Por Laura Wood
Se alguma coisa boa aconteceu com a chegada do feminismo, foi a
apreciação elucidante do desejo sexual feminino e do seu potencial
destruidor. O instinto monogâmico das mulheres foi largamente exagerado
na imaginação popular, até por parte de realistas Darwinianos que se
gabam de ter uma visão clara da natureza humana. A emancipação sexual
revelou toda a extensão da deslealdade e do capricho das mulheres.
Pelo menos dois terços dos divórcios neste país são iniciados pelas
mulheres. As mulheres estão mais desejosas que os homens de casar; mal
se encontram casadas, elas estão mais desejosas que os homens de sair
do casamento. Em muitos destes divórcios, as mulheres agem como se os
maridos as tivessem desiludido ou ofendido quando na realidade estas
mulheres desejam outro homem ou a possibilidade de ter um novo romance.
O poder económico para as mulheres e as leis de divórcio que garantem a
custódia maternal ou a guarda junta desmascararam a verdade sobre os
impulsos sexuais das mulheres. As mulheres não são fiéis inatas e nem a
maioria das mulheres coloca os interesses das crianças acima dos seus
próprios interesses. Elas expressam a sua inquietação sexual de formas
totalmente diferentes dos homens, e muitas vezes de formas
frequentemente confusas.
Durante séculos, as mulheres consolaram-se quando os seus maridos eram
infiéis com o pensamento de que os homens eram naturalmente
promíscuos. Esta ideia comummente reforçada permitiu que as mulheres
sentissem que os adultérios dos maridos não eram necessariamente um
reflexo sobre elas. O mesmo não acontece com a traição feminina. As
mulheres são vistas como naturalmente monogâmicas, e como tal, as suas
infidelidades causam um desespero maior e levam muitas mulheres a
colocar mais peso sobre as paixões passageiras.
Quando eu tinha 14 anos, a minha família vivia do outro lado da rua dum casal bonito com cinco crianças. Era frequente eu tomar conta delas,
sentada até tarde na sua sala de estar a ouvir o tic-tac do relógio.
Numa noite de Primavera, lembro-se de ver o sr Minder a cortar a sua
relva. Fiquei impressionada com a sua expressão; era como expressão de
alguém totalmente desligado, como se o cortador o estivesse a arrastar
com uma trela.
Dois dias mais tarde, o meu pai acordou-me bem cedo pela manhã.
"Acorda, acorda", disse ele. "Aconteceu algo terrível." O sr Minder
estava morto. Na noite anterior, ele tinha ido para a sua garagem,
selado as portas e ligado o carro. Foi um evento devastador. Ele era um
homem gentil e amável. Não posso evitar pensar que ele foi vítima da
sua própria inocência visto que quando ficou a saber que a sua esposa
estava a ter uma relação extra-conjugal com o vizinho, foi tomado pelo
desespero; ele não estava preparado para uma coisa deste tipo.
Conheci várias mulheres que abandonaram homens decentes e amáveis. Para
mim, esta é a tendência mais triste dos nossos tempos, numa altura de
tendências culturais tristes e perturbadoras. Algumas destas mulheres
trocaram os seus maridos por outros homens, enquanto outras
deixaram os seus maridos pura e simplesmente pela alegria de viver uma
vida de possibilidades românticas. De facto, os seus divórcios parecem
ser os actos mais românticos das suas vidas.
Ao causarem o divórcio, elas olham para elas mesmas como pessoas a caminharem rumo ao bem,
e não simplesmente a afastarem-se dum casamento que as desiludiu (e
tendo expectativas tão elevadas em torno do casamento, as mulheres
facilmente ficam desapontadas). De muitas formas, estas mulheres
lembram-me a senhora Minder. Ela era uma mulher agradável e amável, e
não o tipo de pessoa de quem se pudesse suspeitar uma traição.
Nunca irei esquecer a memória dela a caminhar pelo corredor da igreja
durante o funeral do marido, com todos os filhos agarrados aos seus
tornozelos. Foi uma cena terrível. Também ela parecia ser uma vítima da
sua própria inocência, alguém que estava totalmente despreparada para
lidar com os seus impulsos ilícitos. Num ponto, ela era totalmente
diferente das mulheres de hoje em dia; se o sr Minder tivesse ficado
vivo, estou segura que ela nunca o deixaria e o caso teria terminado.
Michelle Langley, no seu
livro "Women’s Infidelity", lança
um olhar profundo ao fenómeno numa altura em que as mulheres, ao
contrário da senhora Minder, estão prontas para pedir o divórcio. Ela
acredita que muitos estes divórcios são causados por uma combinação de
culpa, insensibilidade, e ignorância por parte das mulheres. Ela
escreve:
….
as mulheres jovens são condicionadas para acreditar na sua monogamia
natural e elas levam essa crença por toda a sua vida. Logo, quando a
mulher experimenta sentimentos que se desviam desta crença,
particularmente depois do casamento, esses sentimentos podem causar
conflitos internos enormes. Muitas mulheres resolvem o dilema
dissolvendo o casamento.
