quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os véus académicos em torno da violência doméstica

Existem milhões de pessoas compassivas e amorosas por toda a América a quem lhes foi dada informação errada em torno da violência doméstica. Através dos anos, os média e os círculos académicos forneceram ao público um fluxo constante de informação que indica que as mulheres são as únicas vítimas de violência doméstica, e os homens os únicos perpetradores. Fomos todos enganados; o que a maior parte de nós não sabe é que a decepção foi intencional e veio da comunidade científica.

Por mais difícil que seja de aceitar, isto é algo indisputável. Mais e mais tem sido revelado sobre a simetria de vitimização na violência doméstica entre homens e mulheres.  Um dos avanços importantes na identificação da decepção foi um artigo escrito por de Murray Straus Ph.D. Há já algum tempo que Straus tem sido um aclamado pesquisador da violência familiar e interpessoal. No seu artigo, ele revela as formas como esta informação errada tem sido intencionalmente propagada através das "pesquisas". Ele revela 7 formas através das quais a verdade tem sido distorcida.

O artigo, fascinante e sóbrio, revela a forma como os pesquisadores, sem mentir, foram capazes de distorcer as coisas e dar a impressão de que o que eles revelam é algo que nós não sabíamos. Todos nós sabemos que mal a pesquisa é publicada, os média agarram-se a ela e imprimem os resultados como se fossem um evangelho. Devido a isto, pode-se dizer que os média foram os megafones usados para propagar a informação falsa mal esta foi apresentada nas publicações científicas.

Recomendo a leitura da reportagem de Straus por inteiro, e ela pode ser encontrada aqui.

Analizemos as 7 formas uma a uma.
  • 1. Supressão das evidências
A primeira forma de decepção que Straus descreve é a supressão de evidências. Os pesquisadores fazem perguntas aos homens e às mulheres, mas só reportam as respostas das mulheres. Esta metade-da-história deixa os leitores com a impressão de que só as mulheres são vitimas de violência doméstica embora os pesquisadores tivessem na sua posse as respostas dos homens (mas tivessem escolhido não as reportar). Os dados em torno das vitimas masculinas foram pura e simplesmente enterradas e os dados das vítimas femininas reportadas. Straus discute o relatório com o nome de "O Estatuto da Mulher" (feito em Kentucky no final dos anos 70), que foi o primeiro a usar esta estratégia. Eles recolheram os dados de homens e mulheres mas só as vítimas femininas foram discutidas nas publicações.

O método científico depende de se gerar um hipótese e testá-la. Se por alguém obtém dados que se encontram em oposição à hipótese, isto é tão importante como obter dados que estão de acordo com a hipótese, sendo até úteis para a rever e a modificar. Ignorar os dados que nós próprios recolhemos só porque eles estão em contradição com a hipótese é o pináculo da rejeição dos fundamentos da investigação cientifica.
  • 2. Evitar Obter Dados Inconsistentes Com a Teoria da Dominação Patriarcal
O segundo método descrito por Straus foi o de simplesmente não fazer perguntas que pudessem gerar respostas que não eram as desejadas. As pesquisas perguntavam às mulheres àcerca da sua vitimização, e perguntavam aos homens àcerca do seu papel como perpetradores, mas falhavam ao não perguntarem às mulheres sobre os seus actos violentos, e ao não perguntarem aos homens sobre o seu papel como vítimas. Se por acaso nós fizermos perguntas que só lidam com metade do problema, então de certeza que a nossa conclusão só terá metade das respostas.

