segunda-feira, 18 de maio de 2015

Homem feminista descobre que as feministas não toleram diferenças de opinião

Por InsideMAN

Em Fevereiro último, Tanveer Ahmed, um psiquiatra e um comediante, e alguém que foi escolhido para ser uma das 2,000 celebridades masculinas para a campanha feminista White Ribbon (criada com o propósito de lidar com a violência contra as mulheres na Austrália), escreveu um artigo salientando o facto dos homens serem esquecidos no debate em torno da violência doméstica.

O artigo provocou uma ofensa junto das feministas, gerando uma furiosa e, em última análise, bem sucedida campanha para a sua demissão como embaixador da White Ribbon. A InsideMAN foi a primeira publicação do Reino Unido a reportar a história, e aqui Tanveer descreve nas suas palavras o que acontece quando um homem feminista se atreve a falar contra a irmandade. Este artigo apareceu pela primeira vez na edição imprensa da revista "The Spectator", Austrália.

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Tenho sido consideravelmente enfraquecido desde que falei sobre o enfraquecimento dos homens. Vadeando pelas águas traiçoeiras, virulentas, e carregadas de estrogénio do feminismo moderno, aprendi que a guerra dos géneros são vistas por muitos como uma guerra do tudo-ou-nada, algo parecido ao poker ou à negociação de derivados.

Depois de escrever para o Australian durante o mês passado sobre a limitada discussão que existe em torno do enfraquecimento masculino no contexto da violência doméstica, fui vítima de uma orgia de abuso, ameaças e total má-representação dos meus pontos de vista. Estes ataques foram dissiminados nos órgãos mediáticos convergentes - online, sistemas móveis e pela televisão.

‘Fui chamado de misógino’

O artigo foi parcialmente uma resposta às minhas próprias experiências de ver parentes e pacientes que haviam sido violentos para os parceiros. Eu desprezava-os enquanto era criança e enquanto era adolescente, mas com mais maturidade e educação, vim a entender que a sublevação social que havia sido forçada sobre eles devido à migração era uma forma de humilhação.

Fui chamado de misógino e culpador de mulheres. Mensagens ameaçadoras foram deixadas no local onde exerço a minha profissão. Devido aos ataques públicos ao meu carácter, as enfermeiras do meu hospital psiquiátrico em Sydney ocidental chamaram-me à parte para aplicar sobre mim as técnicas de aconselhamento. "Você irritou algumas pessoas, doutor. Você está bem?" Este encontro ocorreu no preciso momento em que alguns pacientes reais ameaçavam causar danos a si próprios na enfermaria.

Depois de sugerir que a violência é uma expressão de stress subjacente, fui transformado num agressor de mulheres e misógino que ainda se agarrava ao patriarcado. Está tudo bem quando se tenta entender aqueles sancionados como vítimas bona fide oprimidos pelo poder, mas aqueles que são vistos como opressores privilegiados não têm o direito de serem alvo de acções de esclarecimento.

A saga recebeu mais atenção devido ao facto de eu estar intimamente associado ao movimento "White Ribbon", uma campanha onde os homens usam uma fita em forma de loop em torno do seu peito, e encorajam outros homens a não atacar as mulheres. A minha cara foi uma das cinco a estar presente nesta campanha.

Eu cheguei a ir para o Paquistão, há alguns anos atrás, como forma de expandir a campanha por lá, financiada pela AusAid. Encontrei-me com furtivos activistas masculinos na cosmopolita cidade de Lahore, com vítimas femininas na bastião do Sufismo em Multan, e com radicais que foram agitados  com a noção da violência contra a mulher chegar a ser estigmatizada na capital da madrasah do Paquistão, a cidade do deserto com o nome de Bahawalpur.

Uma ‘aparência de racionalidade’

Entretanto, as feministas Ocidentais continuam focadas em tópicos da elite tais como o pagamento das mulheres que fazem parte de conselhos directivos, ou os salários de actrizes milionárias de Hollywood, tal como lamentado pela Patricia Arquette durante os Óscares.

