Há alguns dias atrás, na Newsnight da BBC, a escritora feminista Naomi Wolf alongou-se num discurso exaltado - e sem fundamento - sobre os perigos existentes com os implantes mamários. Só depois de ter despejado uma conjugação de argumentos em torno dos riscos médicos que ela diz estarem associados aos implantes mamários é que ela nos lembrou de dizer que não é uma cientista.
Como geralmente acontece quando as pessoas não têm a ciência do seu lado, a feminista recorreu à propagação do pânico como forma de compensar a sua falta de racionalidade, demonstrando as suas nobres habilidades como uma moralista condescendente.
Durante a sua aparência na televisão nacional, e em frente a uma audiência composta por mulheres que haviam recorrido à medicina para aumentar os seus seios, Wolf - autora do livro The Beauty Myth (o Mito da Beleza) - alegou que os implantes nos seios eram a causa de desordens no sistema auto-imunitário tais como a lúpus.
As suas alegações alimentaram um debate recorrente (em torno dos implantes nos seios) que teve início no início deste ano quando se descobriu que alguns implantes haviam sido feitos com silicone de classe industrial e não de classe médica.
Eu [Gabrielle Shiner] também não sou cientista mas eu sei como fazer a minha própria pesquisa. A Lupus Foundation of America, entre outras, claramente diz que, ‘não existem evidências científicas que demonstram uma relação causa-efeito entre implantes de silicone e lúpus.’
Estudos mais demorados demonstraram que tais desordens no sistema auto-imunitário são igualmente comuns entre as mulheres sem implantes nos seios, removendo qualquer tipo de fundamento em torno da existência de relação de casualidade entre ambas.
Quando a ministra da saúde pública governamental Anne Milton tentou tranquilizar a audiência da Newsnight para a segurança dos implantes franceses, Wolf acusou-a de mentir às mulheres e de não ser competente para a sua posição.
O que aconteceu na Newsnight não foi uma passo firme para proteger as mulheres mas sim o reles uso de tácticas de medo contra as mulheres que querem alterar a sua aparência através da cirurgia plástica. Essencialmente, o que se encontra por trás deste debate sem sentido é o medo ridículo dos seios falsos tomarem conta dos aparentemente susceptíveis cérebros femininos.
Atiçar a histeria em torno dos implantes nos seios envergonha as mulheres e pressiona-as a rejeitar estes procedimentos tendo como base o medo e má informação e não a sua análise pessoal.
Naomi Wolf, e muitas outras incontáveis feministas, não só alegam estar num lugar moral superior, como se apresentam como as cavaleiras nas armaduras reluzentes que lutam para iluminar e pôr em liberdade as massas de donzelas ignorantes que internalizaram noções misóginas de beleza.
Mas não há nada de heróico em evitar um argumento racional e depender do bullying psicológico como forma de avançar uma agenda.
Naomi Wolf, e as outras, ficam histéricas com a ideia das mulheres serem socialmente impelidas a conformarem-se a um certo padrão de beleza. No entanto, estas feministas não se opõem ao conformismo das mulheres mas sim ao facto das mulheres se conformarem a padrões que as feministas não aprovam.
Não tendo motivos para justificar a sua posição moral em relação às outras, este ramo do feminismo recorre à fofoca amedrontadora e à retórica condescende como forma de manipular as mulheres e forçá-las a ajustarem-se à visão feminista.
Este tipo de feminismo inseriu toda uma narrativa de "exploração" em todo o espectro da vida cosmética. A cirurgia plástica, em particular, tende a ser usada como símbolo dos desastrosos efeitos da cultura misógina e não como situações onde mulheres pensantes e independentes recorrem a este procedimento pelos mais variados motivos.
Mas mesmo que acreditemos nesta história, onde é que traçamos um limite? Quando é que definir a nossa identidade estética e tentar ficar mais atraente se tornaram sinais de que os nossos cérebros foram totalmente dominados pelos homens?
As mulheres devem ser livres para tomar decisões por elas mesmas - e tratar os seus corpos da forma que elas queiram - sem enfrentar a raiva moralista do clã da Naomi Wolf. Qualquer pessoa que queira levar a cabo qualquer tipo de cirurgia deve-se inteirar dos riscos inerentes mas ser livre para exercitar o seu julgamento sem ser bombardeada com campanhas publicitárias sem fundamento proveniente de moralistas ultra-zelosas.
Em vez de descreverem as mulheres como incorrigíveis vítimas físicas e mentais da misoginia, as feministas deveriam deixar o histerismo para trás e tomar parte de debates racionais que respeitam os diversos valores das mulheres como indivíduos independentes.
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A Naomi Wolf e o resto das elites femininas eruditas deveriam abandonar o papel de salvadoras e dialogar com as outras mulheres da forma inteligente e digna que nós merecemos.
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Mais um exemplo cabal que demonstra a natureza anti-mulher do feminismo. Curioso que ainda haja mulheres que se identificam com um movimento que lhes têm em tão pouca consideração.
Qual é o problema da mulher modificar o seu corpo (de forma saudável) de modo tornar-se mais atraente aos olhos dos homens? Desde quando é que querer ficar bonita para os homens é um sinal de "misoginia internalizada"?
É certo que uma desproporcional percentagem das feministas se identifica com o lesbianismo ("Feminism is the theory; lesbianism is the practice" - atribuída a Ti-Grace Atkinson), no entanto, a esmagadora maioria das mulheres, conscientemente ou não, busca atrair a atenção, o desejo e o carinho masculino.
Isto pode ser embaraçoso/problemático para as feministas (especialmente para as lésbicas) mas é algo que é fundamental para a continuação da espécie humana.
Portanto, esta demonização que as feministas fazem às mulheres que modificam o seu corpo segundo os gostos masculinos são contraproducentes e divisivos. Será que as feministas têm as mulheres em tão pouca consideração que não lhes reconheçam maturidade suficiente para tomar decisões em relação ao seu próprio corpo? Será preciso uma elite não-representativa para tomar decisões que são do foro pessoal?
Ou será o feminismo uma ideologia política que visa usar a mulher para atingir um fim político?
As feministas nunca foram tímidas em anunciar a destruição da unidade da família natural como um dos seus objectivos. Provavelmente a sua revolta perante comportamentos que aproximam os homens das mulheres faça parte do seu jogo de poder no seu plano de destruição da instituição mais importante duma sociedade funcional.
Símbolo que melhor descreve o feminismo.