Por Martin van Creveld
Levando em conta as notas, primeiro nas escolas e depois nas universidades, as mulheres estão a superar os homens. Para alguns, este facto, que supostamente chega depois de milénios de subjugação e opressão, é uma bênção. Mas outros há que olham para este facto como um sinal de perigo que aponta para a feminização da sociedade que, sob o risco de perder a competitividade com outras nações mais viris, é algo que tem que ser evitado a todo o custo.
Mas é isto verdade?
Cinquenta e dois anos depois de Betty Friedan ter levantado o estandarte da revolta, só 5% dos chefes de estado são mulheres; segundo a lista da Forbes relativa aos 10 executivos empresariais mais bem pagos dos Estados Unidos, nenhum deles é uma mulher. Olhando mais abaixo na lista, a situação não é muito diferente. A diferença de rendimento é tão grande hoje como o era no tempo dos Romanos onde, levando tudo em conta, as escravas valiam cerca de 2/3 dos que valiam os escravos.
Factos semelhantes poderiam ser citados indefinidamente, e eles mostram que, hoje, e como sempre foi o caso, quanto mais nós subimos na hierarquia, menos mulheres encontramos. Se levarmos a cabo alguns cálculos, e assumido que a tendência actual se mantém, só no espaço de 150 anos é que a diferença de rendimento terá o seu fim. Isto, claro, se isso algum dia vier a acontecer, algo que eu duvido muito.
Como é que podemos explicar estes factos? A interpretação padronizada, avançada por inúmeros feministas um pouco por todo o mundo, é discriminação. Esta ideia tem a vantagem de conferir às mulheres a oportunidade de se sentarem num ponto moralmente mais elevado. Para além disso, esta explicação permite também que as mulheres perturbem e cheguem até a intimidar os homens - dentro e fora dos tribunais; há poucas coisas mais difíceis de refutar, e poucas coisas mais susceptíveis de destruir a carreira profissional dum homem, que a acusação de ter discriminado uma funcionária.
A dificuldade com este argumento é que em todos os países desenvolvidos as mulheres são a maioria da população. A sua percentagem dentro do número de pessoas a trabalhar está também muito próxima da percentagem masculina. A forma como, dentro duma democracia, a maioria pode discriminar uma minoria é fácil de explicar; partes da Constituição Americana foram feitas precisamente para impedir isso. Este facto faz com que a explicação seja pouco provável. A menos que - como vamos ver de seguida, vamos ver que há motivos para pensar assim - sejam as próprias mulheres a discriminarem-se a elas mesmas.
Seguem algumas possíveis explicações:
Levando em conta as notas, primeiro nas escolas e depois nas universidades, as mulheres estão a superar os homens. Para alguns, este facto, que supostamente chega depois de milénios de subjugação e opressão, é uma bênção. Mas outros há que olham para este facto como um sinal de perigo que aponta para a feminização da sociedade que, sob o risco de perder a competitividade com outras nações mais viris, é algo que tem que ser evitado a todo o custo.
Mas é isto verdade?
Cinquenta e dois anos depois de Betty Friedan ter levantado o estandarte da revolta, só 5% dos chefes de estado são mulheres; segundo a lista da Forbes relativa aos 10 executivos empresariais mais bem pagos dos Estados Unidos, nenhum deles é uma mulher. Olhando mais abaixo na lista, a situação não é muito diferente. A diferença de rendimento é tão grande hoje como o era no tempo dos Romanos onde, levando tudo em conta, as escravas valiam cerca de 2/3 dos que valiam os escravos.
Factos semelhantes poderiam ser citados indefinidamente, e eles mostram que, hoje, e como sempre foi o caso, quanto mais nós subimos na hierarquia, menos mulheres encontramos. Se levarmos a cabo alguns cálculos, e assumido que a tendência actual se mantém, só no espaço de 150 anos é que a diferença de rendimento terá o seu fim. Isto, claro, se isso algum dia vier a acontecer, algo que eu duvido muito.