A polemista da Fairfax, Clementine Ford, descrita por Andrew Bolt como "uma feministas qualquer com tatuagens visíveis", criticou os meus pontos de vista por usar a mais engenhosa e mais privilegiada ferramenta do patriarcado, a "aparência de racionalidade". Ela ilustrou o ridículo do feminismo moderno quando este é criticado por ser um movimento com ódio aos homens escrevendo:

Não tenho tempo para os sentimentos coitadinho-de-mim dos homens.

Duas noites depois do meu artigo ter sido publicado, Tim Watts falou no Parlamento federal em favor da minha demissão. Eu observei surpreso com tudo isto. Uma tele-conferência de emergência foi levada a cabo com os administradores da White Ribbon. Eles exigiram uma declaração de esclarecimento, apenas para publicarem um comunicado de imprensa no dia seguinte delineando a forma como a CEO Libby Davies se encontrava chocada e lamentava os meus pontos de vista.

Eu não lamentava os meus pontos de vista, mas sim que eles haviam sido totalmente mal-representados. A contradição foi salientada ainda mais pelo conselheiro científico-chefe da White Ribbon da Austrália, o Dr Michael Flood, que havia co-escrito vários artigos por toda a região confirmando a fragilização dos homens como um factor em crescimento por trás da violência contra as mulheres.

Traidor de classe e colaborador

Um grupo Britânico que milita pelos direitos dos homens publicou uma história com o título ‘Global feminism goes into meltdown as male supporter reveals he has a mind of his own.’

Um grupo paralelo, e derivado, também chamado de White Ribbon (focado na violência contra ambos os sexos) e iniciado pela fundadora global dos abrigos para mulheres, Erin Pizzey, escreveu no seu site uma carta aberta de apoio. Fiquei a saber mais tarde que o movimento White Ribbon local se encontrava envolvido numa batalha legal com o site Canadiano por este usar o nome sem permissão. Senti-me como uma criança recém-adoptada no meio de discussões de divórcio.

As vítimas masculinas de violência enviaram-me as suas histórias de abuso e convidaram-me para falar na vindoura conferência em Toronto focada na masculinidade moderna - todas as despesas pagas. Vários académicos locais escreveram-me, sob condições estritas de anonimato, para me dizerem o quão difícil era falar abertamente e cientificamente em torno deste assunto nos seus departamentos.

O colega psiquiatra e escritor Marxista, o Dr Tad Tietze, disse-me que eu era visto por algumas secções da Esquerda como o "Tio Tom", termo usado para qualificar traidores raciais. Isto causou algum impacto porque a minha esposa e a minha família haviam feito piadas em torno do facto da minha crescente intolerância para com comida carregada de chilli ser um sinal de que eu me estava a tornar num coco: escuro por fora, branco por dentro.

Fui condenado por me fazer amigo de outros traidores da minha estirpe, Judeus com ódio a si mesmos, Negros domésticos e bananas - aquelas pessoas exteriormente Chinesas mas que estão desejosas por adoptar os maneirismos da classe média Branca como forma de suavizar a sua ascensão social.

O site da White Ribbon continuou a ser alvo de ataques com posts a exigir a minha demissão. Apesar o grupo ser sobre homens, as centenas de posts enraivecidos vinham exclusivamente de mulheres. No dia seguinte, a White Ribbon emitiu um comunicado afirmando que os apelos para a minha demissão eram tão persistentes que eu havia sido contactado para sair.

Num reviravolta final em perfeito acordo com a natureza totalitária de todo o episódio, para que eu fosse readmitido, eu teria que me submeter a um programa de recompromisso para garantir que os meus pontos de vista estavam de acordo com o movimento. Eu guardei a minha fita branca numa gaveta no porão, e timidamente voltei para o meu emprego, não mais como embaixador da causa, e voltei a escrever prescrições para drogas psico-activas.


Dr Tanveer Ahmed é um psiquiatra, comentador mediático, e autor
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4 comentários:

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