Straus ressalva uma palestra que ele deu no Canadá onde ele avaliou 12 estudos em torno da violência doméstica.  Dez dos doze estudos só fizeram perguntas em torno da mulher como vítima e o homem como perpetrador. Se nós não fizermos as perguntas, de certeza que não teremos as respostas. Publicar meias-verdades é enganar de modo deliberado.
  • 3. Citar Apenas Estudos que Demonstram o Homem como Perpetrador
Straus revela um número de situações onde os estudos ou os documentos oficiais só citavam outros estudos que revelavam a mulher como vítima e os homens como perpetradores. Ele usa o Comunicado de Imprensa do Departamento de Justiça como um exemplo dum documento oficial que cita dados da "predominância durante a vida" porque estes revelavam maioritariamente os homens como perpetradores. Eles omitiram a referência aos "dados do ano passado" embora estes fossem muito mais exactos uma vez que revelavam que as mulheres levavam a cabo 40% da violência nas relações.

O artigo de Straus mostra artigos de revistas cientificas e nomeia organizações tais como as Nações Unidas, a "World Health Organization", o "US Department of Justice" e outros que usam esta táctica de modo a passar a imagem de que as mulheres são as vítimas primárias da violência doméstica e os homens os perpetradores primários.

4. Concluir Que os Resultados Estão De Acordo Com As Crenças Feministas Quando Eles Não Estão

Straus mostrou um exemplo dum estudo de Kernsmith (2005) onde o autor alegou que a violência feita pelas mulheres era muito provavelmente em legítima defesa embora os dados que poderiam servir de apoio a esta crença não existissem. Aparentemente ele fez esta alegação sem qualquer tipo de evidência que a pudesse confirmar.

Straus mostrou que a categoria da legítima defesa era primariamente mais sobre a raiva e a coerção e não sobre a legítima defesa, mas isto não impediu o pesquisador de alegar os resultados errôneos que, naturalmente, pudessem ser mais tarde citados como "evidênckia" de que tais dados existiam.
  • 5. Gerar "Evidências" Através da Citação
O efeito “woozle” é descrito por Straus como um que ocorre quando "citações frequentes de publicações prévias ausentes de evidências de apoio levam-nos a pensar que tal evidência existe." Ele lista o estudo de Kernsmaith e o relatório da "World Health Organization" como exemplos. Ambos alegam (sem qualquer tipo de evidência) de que a violência feita pelas mulheres é maioritariamente em legítima defesa. As alegações foram citadas repetidamente e as pessoas eventualmente começaram a acreditar que estas alegações eram verdadeiras.
  • 6. Obstruir a Publicação de Artigos e Obstruir o Financiamento de Pesquisas que Podem Contradizer a Ideia de que a Dominação Masculina é a Causa da Violência Pessoal
Straus menciona dois incidentes que ilustram a sua alegação. Um foi um apelo feito em Dezembro de 2005 pela "National Institute of Justice" para que fossem enviados artigos em torno do tópico da violência entre parceiros onde se dizia que "propostas que se determinem a investigar a vitimização masculina não serão consideradas." Outro foi uma objecção levantada por um crítico das suas [de Straus] propostas devido ao facto dele ter dito que "a violência dentro dos relacionamentos é um problema humano."

Ele declarou também que "o padrão mais frequente é a auto-censura por parte de autores que temem o que a publicação de tais estudos pode fazer à sua reputação, e, no caso de estudantes, o que esse estudo pode fazer à sua habilidade de obter um emprego.
  • 7. Importunar, Ameaçar e Penalizar os Pesquisadores que Produzem Evidências que Contradizem Crenças Feministas.
Straus revela detalhadamente incidentes onde pesquisadores (que descobriram evidências de simetria sexual na violência doméstica) foram importunados ou ameaçados. Ele descreve um certo número de instâncias tais como ameaças de bombas em eventos pessoais, a negação de posição catedrática nas universidades (inglês: "tenure"), negação de promoções e "gritos e bater de pé" durante apresentações orais (como forma de as perturbar). Ele lembra-se de ser chamado de "espancador de mulheres" como forma de o denegrir, e denegrir o resultado do seu trabalho científico.