Como é que podemos explicar estes factos? A interpretação padronizada, avançada por inúmeros feministas um pouco por todo o mundo, é discriminação. Esta ideia tem a vantagem de conferir às mulheres a oportunidade de se sentarem num ponto moralmente mais elevado. Para além disso, esta explicação permite também que as mulheres perturbem e cheguem até a intimidar os homens - dentro e fora dos tribunais; há poucas coisas mais difíceis de refutar, e poucas coisas mais susceptíveis de destruir a carreira profissional dum homem, que a acusação de ter discriminado uma funcionária.
A dificuldade com este argumento é que em todos os países desenvolvidos as mulheres são a maioria da população. A sua percentagem dentro do número de pessoas a trabalhar está também muito próxima da percentagem masculina. A forma como, dentro duma democracia, a maioria pode discriminar uma minoria é fácil de explicar; partes da Constituição Americana foram feitas precisamente para impedir isso. Este facto faz com que a explicação seja pouco provável. A menos que - como vamos ver de seguida, vamos ver que há motivos para pensar assim - sejam as próprias mulheres a discriminarem-se a elas mesmas.
Seguem algumas possíveis explicações:
1. As notas não significam assim tanto como as pessoas pensam.
Se sim. porque é que há mais de um século as mulheres têm tido melhores notas que os homens? Pode-se alegar que as qualidades necessárias para se ter sucesso na escola - principalmente a habilidade de ficar quieta e a habilidade de repetir o que o professor diz - são muito diferentes das qualidades necessárias para se triunfar na vida. Levemos em conta as carreiras de pessoas muito bem sucedidas tais como Bill Gates e Steven Jobs, duas pessoas que abandonaram a universidade antes de mudarem o mundo.
Ou ainda o caso de George Bush, Jr., um aluno medíocre que, é dito, só conseguiu terminar o curso em Harvard devido ao dinheiro do pai; e muitos outros exemplos poderiam ser citados, tanto do passado como do presente.
2. Nas escolas, tal como nas universidades, as mulheres tendem a escolher áreas que estão associadas a rendimentos mais baixos.
Estas são as áreas das humanísticas, áreas de ensino, trabalho social, e assim por adiante - áreas que são, ou pelo menos são vistas, como fáceis e "macias". Isto causa a que, e tal como dito por um estudioso, "as evidências à nossa disposição indiquem que as mulheres são menos conhecedoras que os homens em áreas da finança pessoal, e estes achados parecem ser verdade para uma variedade de populações."
As tentativas de se mudar esta situação, motivando as mulheres a seguir carreiras dentro da ciência e da tecnologia, remontam pelo menos até aos anos 30, quando Estaline tentou, sem sucesso, usar o seu punho de ferro em favor destas iniciativas.
3. Em média, e obviamente em relação aos homens, as mulheres são menos competitivas e menos motivadas a serem "bem sucedidas".
Um motivo possível para isto é o facto delas terem menos testosterona nos seus corpos; outro, que elas podem sempre escolher sair do mercado de trabalho encontrando um homem que pague a renda. O contrário não acontece. As estatísticas claramente mostram que casamentos onde a mulher ganha mais que o homem são muito mais susceptíveis de acabar do que aqueles onde isso não acontece. Citando as palavras dum conhecido meu, "por duas vezes me casei com uma mulher que ganhava mais do que eu - e por duas vezes elas divorciaram-se de mim"
4. Continuando com
este argumento, Douglas Kinnaird, director-administrativo de
consultoria de recrutamento da "MacDonald Kinnaird", alega que as
mulheres estão-se a discriminar a elas mesmas:
"Cinquenta e três porcento dos advogados licenciados são mulheres, e 52% dos contabilistas licenciados são mulheres. Em média, durante os últimos 25 anos, a resposta feminina que temos tido às propostas de emprego publicitadas é na ordem dos 3.7%; portanto, por cada 100 candidatos de empregos, só 3 são mulheres. Para mim, isto revela que as mulheres estão-se a discriminar a elas mesmas."