Algumas
mulheres acham mais fácil acreditar que se casaram com a pessoa errada
do que olhar para elas mesmas como algum tipo de aberração da natureza.
A sua errónea crença na pré-disposição monogâmica, impede que elas se
tornem cientes da sua tendência sexual. Esta falta de conhecimento pode
causar uma reacção em cadeia que em ultima análise coloca um ponto
final nos seus casamentos.
Langley faz observações astutas sobre
este assunto. Ela é uma feminista com simpatias para com o inimigo. Não
acredito em muitos dos seus pontos e fiquei ofendida com a sua
linguagem rude. Ela parece também não conhecer o efeito que o adultério
tem sobre as crianças, para além de ter uma atitude casual em relação
ao divórcio. Mas, ela faz umas observações surpreendentemente correctas em
relação à forma como as mulheres se tornaram livres para expressar os
seus instintos mais básicos:
Tal
como o comportamento masculino, o comportamento feminino pode ser bom,
mau, e tudo pelo meio. As mulheres são tão capazes como os homens de
abusar o seu poder. Os homens podem crescer sentido-se poderosos e
superiores às mulheres, usando-as para obter o que querem,
descartando-as de seguida, mas quando as mulheres conseguem o que
querem dos homens, elas estão igualmente inclinadas a descartá-los
visto que no mundo actual, elas podem. Hoje em dia, as mulheres são
livres para expressar esta característica humana.
Langley entrevistou dezenas de homens e
mulheres em torno da sua vida privada. Ela concluiu que as mulheres
frequentemente manipulam os esposos como forma de evitarem assumir as
responsabilidades pelos seus erros e pelos seus desejos.
As suas
observações fazem-me lembrar dum casal que eu sei estar a atravessar
actualmente um processo de divórcio. A esposa acabou tudo justificando
a sua a acção com queixas mesquinhas em relação ao seu marido (muito
provavelmente em busca de alguma excitação vaga). Recentemente eles
estavam a discutir os seus tópicos financeiros quando ela fez a
referência improvisada de que a separação deles era algo que "ambos
tínhamos decidido". O marido teve que parar tudo e dizer-lhe o seguinte:
Olha, nós não tomamos a decisão de fazer isto; tu tomaste essa decisão.
Na mente da mulher, distorcida pela auto-pena, pelo pensamento esperançoso, e pela vaga excitação duma nova vida, o divórcio era uma decisão mútua.
Langley diz que muitas vezes as mulheres enganam-se a elas mesmas desta
forma, mas ela (Langley) está optimista de que, mal a imagem da mulher
como pessoa naturalmente fiel seja perfurada para sempre, as mulheres
passem a ser mais capazes de prosseguir com a sua vida com menos
auto-decepção. Ela escreve:
Mal as mulheres
passem a perceber que elas buscam o compromisso da mesma forma que os
homens buscam o sexo - busca e descarte - as mulheres pararão de olhar
para si mesmas como vítimas, e irão passar a assumir a responsabilidade
pelas suas escolhas.
Ela tem alguns bons conselhos para os
homens, tal como o conselho para o homem que subitamente se depara com
uma mulher que se queixa duma infelicidade vaga e por um desejo de
mudança: que ele se recuse a aceitar qualquer responsabilidade pela sua
inquietação. A pior coisa que ele pode fazer é culpar-se a ele mesmo se
por acaso ela não tem uma queixa específica.
Conheço uma mulher que já vai no 4º
marido. Bem, na verdade, ela não está casada com este último, mas ele
é, essencialmente, como outro marido. "Gosto de estar casada", diz ela. "Infelizmente não sou boa nisso." Ela olha para a destruição que ela causou a 4 crianças e a 3 homens omo algo infeliz que aconteceu a ela.
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"...mas ela (Langley) está optimista de que, mal a
ResponderEliminarimagem da mulher como pessoa naturalmente fiel seja perfurada para sempre, as mulheres passem a ser mais capazes de prosseguir com a sua vida com menos auto-decepção." Não sei se ela está tão certa disso. Os acontecimentos recentes não deixam dúvidas de que homens não aceitam traição feminina. Para quem já leu e conhece os trabalhos de Langley sabe mito bem que em meio a seus escritos ela também insinua que o homem deve aceitar, perdoar a traição feminina e ainda mostra exemplos de casos e homens que perdoou esposas infiéis. Creio que isto está for ade cogitação para os homens, pelo menos a maioria. A sociedade atual tem se empenhado muito neste sentido de que os homens sejam compreensivos com esta situação para que não cause um desconforto para com as mulheres. Quer dizer: você, homem, que se ferre, mas tudo pelo bem estar da mulher. Hoje não vale a pena isto. Se é que um dia valeu. Pois hoje vemos os frutos disso: UMA TOTAL GRATIDÃO FEMININA AOS NOSSOS ESFORÇOS NÃO É MESMO?