Straus conclui afirmando que "um clima de medo tem habitado dentro das pesquisas e das publicações dedicadas  ao estudo da simetria sexual na violência pessoal." As suas palavras ajudam-nos a entender os motivos que levam a que o nosso público esteja tão convencido de que as mulheres são as únicas vítimas da violência doméstica e os homens os únicos perpetradores. Isto acontece como o resultado de anos e anos de pesquisas a contar só metade da história, e quando nós só recebemos metade da história e consideramos toda a verdade, é bem provável que nós formemos um muro protector em redor da versão limitada da verdade, e condenemos ao ostracismo aqueles que podem nos disponibilizar explicações diferentes.

O assunto é tornado ainda mais complexo devido ao facto dos média terem agido como megafones de metade da história, que entretanto emergiu como "conhecimento comum", e não nos terem revelado os dois lados da história. Basicamente, isto é má informação. O que isto nos demonstra é que temos que ficar bem alertas em torno das pesquisas sociais. O artigo de Straus ajudou-nos de uma forma imensa aos nos revelar como uma pesquisa pode ser montada de modo a criar a ilusão de estar a dizer a verdade (quando não está).
Embora, tecnicamente, os pesquisadores não estejam a mentir, o resultado final é semelhante uma vez que produz apenas uma imagem parcial da realidade da violência doméstica, deixando as pessoas sem os detalhes com os quais eles podem completar a realidade da situação. É uma boa ideia analisar a forma como cada estudo obtém os dados, a natureza exacta das pessoas usadas como sujeitos, e a conclusão que é feita no final do estudo. Importa também ver se a dita conclusão está de acordo com os dados recolhidos.

Por Tom Golden



4 comentários:

  1. O mais estarrecedor dessa história é que as maiores vítimas de violência doméstica são simplesmente ignoradas, jogadas pra debaixo do tapete: as crianças. Pois isso iria revelar que os maiores perpetradores da violência contra crianças são... as mães!

    Vejam bem: não estou dizendo que todo castigo corporal é violência doméstica. Existe uma enorme diferença entre o pai/mãe que dá uma chinelada na criança quando essa passa dos limites e na voz não resolve do pai/mãe que queima o filho com cigarro, com ferro de passar e outras atrocidades.

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  2. O pai some pelos seguintes motivos (explicando, mas sem querer justificar):

    1. só queria sexo com a mãe da criança (porque ela era atraente ou "fácil", mas nunca se casaria com uma mulher dessas);

    2. não quis assumir uma família ou desistiu (sabe-se lá por quais motivos - fraqueza, desonestidade, etc);

    3. não aguentou a tormenta de uma vida com uma mulher hostil, fria, exigente e distante (elas perdem interesse por qualquer homem de bem em poucos anos - tão sem sal e sem masculinidade para elas ! - mas adoram disputar seus maridos cafajestes, ricos ou violentos com outras mulheres) e resolveu partir (muito mais comum do que se pensa, já que elas sempre aparecem como vítimas).

    As mães são campeãs em agressões a crianças.

    As mulheres não cometem tantos crimes quanto os homens porque lhes falta coragem e condições físicas para isso; além do mais, ganham dinheiro fácil com prostituição e não há necessidade de roubar ou fraudar para ganhar tal dinheiro fácil e rápido.

    Na maioria das famílias, os pais não espancam os filhos nem as mulheres.

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  3. «Hoje em dia é raro você ver uma familia constituida de mãe e pai (...)» ãã????

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  4. Acho engraçado quando eu leio coisas do tipo : "Geralmente ou pai abandona a família,ou bate nos e filhos e na mulher e no final mata ela essa é a história"

    Engraçado por saber que a opção humana de viver em sociedade e constituir família foi um dos principais aspecto no sucesso da raça humana como espécie dominante do planeta. Imagino que uma formula tão bem sucedida fosse padecida por este mal citado com tamanha frequência como é posto na opinião dada acima, o ser humano teria chegado tão longe...

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