podem ser directamente dirigidos às crianças uma vez que elas são incompetentes para decidir quais são as suas necessidades; para além disso, a maior parte das necessidades das crianças são emocionais e sociais e elas exigem um adulto que as disponibilize.

Se um sistema social desse prioridade para as necessidades e para os interesses dos homens, isso não faria sentido algum visto que essa situação iria canalizar recursos rumo ao sexo que menos contracto tem com as crianças (o que levaria a um desperdício de recursos). Só um sistema social ginocêntrico faz sentido visto que quando os recursos são canalizados para as mulheres, estes recursos efectivamente e eficientemente melhor servem os interesses das crianças.

No entanto, as coisas correm mal quando a sociedade deixa de ser ginocênctrica e passa a ser ginonormativa - quando a sociedade deixa de ser patriarcal e passa a ser feminista. Isto acontece porque, de modo a que o incentivo para disponibilizar os recursos se mantenha, a pessoa que disponibiliza os recursos tem, também, que ser a pessoa que determina como é que esses recursos irão ser usados. Na cultura ginocêntrica o homem age em prol da mulher, mas na cultura ginonormativa o homem opera sob a direcção da mulher.

Quando o homem opera com base nos seus valores e segundo a sua própria iniciativa, de modo a atingir os propósitos que ele estabeleceu para si mesmo, então a sua motivação para providenciar para as mulheres está segura e estabilizada. No entanto, se o homem está a agir segundo as directrizes das mulheres, de modo a providenciar para as mulheres segundo o que ela quer e de acordo com o que ela dá prioridade, então o homem tem um incentivo mínimo para prover para a mulher visto que os objectivos do homem só serão avançados quando acontecer que haja um alinhamento entre os objectivos dos homens e os objectivos das mulheres.

Para além disso, a mulher não saberá o custo que as suas exigências têm sobre o homem visto que não é ela que está a suportar o custo dos benefícios que ela deseja. Dito de outra forma, ela não será capaz de fazer um julgamento do quanto custa para o homem o que ela exige que o homem providencie. Existe também o problema da "borlista", onde a mulher pode fazer exigências ao homem que têm um benefício mínimo para ela mas um custo enorme para ele, visto que, para ela, o benefício é gratuito uma vez que é o homem a disponibilizá-lo.

Todos estes conflitos que nascem devido ao facto do provedor dos benefícios - o homem - não estar no controle da forma como o benefício é usado, levam a que os recursos e os investimentos dos homens, feitos e disponibilizados para a sua família, sejam desperdiçados. O homem sente então que este desperdício dos seus recursos nada mais é que um abuso para ele, e em resposta, pára de investir na sua família como forma de evitar ficar em desvantagem e passar a ser uma vítima.

O resultado final disto é que o sistema patriarcal sustêm o investimento dos homens nas mulheres e na vida familiar, permitindo que a sociedade prospere, enquanto que o sistema feminista destrói o investimento dos homens na vida familiar, levando à degradação e à deterioração da família [ed: Exactamente o que o feminismo quer].

O ginocentrismo é uma expressão natural do amor dos homens pelas mulheres, e é uma coisa saudável e positiva. O que é importante é que o homem retenha o controle da situação familiar de forma a que o seu sentido de liderança e de propósito dentro da família sejam mantidos.




3 comentários:

  1. Obrigada por postar isso ^^ não sei se foi por causa do meu comentário, mas xD

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    Respostas
    1. "Obrigada por postar isso ^^ não sei se foi por causa do meu comentário, mas xD"

      Não foi por causa do teu comentário uma vez que agendei este post antes do teu comentário ter sido escrito..

      Eliminar
  2. O texto é bastante interessante, bem intencionado, e penso que, na essência, correto, mas seu grau de descontextualização praticamente pede para ser mal interpretado. É o tipo de alvo fácil para quem quer citar trechos isolados dando uma impressão absolutamente oposta ao que o autor pretendia.

    Por exemplo ao dizer ["...os interesses das mulheres têm que ser servidos com base num critério objectivo, com base no que é realmente no melhor interesse das mulheres, e não com base no que as mulheres querem ou exigem. O homem é que determina o que é no melhor interesses das mulheres. O patriarcado centra-se na autoridade masculina servindo os interesses das mulheres,"]

    O problema é que o leitor superficial vai interpretar pensando na atualidade, onde mulheres podem escolher não ter filhos, dando a impressão de que se trata de obrigá-las a engravidar. Feministas vão usar como "prova" do autoritarismo patriarcal que oprime a mulher reduzindo-a a mera reprodutora.

    Mas o texto na verdade me parece pressupor antes um contexto primitivo onde a opção de não engravidar inexiste. Não havia métodos anticoncepcionais e nenhum tipo de conforto. A vida de uma mulher normal era engravidar em série, estando sempre grávida e cuidando de crianças pequenas. Nesse contexto, é SIM do maior interesse delas, e não somente objetivo, que o Patriarcado lhes conceda proteção e que, se responsabilizando pela sua segurança, e a das crianças, tenha autoridade sobre elas. Visto que Autoridade não pode se dissociar de Responsabilidade.

    Faltou deixar esse contexto claro e logo em seguida ainda se repetem afirmações similares de forma redundante, deixando ainda mais pontos fracos a serem mal interpretados ou explorados por leitores mal intencionados.

    Foi esse contexto que procurei deixar claro em http://br.avoiceformen.com/hist.../em-defesa-do-patriarcado/

    Em suma. Concordo com a ideia central e louvo a boa intenção do autor. Mas critico a modo vulnerável com que o assunto foi conduzido.

    Amigavelmente

    Marcus Valerio XR
    xr.pro.br

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