quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quando a verdade danifica o ego igualitário

A auto-decepção é um fenómeno real; ela existe, é notório e é facilmente demonstrável. Há pessoas que sabem a verdade duma proposição mas que se auto-convencem de que a proposição é falsa.

O falecido filósofo Cristão Dr Greg Bahsen escreveu na sua tese de doutoramento "A Conditional Resolution of the Apparent Paradox of Self-Deception":

Embora o auto-decepcionado esteja ciente da verdade da [proposição] p, ou a veja evidenciada . . . e embora a sua crença de que p [é verdade] seja indicada pelo seu comportamento . . . ele [o auto-decepcionado] não aceitará p como verdadeira mas iniciará um processo de auto-indução - ao controlar a sua atenção em relação às evidências relevantes - que resultará numa fé incompatível (e falsa) de que S [ = o sujeito auto-decepcionado] não acredita em p.
Ou seja, a pessoa auto-decepcionada sabe a verdade mas como a verdade de uma forma ou outra choca com as suas convicções pré-estabelecidas, S controla a forma como interpreta as evidências relevantes de modo a que a conclusão esteja sempre de acordo com a crença pré-estabelecida.

Um caso flagrante de auto-decepção é este artigo exposto num blogue feminista . Essencialmente o que o artigo revela é que os homens na casa dos 35-50 anos preferem mulheres na casa dos 20/30 e não mulheres na casa dos 35-50.

Aparentemente as feministas e os manginas (homens que, entre muitas outras coisas, se alinham com o feminismo contra outros homens) não só não sabem como funciona a mente feminina, como não sabem (ou não aceitam) a forma como funciona a mente masculina.

Eis aqui algum das coisas que o Hugo Schwyzer diz:

Isto não é só uma opinião minha; esta opinião foi gerada a partir dos agora-infames resultados da pesquisa de 2010 da Ok Cupid. Esta verificou que, no mundo dos encontros românticos online, os homens de um modo quase universal interessavam-se em perseguir mulheres substancialmente mais novas.
O Hugo revela alguns testemunhos pessoais de mulheres na casa dos 30/40 que descobrem que já não são atraentes aos olhos dos homens:
Quando eu [Hugo] pesquisei histórias em torno deste fenómeno, ouvi muitas como a seguinte, proveniente da Veronica (37 anos):

"Quando comecei com os encontros românticos online no final dos meus anos 20, recebia centenas de emails por semana. Oito anos depois, e embora as minhas fotos estejam melhores e as minhas proezas sejam mais substanciais, apenas recebo 1/4 das mensagens que recebia. A maioria dos homens que me escrevem têm idades superiores a 50 anos."

Ou seja, quando ela era jovem e bonita, recebia centenas de cartas por semana. Quando foi envelhecendo e perdendo a beleza da juventude, 3/4 dos homens mudaram-se para outras pastagens.

Esta mulher diz que as suas fotos estão "melhores" e que as suas proezas (provavelmente profissionais) são "substanciais". Aparentemente esta mulher realmente pensou que as suas conquistas profissionais de alguma forma a tornariam mais atraente aos olhos dos homens.

Amelia de 28 anos, escreveu:

Vejo muitos homens online com mais de 35 anos em busca de mulheres com idades entre os 18 e os 30. Se eles ao menos soubessem o quão desmotivante isto é. Se não consegues lidar com as tuas pares (isto é, mulheres na casa dos 35 anos), então não consegues lidar comigo.
Segundo esta mulher na curva descendente da sua beleza, os homens têm algum tipo de "obrigação moral" de apenas buscar mulheres na sua faixa etária. Homens com mais de 35-40 anos que busquem mulheres jovens violam algum tipo de lei apenas conhecida pelas feministas e pelos manginas.

O Hugo então coloca a questão de um modo claro: porque é que os homens buscam a companhia de mulheres mais novas e não a companhia de mulheres que se encontrem na casa dos 30 ou 40 anos de idade? O Hugo diz:

A crítica da comunicação social Jennifer Pozner diz que parte do problema é o envelhecimento prematuro das mulheres mais velhas em Hollywood.
Huh?! O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Tal como Pozner escreveu no seu livro Reality Bites Back,

"As gatinhas [mulheres na casa dos 20 anos] passavam o seu tempo de bikini e a dançar com o hula-hoop ao mesmo tempo que as "pumas" [mulheres na casa dos 30/40 anos de idade] passavam o tempo a coser, ler e lavar a roupa.

