domingo, 29 de dezembro de 2013

O bigode como uma forma de opressão racista e sexista

Modificado a partir do texto de Mark Richardson

É com orgulho que declaro que o Movember teve início aqui am Melbourne, em 2004. Se ainda não estão familiarizado com o conceito, Movember é o movimento de caridade durante o qual os homens deixam crescer os bigodes como forma de sensibilizar as pessoas para as doenças que afectam os homens, tais como o cancro da próstata.

O Movember espalhou-se por todo o mundo, mas deparou-se com uma voz crítica no mundo académico: Arianne Shahvisi. Ela queixa-se dos homens que deixam crescer os bigodes devido a "perniciosas conotações de genero e raciais associadas à práctica." Que prácticas perniciosas são essas? Bem, aqui temos que entender a lógica torcida.

Segundo a Arianne Shahvisi, se os homens brancos deixam crescer o bigode por motivos caridosos, isso separa os homens de outras etnias (que têm um bigode permanente) dos demais:

Com um largo número de homens de etnias minoritárias - por exemplo, Curdos, Indianos, Mexicanos - a usar bigodes com u significado cultural ou religioso, o Movember reforça a "separação" dos "estrangeiros" por parte da maioria branca, normalmente sem barba e sem bigode.

É um bocado fora do comum pensar que as barbas e os bigodes não fazem parte da cultura Ocidental. Eu usei uma barba densa quando estava na casa dos 20, e se voltarmos aos anos 1800, era muito comum os homens ocidentais terem pêlos faciais. Mas até isso é qualificado de "racista" por parte de Arianne Shahvisi. ela pensa que os bigodes ocidentais são um lembrete da colonização Ocidental desse século:
Não estamos só a considerar uma configuração arbitrária do pêlo facial, mas uma que tinha uma conotação particular e imperial dos homens Britânicos da geração dos nossos avós e que hoje tem um um significado cultural distinto para os homens de certos grupos étnicos. Os bigodes, mesmo que os "mo-bros" [fraternidade Movember]  não queiram que os seus tenham, estão carregados de simbolismo.
As queixas de Arianne Shahvisi não acabam por aqui. Ela acredita que os bigodes não são suficientemente inclusivos visto que as homens podem deixar crescer um bigode mas as mulheres não:
Para além disso, a exclusividade do Movember merece uma análise. Para começar, só os homens (e mesmo entre eles, só alguns homens) podem deixar crescer um bigode. A decisão de se focar no bigode para sensibilizar as pessoas em torno dos assuntos relativos à saúde masculina pode parecer pertinente ... mas reforça a ideia regressiva de que a masculinidade centra-se na química corporal e não na identidade de género, e marginaliza os grupos de homens [sic] que batalham para deixar crescer pêlos faciais, tais como os homens-trans.

Em solidariedade com Movember, algumas mulheres relaxaram também a sua etiqueta em torno da depilação durante o "No Shave November" [Novembro Sem Barbear]. Em vez de serem recebidas com as mesmas palavras de encorajamento provocativo, muitas foram sujeitas a abuso feroz nas redes sociais, o que reflecte o grau te intolerância em relação aos pêlos femininos...
Para além disso, Shahvisi não gostas das festas Movember porque segundo ela, elas mais não são que,
homens brancos jovens a ridicularizar as minorias... Através de 9 cidades do Reino Unido, os participantes usaram roupas que fazem pouco das minorias raciais ... e a comunidade lgbt .... celebra a guerra e o imperialismo (cowboys munidos de armas, generais coloniais com capacetes, e soldados de cavalaria com chapéus desleixados), e emulam personagens racistas fictícias e estereótipos sexistas (tais como "Ditador" Aladeen com um harém de guarda-costas do sexo feminino, imitadores do Hulk Hogan, e operários das construções com chapéus duros).

Enquanto isso, as participantes femininas usam uniformes que hoje parecem ajustadas para qualquer ocasião, mas, na verdade, não serve para nenhuma: coelhinhas da Playboy, enfermeiras, chefes de torcidas. Sem surpresa alguma, a mulher considerada a mais bonita ou a melhor vestida leva o título de "Miss Movember".

Em oposição a este Carnaval de normatividade, uma t-shirt com o oficial "Bigodes contra o Establishment" parece particularmente hipócrita e vazia. Esta cultura encontra-se resumida na linguagem do site, que é ele próprio uma lição em como reforçar as concepções tradicionais da masculinidade (vejam: "combatam o bom combate", "exército do bigode", "esvoaçando a bandeira"), precludindo mais uma vez o ostensivo objectivo de quebrar as normas que forçam [sic] os homens a adoptar papéis pré-programados...
Resumindo:
  • Arianne Shahvisi tem uma imagem do homem branco como sendo um sub-humano opressor de todos. Só podemos imaginar o que irá na sua cabeça quando ela vê um homem branco na rua.
  • Ela preocupa-se que o Movember seja um "Carnaval de normatividade".
  • Ela não gosta na masculinidade normal, mesmo quando ela é expressa em frases motivadoras como "combate o bom combate". Ela parece acreditar que o objectivo certo da sociedade é quebrar as normas masculinas.
Conclusões? A coisa mais óbvia do artigo de Arianne Shahvisi é que embora ele supostamente seja contra o racismo e contra o sexismo, ele é de facto uma diatribe desagradável contra o homem branco, e consequentemente, um artigo racista e sexista. Não poderia ser mais óbvio que Arianne Shahvisi olha para o homem branco como um ser excepcional, mas de forma negativa. 