"Cinquenta e três porcento dos advogados licenciados são mulheres, e 52% dos contabilistas licenciados são mulheres. Em média, durante os últimos 25 anos, a resposta feminina que temos tido às propostas de emprego publicitadas é na ordem dos 3.7%; portanto, por cada 100 candidatos de empregos, só 3 são mulheres. Para mim, isto revela que as mulheres estão-se a discriminar a elas mesmas."
[Ed: Seria interessante saber para que tipo de emprego as outras mulheres contabilistas e advogadas se estão a candidatar]
5. Sheryl Sandberg, Directora
de Operação dentro da Facebook, e uma das poucas mulheres que se tornou
bilionária por mérito próprio, explica que há três motivos que explicam
o baixo número de mulheres em posições empresariais de topo.
O primeiro é o bom velho chauvinismo masculino. Os homens não queriam contratar mulheres, mas, e de modo fascinante, em alguns casos, as mulheres não queriam trabalhar para outras mulheres. Elas lá devem ter os seus motivos.
O segundo motivo era o de que, quando a proposta de emprego surgia internamente, as mulheres não se candidatavam; isto de certa forma ajusta-se bem com o ponto anterior.
O terceiro motivo era o de que a maior parte das pessoas avança nas empresas porque há um mentor que lhes prepara o caminho e lhes encoraja. No entanto. os homens de escalão mais elevado já não estão disponíveis para fazer isto junto das mulheres jovens devido às possíveis fofocas, ou pior. Vejam mais sobre isto no meu post com o título de “Here They Go Again,” do dia 28.5.2015.
6. Ainda existem,
na nossa sociedade, muitos empregos que exigem força física, capacidade
para lidar com o lixo, e disposição para enfrentar o perigo.
O número de mulheres que entram nestes empregos é virtualmente nulo; isto permite que homens com menos educação formal façam mais dinheiro, até mesmo mais dinheiro que mulheres com melhores qualificações profissionais.
7. A vontade de
engravidar, dar à luz, e educar crianças, sob pena de se tornar um dos
pontos mortos da natureza., ainda é muito forte.
É verdade que a idade em que as mulheres têm o primeiro filho está a subir, mas mesmo assim, 4 em cada 5 mulheres irá ter um ou mais filhos a dada altura das suas vidas, e irá investir tempo e energia a educá-los. Isto explica o porquê das mulheres, que durante a fase inicial das suas carreiras ganham o mesmo que os homens, tenderem a ficar para trás com o passar do tempo. Isto também explica o porquê das mulheres "mais bem sucedidas" serem mais susceptíveis de terem menos filhos.
8. Cada vez mais
homens estão a abandonar uma sociedade que eles consideram estar em
rota de auto-destruição, preferindo em vez disso observar as coisas de
longe [termo em inglês é "going GALT"].
Eles não vão para a universidade, eles não buscam uma carreira, e recusam-se a casar. Tal como era o caso na maior parte da África pré-moderna, e com relativa frequência continua a ser o caso nos dias de hoje, eles formam uniões temporárias com as mulheres - com o nome de “hooking up” - antes de as abandonarem com os filhos que elas podem vir a ter (ao mesmo tempo que eles passam de uma mulher para a próxima).
O resultado disto, nas palavras da autora Ruth Sidel, é "as mulheres e as crianças ficam para o fim". Deixadas sem protecção masculina, essas mulheres são as mais pobres e as menos bem sucedidas de toda a população.
Resumindo: as mulheres podem estar a ter melhores resultados nas escolas, mas elas não estão a ter melhores resultados onde realmente interessa, isto é, na vida. É assim que as coisas estão, e assim que as coisas vão ficar por mais algum tempo.