Combinem isso com a dessexualização das mulheres com mais de 40 anos e a celebração infindável das uniões entre gente famosa, e o sinal enviado aos homens é que a validação que eles ambicionam só pode vir da parte das mulheres mais novas."

Ou seja, o motivo que leva a que os homens prefiram as gatinhas em detrimento das pumas não é o óbvio nível de atracção mais elevado por parte das gatinhas, mas sim culpa dos média em mostrar as mais jovens como mulheres desejáveis e as mais velhas como mulheres não tão desejáveis.

Consequentemente, se os média passassem a mostrar mulheres de 40 e 50 anos de bikini e a dançar com o hula-hoop, os homens miraculosamente mudariam por completo as suas preferências sexuais e centrariam as suas atenções nas pumas.

Que tal um dia ligares a tua televisão e veres uma mulher na casa dos 40-50 anos anos a dançar de bikini? Segundo Jennifer Pozner, quando os homens se acostumarem a essa imagem, passarão então a preferir mulheres mais velhas em detrimento das mais novas.

Não passa pela cabeça da Jennifer Pozner que o motivo pelo qual os média evitam mostrar as mulheres mais velhas como desejáveis é porque sabem antecipadamente que os homens não estão interessados.

Não. A culpa é dos média!

O Hugo continua:

O motivo que leva a que homens mais velhos persigam mulheres mais jovens tem menos a ver com o sexo e mais com um profundo desejo de se auto-convencerem que "nós ainda estamos lá". O "" não é só a atracção física, mas todo o pacote masculino de juventude, vitalidade e, acima de tudo, possibilidade.
Portanto, o motivo que leva os homens a preferir mulheres bonitas tem menos a ver com a beleza física das mulheres, mas sim com a alegada necessidade masculina de auto-validação. O facto de, em média, as mulheres mais jovens serem mais bonitas que as mais velhas não tem nada a ver com as preferências do homem, segundo o Hugo.
Não é que as mulheres da nossa idade sejam menos atraentes; é, sim, que estas não tem o poder cultural de reafirmar os nossos egos frágeis - e em envelhecimento - em favor da tese de que ainda somos bonzões e cheios de potencial.
Não, ignorante; é precisamente pelo facto das mais novas serem mais bonitas que leva a que elas sejam preferidas em detrimento das mais velhas. Não tem nada a ver com "auto-reafirmação" e nem tem nada a ver com os nossos egos.

Os homens são atraídos por uma das mais óbvias qualidades visuais da mulher: a beleza física. As mais belas são aquelas que irão atrair o maior número de homens - independentemente das suas "proezas profissionais".

Graças ao feminismo e à destruição do casamento, os homens (principalmente os machos alfa) podem ir buscando mulheres mais jovens sempre que as actuais companheiras forem perdendo a beleza. Um exemplo cabal disso é o músico Ronnie Wood. Este alfa de 64 anos trocou a sua mulher - com quem esteve casado durante 23 anos - por uma empregada de 18 anos. Actualmente, Ronnie namora com uma mulher de 25 anos chamada Nicola Sargent.

O Hugo continua:

Inspirar o desejo duma mulher com idade para ser nossa filha transforma-se no mais potente remédio anti-envelhecimento, particularmente quando a mostramos aos nossos pares.
Segundo o Hugo, portanto, os homens perseguem as mulheres bonitas porque isso é um "potente remédio" anti-envelhecimento, e não porque estas são bonitas.

Mas o Hugo tem um conselho útil para as pumas cuja beleza é algo do passado:

Aconselha-se às mulheres mais velhas que lutem contra o que alguém classificou de "a lenta queda na invisibilidade sexual" não só com cosméticos mas também com uma aceitação realista do seu envelhecimento.
Dito de outra forma: tentem parecer mais novas, e aceitem que estão a ficar velhas.

