....mas as Guerreiras da Justiça Social não ficaram muito satisfeitas, e como tal, a revista Time viu-se forçada a pedir desculpas por envergonhar as feministas "fortes e independentes" (mas perpétuamente ofendidas).
Por Dion Rabouin
A revista Time pediu desculpas por incluir a palavra "feminista" na sua lista anual de palavras a serem banidas
no ano seguinte. Nancy Gibbs, editora-chefe da revista, escreveu um
pedido de desculpas que foi incluído como nota do editor ao artigo
citado em cima:
A Time pede desculpas por ter levado a cabo esta sondagem; a palavra "feminista" nunca deveria ter sido incluída na lista de palavras a serem banidas. Embora nós tenhamos como objectivo convidar as pessoas a debater a forma como a palavra foi usada durante este ano, a nuance foi perdida, e arrepende-mo-nos com o facto da sua inclusão nos ter distraído do importante debate em torno da igualdade e da justiça.
A palavra “feminista” foi colocada na
lista, juntamente com palavras tais como “bae,” “basic,”
“disrupt,” “kale,” “bossy” e “turnt,” entre outras, com explicações
cheias de humor. Listagens antigas incluiram palavras tais como OMG, YOLO e twerk. A palavra "feminista" foi entretanto removida da lista.
Em relação ao porquê da palavra ter sido incluída de modo a que os seus leitores pudessem votar, a sua inclusão foi explicada:
Tu
não tens nada contra o feminismo em si, mas quando é que isso se tornou
numa coisa em torna da qual as celebridades tinham que declarar se ela
se aplicava ou não a elas, parecido ao acto dum político declarar o seu
partido? Fiquemos focados nos tópicos e paremos de atirar esta
qualificação para cima das pessoas (...).
Acrescentar "feminista" à lista
claramente foi uma tentiva de humor, mas esta tentativa deixou um mau
gosto na boca dum certo número de leitores. A blogueira e professora
Roxane Gay escreveu um artigo de opinião para o Washington Post, onde se lia:
Supostamente
isto era para ser engraçado, mas isto nada mais é que o policiamento do
vernáculo de alguém que não é um homem branco heterossexual.
No Los Angeles Times, a blogueira Susan Rohwer opinou que era...
... profundamente perturbador o facto duma organização noticiosa como a
Time sugerir a proibição duma palavra que significa algo tão básico e
aparentemente consensual como "todas as pessoas merecem os mesmos direitos independentemente do seu género [sic]." Aparentemente precisamos de mais um lembrete do porquê a retórica anti-feminista como esta ter que acabar.
O New York Review of Books, a Planned Parenthood e outros deram a sua opinião nas redes sociais, atacando a decisão da revista de incluir a palavra "feminista" na lista de termos a serem banidos.
* * * * * * *
Como ocorre com perturbadora frequência,
sempre que os assim-chamados "movimentos sociais" são sujeitos ao
escrutínio público, invariavelmente eles revelam-se como iniciativas
que de modo algum reflectem os pensamentos da sociedade em nome de quem os líderes de
tais "movimentos" erradamente afirmam estar a falar.
O feminismo, que supostamente "fala" e "defende" as mulheres, é tão popular junto da sociedade como uma sarna (e igualmente "útil"). O mesmo pode ser dito do activismo lgbt, dos movimentos em prol das minorias étnicas, etc; todos estes movimentos são movimentos da elite que se fazem passar por "movimentos sociais".
O facto dos leitores da Time
terem votado na proibição da palavra "feminista" (acima das outras palavras presentes na lista) muito provavelmente
revela uma maior coragem das pessoas em demonstrar publicamente que já
não se deixam enganar com a retórica da "igualdade" deste movimento supremacista e elitista.
São boas notícias (naturalmente) e é importante que as pessoas ganhem
ainda mais repugnância ao feminismo, mas embora isso não baste para acabar com
a sua influencia, e nem para reverter os gigantescos estragos feitos por esse movimento durante os últimos 50/60 anos, é um passo tímido nessa direcção.