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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pode o uso da pílula acabar com um relacionamento?



Por Melinda Wenner

Durante este ano 2,25 milhões de americanos vão-se casar - e 1 milhão pedirão o divórcio. Será que as pílulas para o controle de natalidade são responsáveis por alguns destes divórcios? Estudos recentes sugerem que a pílula contraceptiva - que impede as mulheres de ovular enganando o corpo de modo a que este acredite que a mulher está grávida - pode afectar o tipo de homens que a mulher deseja.

Tudo gira em torno do cheiro. Escondido no odor do marido encontram-se pistas dos genes do seu complexo principal de histocompatibilidade (inglês: "major histocompatibility complex" - MHC), que desempenham um papel importante na vigilância do sistema imunológico.

Estudos demonstram que as fêmeas preferem odores de machos cujos genes MHC sejam distintos dos seus . . .; casais com genes MHC distintos são menos susceptíveis de pertencerem a um homem e uma mulher geneologicamente próximos, e com genes semelhantes, e como tal, os seus filhos nascerão com uma variedade MHC superior e - como consequência - com um sistema imunitário mais robusto.

No entanto, um estudo públicado em Agosto último na "Proceedings of the Royal Society B", sugere que as mulheres que estão a tomar a pílula atravessam uma modificação em relação aos homens que partilham genes MHC similares. As mulheres que tomaram parte do estudo, quando comparadas com as mesmas mulheres durante o período anterior ao início da ingestão da pílula, eram mais susceptíveis de classificar o cheiro dos homens geneticamente similares (através duma T-shirt que eles haviam usado durante duas noites) como agradável e desejável depois delas terem iniciado o consumo da pílula.

Embora ninguém saiba o porquê da pílula afectar a atracção, alguns cientistas acreditam que a gravidez - ou, neste caso, as modificações hormonais que imitam a gravidez - aproximam as mulheres de parentes mais dados a cuidar de crianças ("nurturing relatives").

As mulheres que começam ou param de tomar a pílula podem, portanto, ter problemas nos relacionamentos. Um estudo publicado no ano passado na   "Psychological Science" apurou que as mulheres que se encontravam emparelhadas com homens com genes MHC semelhantes estavam sexualmente menos satisfeitas e mais susceptíveis para trair os companheiros que as mulheres que estavam junto a homens com genes MHC distintos.

Portanto, uma mulher que esteja a tomar a pílula, por exemplo, pode começar a namorar um  homem com genes MHC similares, que, mais tarde, lhe pode deixar sexualmente menos satisfeita. Então, se ela pára de tomar a pílula durante o relacionamento, as alterações hormonais associadas irão atrair-lhe ainda mais para um homem com um MHC diferente.

"Estes genes do sistema imuntário podem ter um efeito poderoso na forma como os relacionamentos são cimentados", afirma Craig Roberts, psicólogo da Universidade de Liverpool. 



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