Seguramente que o Hugo nem se apercebe da contradição em que caiu. Em cima ele diz que a preferência masculina nada tem a ver com a beleza ["sexo"], mas agora defende que a forma das mulheres combaterem a sua "lenta queda na invisibilidade sexual" é . . . tornarem-se mais bonitas através dos cosméticos. O problema não é a beleza, mas pelo sim pelo não, tornem-se mais bonitas!

Como seria de esperar, Hugo citou uma puma mulher "feliz" com o facto de ser ignorada pelos homens mais novos (como se isso fosse algo de relevante). Amy, de 43 anos, diz

Não me importo que os homens na casa dos 20 ou dos 30 não me mandem piropos uma vez que não são estes os homens que eu busco.
O que, como se sabe, é bem capaz de ser verdade devido a natureza hipergâmica das mulheres. Regra geral, as mulheres interessam-se por homens cujo estatuto elas entendam ser superior ao seu. Mulheres a perseguir homens mais novos existem mas em número bem menor ao número de homens atrás de mulheres mais novas.

Conclusão:

O tema central do artigo do Hugo é "validação" masculina aos olhos das mulheres, mas isso é uma distracção. A preferência masculina por mulheres bonitas nada tem a ver com a validação, do mesmo modo que a preferência feminina por homens que elas vejam como poderosos e/ou dominadores nada tem a ver com "problemas com o pai".

Esta preferência masculina por mulheres jovens/bonitas é universal e imutável, apesar dos protestos da manginada e das feminazis. Uma das poucas alturas em que os homens buscam mulheres da sua idade é quando eles são também jovens.

Isto não significa que não haja homens que se sintam atraídos por mulheres mais velhas e mulheres que não gostem de homens mais jovens; isto significa, sim, que, ao contrário do que o escritor do artigo quer fazer passar, a preferência masculina é perfeitamente normal e nada relacionada com "problemas do ego" ou busca de "validação".

As feministas e os manginas tem que aprender que estes jogos psicológicos só funcionam nos homens que não conhecem os seus propósitos.

Para além disso, ele não deveria fazer artigos em jeito de admiração pelo facto dos homens preferirem mulheres mais bonitas da mesma forma que ele não escreve artigos "admirado" pelo facto da água estar molhada ou o fogo estar quente. Isso é o NORMAL.

Mas claro, o Hugo, escrevendo para um blog feminista, nunca poderia dizer abertamente que o homem e a mulher são distintos nas suas preferências sexuais uma vez que isso seria visto como uma traição à causa feminista.

Mas, como ouvi dum jovem que trabalhava numa cafetaria na estação de metro de Alcântara, com os problemas dos outros podemos nós bem.

2 comentários:

  1. Existe uma explicação biológica para isso. Mulheres são férteis entre 13 e 45 anos, em média. Bom, é natural que o macho sinta uma atração maior por fêmeas que sejam jovens e estejam no auge de sua fase fértil. Homens são férteis da puberdade pelo resto da vida. É por isso que os "coroas" fazem mais sucesso com o sexo oposto do que suas equivalentes, as "tiazonas".

    Esses que chamam de "mangina" é um sujeito efeminado. Muitas vezes mente para passar de bem moço, pois não é mentira alguma que grande parte dos machos querem fêmeas jovens e "durinhas". Só que existem sujeitos que realmente gostam de coroas. Freud chamou de complexo de Édipo. Provavelmente foram superprotegidos pela mãe e não conseguiram se desvincilhar deste sentimento. procuram numa mulher o prolongamento do amor materno e sua proteção. Esses caras são fracos, não sabem liderar. Querem uma mulher forte, experiente e sentem prazer em servirem a ela.

    Aqui ta passando uma novela na Rede Globo (Fina Estampa) onde tem um mordomo gay que é humilhado de todas as formas por sua patroa e ele adora. "Manginas" não são muito diferentes disso.

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  2. Lobo,
    A conexão que fizeste entre a juventude e a fertilidade é muito bem vista. Faz todo o sentido que o homem esteja biologicamente construído para se sentir atraído por mulheres cujo nível de fertilidade aparenta ser maior.

    Muito bem visto.

    Abraço.

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