quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Lúcifer, o Primeiro Liberal

Por Arthur Hippler

Na sua encíclica em torno da Natureza da Verdadeira Liberdade (Libertas Praestantissimum), Leo XIII faz a extraordinária alegação de que o liberalismo tem origens diabólicas.

Mas muitos há que seguem o exemplo de Lúcifer, e adoptam como seus o seu clamor rebelde "Eu não irei servir!"; consequentemente, trocam a liberdade genuína por aquela que nada mais é que uma permissão absurda. Tais são, por exemplo, os homens que pertencem a essa amplamente publicitada e poderosa organização, que, usurpando o nome da liberdade, denominam-se de liberais." (Libertas Praestantissimum, n.14).

Embora a comparação do Santo Padre possa parecer hiperbólica, os princípios do liberalismo espelham mesmo assim a revolta original do Diabo.

Embora muitas opiniões políticas e projectos políticos estejam unidos sob o nome de "liberalismo", nós temos sempre que levar em conta as suas bases mais fundamentais. Tal como Leo XIII explica, o liberalismo começa com a rejeição tanto da lei natural como da Divina; os "seguidores do liberalismo negam a existência de qualquer autoridade Divina a quem se deve prestar obediência, e proclamam que cada homem é a lei para si próprio, de onde surge o sistema ético que recebe o nome de moralidade independente." (LP, n.15).

A moralidade não vem nem de Deus nem da natureza humana. Para o liberal, a moralidade é criada pela livre escolha da sociedade. Quer se estude Hobbes ou Rousseau, não é encontrada lei superior à lei humana. 

Nas palavras do Papa Leo, "tal como a razão individual de cada homem é a sua única regra de vida, a razão colectiva da comunidade tem que ser o guia supremo na gestão dos assuntos públicos" (ibid.). Este divórcio da lei moral da vida politica afecta o nosso entendimento da democracia até aos dias de hoje, tal como salienta o Papa João Paulo em Evangelium Vitae (n. 70).

Esta rejeição da lei Divina até a lei moral é o pecado de Lúcifer. Tal como explica São Tomás, o Diabo rejeitou a lei de Deus em favor duma forma desordenada de liberdade:

O propósito do Diabo é separar a criatura racional de Deus: portanto, e desde o princípio, ele dedicou-se a levar o homem a não obedecer os preceitos Divinos. Mas aversão a Deus tem a natureza dum propósito, tanto assim que ela é buscada sob a aparência de liberdade, como diz Jeremias 2:20: "Há muito rompeste o jugo e quebraste os laços; disseste, então: Não quero servir!". (IIIa, Q.8, art.7).

Esta rebelião foi imitada pelos nossos primeiros pais quando eles tomaram a decisão de comer da Árvore da Sabedoria do Bem e do Mal, e "ser como Deus." Embora partilhar da semelhança e imagem Divina faça parte da nossa perfeição, São Tomas ensina que o homem desejou esta semelhança Divina duma forma desordenada ao comer do fruto proibido.

O primeiro homem pecou em larga parte por cobiçar a semelhança Divina (em relação à sabedoria do bem e do mal e após a instigação da serpente) de modo a que, através do seu próprio poder, ele pudesse tomar a decisão do que era bom e o do que era mau para ser feito por ele. (IIaIIae, Q.163, a.2).

Eis aqui o princípio liberal na sua expressão primordial: Só o homem pode decidir o que é o Bem e o que o Mal, e isto sem referência a Deus.

Embora muitas pessoas olhem para o liberalismo como liberdade para certas igualdades políticas e direitos civis, o liberalismo mais fundamental é a liberdade perante a lei moral e perante a autoridade de ensino da Igreja. Não se pode usar o termo "liberal Católico" sem entrar em contradição, ou, pelo menos, em equivocação.

O liberalismo, tal como o socialismo e o comunismo, tem sido condenado por Papa atrás de Papa nas suas encíclicas sociais. Se formos tentados a minimizar os males deste erro, faríamos bem em lembrar que o Papa Leo XIII apresenta Lúcifer como o primeiro liberal.


~ http://bit.ly/2ddBsT3.

* * * * * * *

"O Liberalismo coloca a liberdade como um fim em si mesmo não se norteia pela certo, errado, bem, mal, etc. Havendo males na sociedade, eles dizem que deve haver a liberdade de os praticar.O Liberalismo legitima o socialismo e está na base de toda a porcaria do século XX.

A Liberdade não é um princípio moral. É um facto da realidade: estamos condenados a ser livres. Dizer que algo não pode ser condenado, censurado ou punido em nome da "liberdade" é uma falácia.

Claro que o homicídio, por exemplo, também é um acto livre. E é por ser livre que é um mal que justifica punição. Se não fosse livre, não poderia ser um mal. E é assim com todos os males sociais autorizados e permitidos pelo liberalismo." (JF)



2 comentários:

  1. Denominações, religiões ou seitas não salvam ninguém. As Cruzadas e as Inquisições Católicas e Protestantes deixaram rastros de pelo menos milhares de mortos. A Idade Média (Medievalidade), também chamada por sua antonomásia "Idade das Trevas" durou quase um milênio. Ela iniciou com a queda do Império Romano em 476 e terminou com a tomada de Constantinopla, atualmente chamada de "Istambul", pelos turcos em mil quatrocentos e cinquenta e três. A Idade Antiga (Antiguidade) também foi um período tenebroso, marcado pelos crimes do Império Romano e assim sucessivamente. Todos e quaisquer extremos, como anarquias e totalitarismos, bioquices e licenciosidades, conservadorismos e liberalismos, feminismos e machismos, hiperglicemias e hipoglicemias, hiperpieses e hipopieses, sacrilégios e santimônias e assim sucessivamente, nos são maléficos. Extremismos, fanatismos ou radicalismos de quaisquer tipos geram crimes ou guerras. Então, avisarei todos que Jesus Cristo não fundou nenhuma denominação, nenhuma religião ou nenhuma seita. Também os avisarei que os excessos nas boas obras, como assédios, iscariotismos ou mimos (afetos ou carinhos excessivos), covardias ou servilidades (humildades excessivas), eticismos, legalismos ou moralismos (eticidades, legalidades ou moralidades excessivas), fanatismos ou farisaísmos (fés ou religiosidades excessivas), idolatrias (amores excessivos), vaidades, vícios ou virtuosismos (virtudes excessivas) e assim sucessivamente, nos são maléficos.

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    1. Nada assassinou mais do que o ateismo marxista. Claro que os erros e desvios são lamentáveis mas, o que a Inquisição matou em 350 anos, o comunismo matava em um fim de semana.

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