É bem provável que no futuro nós sejamos presenteados com mais coisas como este artigo. O mundo académico esquerdista parece disposto a seguir a ideia das micro-agressões", onde coisas mínimas e aparentemente inofensivas são reveladas como actos de agressão contra as minorias. Não creio que isto abone em favor da esquerda académica. Na verdade, isto coloca a esquerda académica em maus lençóis, aparentando agir em má-fé, tal como na crítica de Arianne Shahvivi ao Movember..



8 comentários:

  1. Quando penso que o Papai Noel racista, já estava indo longe demais, chega outro caso e surpreende.

    Já ouvi falar também de esquerdistas escrevendo colunas que vão até contra o instinto de sobrevivência humana: que preferem ser mortos por gangues do que serem chamados de racistas.

    É o que falo: a esquerda é tão programada moralmente a achar que qualquer coisinha é racismo (bem como quer programar e programa a população também), que quaisquer críticas aos negros e outras minorias, já querem acusar as pessoas disso (e intimidá-las) e o curioso é que o racismo, para a esquerda, é sempre dos brancos contra negros, nunca dos negros contra os brancos, o que a mídia e a esquerda em geral insiste em dizer que não acontece e censurar, quando os acontecimentos estão demonstrando cada vez mais o contrário: http://violenceagainstwhites.wordpress.com/

    Isso acaba sendo ruim para os próprias minorias: negros matam muito mais negros e brancos por ano do que o contrário nos EUA e a mídia não fala nada, mas quando um branco, ou às vezes um latino, mata um negro, como o caso do Trayvon Martin, a mídia cai em cima.

    Já li em um site, racismo está sendo uma palavra mais para intimidar as pessoas, como uma arma poderosa, capaz de derrubar exércitos inteiros e não para fazer justiça.

    Como já dizia o blog do Mr. X: "É preciso poder falar mal das minorias - para o próprio bem delas".

    Há um documentário excelente no youtube, que mostra a reação das pessoas em relação ao racismo: quando os brancos levam vantagem sobre os negros em certas áreas, para muitas pessoas é racismo, mas quando negros ou asiáticos levam vantagens sobre os brancos, aí, já está ok. Sem contar quando o entrevistador pergunta as pessoas o racismo que elas vêem no seu cotidiano e as respostas são hilárias: até um olhar para um negro é racismo!

    No final, quando o entrevistador faz algumas perguntas reflexivas a elas sobre o que está acontecendo com os brancos atualmente, que correm o risco de se tornarem minorias, bem como outras coisas ruins, elas não sabem o que dizer (principalmente uma branca esquerdista - o tipo de gente que mais condena o racismo contra os negros e ao mesmo tempo mais critica sua própria raça): http://www.youtube.com/watch?v=A6U13jc9XmM

    Racismo tinha que ser no máximo como um xingamento e olhe lá... e tem que ser olhado os brancos também, o que NUNCA acontece e não como esse exagero em que qualquer criticazinha aos negros a pessoa tem que ser duramente crucificada... e não como crime inafiançável, como diz a própria Constituição Brasileira, no inciso XLII, do Artigo 5º (e curiosamente se algum bêbado atropelar e matar alguém, pode ser solto se pagar fiança, pois não é crime inafiançável, mas racismo é).

    Chega disso!

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    1. Saco cheio dessa palhaçada já, bando de idiotas úteis de merda!!!! Faz muito tempo que noto essa situação ridícula e covarde por parte da esquerda podre.

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    2. Evandro,
      Atenção aos palavrões e ao calão. Deixei passar este comentário porque é o primeiro. No futuro, evita usar esses termos. se faz favor.

      Obrigado.

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    3. "Racismo tinha que ser no máximo como um xingamento e olhe lá... e tem que ser olhado os brancos também, o que NUNCA acontece e não como esse exagero em que qualquer criticazinha aos negros a pessoa tem que ser duramente crucificada"
      Tolerância libertadora. Marcuse explica

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    4. Tolerância apenas ao que eu gosto já tem um nome: intolerância. Mais uma vez vemos a técnica de duplipensar explicitada por Orwell em ação. E mesmo os marxistas sabendo que estão errados, eles tem a certeza de que estão certos.

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  2. Acho que parei por aqui.

    Acredito que vai faltar hospício para tantos doentes terminais.

    Torço para que não faltem camisas-de-força.

    Não consigo entender sequer o que se quis dizer com a frase:

    "Com um largo número de homens de etnias minoritárias - por exemplo, Curdos, Indianos, Mexicanos - a usar bigodes com u significado cultural ou religioso, o Movember reforça a "separação" dos "estrangeiros" por parte da maioria branca, normalmente sem barba e sem bigode."

    Será que sou um analfabeto funcional ou estão confundindo loucuras com razões?

    Como alguém normal tem coragem de escrever isso?

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  3. Somente para concluir este tema, gostaria de citar que a melhor forma do ocidental se vestir é não se vestir.

    Qualquer que seja o vestuário por nós utilizado será ofensivo para alguma minoria, desde o tênis da Nike até uma cueca Zorba.

    Por isso, recomendo que os homens e principalmente as mulheres comecem a andar sem roupa.

    É claro que eu adoraria que as mulheres aderissem a essa moda.

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  4. Infelizmente acabou acontecendo um caso horrível aqui no Brasil, que mostra perfeitamente bem como as pessoas são programadas moralmente a achar que racismo é a pior e mais abominável coisa do mundo, quando matar pessoas não:

    Um motorista bêbado, matou uma mulher grávida, junto com seu amigo recentemente no ano novo e no entanto, vai ser solto por pagar fiança em um valor bem baixo: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2014/01/apos-morte-de-gravida-em-acidente-motorista-paga-fianca-de-r-108-mil-sao-carlos.html

    No entanto, se alguém chamar um nego de negão, às vezes até em um tom brincalhão e o juiz entender que é racismo, a pessoa será presa e não pode pagar fiança.

    Esse é o Brasil.

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