segunda-feira, 17 de março de 2014

« Eu quero! », a Mística Feminista

Traduzido e adaptado a partir de um texto de Kevin D. Williamson

O Feminismo não é uma ideia nem um conjunto destas mas antes uma colecção de apetites desordenados, uma mistura tão agitada quanto um saco de gatos. Ainda que tenha feito um enorme sucesso de marketing sob esse rótulo, nada tem que ver com noção de mulheres emancipadas e membros plenas do teatro político.

Uma boa definição de Feminismo pode ser resumida assim:

Feminismo é a frase "Eu quero!" na boca de três ou mais mulheres com a presunção de serem o tipo correcto de mulher.

Assim, o Feminismo resume-se a uma possibilidade grotesca de propostas contraditórias em si mesmas. 

Alguns exemplos:

1. Entrada das mulheres nas forças militares especiais.  

A campanha de publicidade diz-nos que é uma questão de direitos iguais, a resolução de uma injustiça. Mas na prática e na verdade, o que temos é isto:

a) As feministas querem mulheres ao lado de homens, como iguais, a combater ferozes afegãos talibans em cenário de guerra extremo; b) as feministas querem provas físicas de acesso à tropa menos exigentes, desiguais, para as mulheres.

Que a proposta de mulheres em cenário de guerra seja cruel e injusta para as mulheres no geral, o que é evidente já que nem sequer aguentam os simples testes físicos iniciais de um guerreiro comum e médio; também não importa às feministas. Elas querem! ver mulheres, outras que não elas, a arriscarem-se na linha da frente da morte. 

Homens, vencendo a "lógica" feminista com elevações de braços desde o último dia da Criação.

2.O corpo feminino.

a) As feministas querem a exibição do corpo feminino, nu, como instrumento da sua luta política; b) as feministas querem que a atenção e interesse pelo corpo feminino, mesmo se coberto, seja legal e socialmente reprovada como instrumentalização da mulher.


  
Mulheres que chamam a atenção por se despirem por uma causa política: digno. Mulher que desperta a atenção masculina por ser bonita: indigno. Não tem nexo nem é suposto ter.

3Controlo de natalidade

a) As feministas querem um mundo utópico pleno de mulheres sem necessidade ou dependência de casamento, família e normas sociais tradicionais, com total poder e autonomia sobre os seus corpos e sexualidade; b) as feministas querem que o Estado promova abortos e contraceptivos, obrigando os contribuintes a financiarem e a garantirem a sexualidade desportiva e não-fértil da mulher moderna, "emancipada" e "independente".

Mãe dos filhos de um só marido que a respeita, sustenta e protege: "oprimida"

 Parque de diversão sexual de muitos, asssalariada, dependente do patrão e dos serviços anticoncepcionais e abortivos disponibilizados pelo Estado: "independente".
______________

O Feminismo começou como uma reclamação de direitos, transformou-se numa teoria da conspiração - o "patriarcado opressor" ao longo da História - passou os anos 80´ do século passado numa pós-gradução de jargão patético e, com o crescimento da economia dos anos 90´, foi mais uma vez reinventado, desta vez como uma oportunidade de carreira profissional.

Temos o exemplo de Sandra Fluke, que recentemente anunciou a intenção de se candidatar a um lugar no senado da Califórnia, um Estado no qual vivia há dez minutos depois de percorrer uma educação elementar,  uma carreira académica em Nova Iorque - com o inevitável diploma em "estudos femininos, de género e sexualidade" - e a faculdade de Direito em Washington.  (Ainda assim, talvez mais apta ao lugar a que se candidatou do que outra feminista oportunista, Hillary Clinton, cuja residência em Nova Iorque, onde desempenhou cargos políticos, era apenas formal.)

Os feitos de Sandra Fluke são escassos: foi presidente da secção feminista de uma organização estudantil de Direito, produzindo nesse período um video sobre como obter uma ordem de restrição. A produção foi financiada por uma associação de "Mulheres Advogadas" de Los Angeles, pois tudo o que a menina Fluke faça, podemos estar certos, alguém que não ela pagará a conta.

Por que é conhecida então Sandra Fluke? Por se ter insurgido numa sessão legislativa com uma exigência do tipo « Eu quero! ». É bom recordar que esse « Eu quero! » que chegou a todo o mundo, era uma exigência às organizações católicas para que facultassem e financiassem métodos contraceptivos. 

Resumindo, o que são dois milhares de anos de prática religiosa e a filosofia moral mais desenvolvida da História comparados com o « Eu quero! » de uma inexperiente estudante de Direito? 

Sandra Fluke conseguiu dizer muitas palavras sobre aquilo que defende mas jamais conseguiu encontrar algo profundo para dizer. Acabou onde terminou, « Eu quero! ». A genialidade desta táctica de choradeira está na sua simplicidade. Dado o constante desinteresse e iliteracia política do eleitorado americano, tornou-se uma brincadeira de crianças para qualquer político transformar  o simples cepticismo ou desconfiança relativa a uma proposta feita por uma ou várias mulheres específicas, numa acusação de hostilidade contra as mulheres em geral.

É assim que defender uma posição que até pode ser mais apoiada por mulheres do que por homens, através da magia da retórica feminista  configura uma caso de "guerra às mulheres". Foi o que aconteceu recentemente no Texas. Wendy Davis, uma distinta senadora estatal que iniciou a sua carreira política como membro do partido republicano até descobrir oportunidades de uma carreira mais rica noutro lugar, é conhecida pelo público em geral por uma só e única coisa: ter falado cerca de dez horas seguidas numa sessão legislativa como forma de tentar impedir a aprovação de uma lei que teria imposto algumas restrições ao aborto, especialmente naqueles realizados após as 20 semanas de gravidez.

Essa lei tinha não sido apenas apoiada por imensas mulheres do Texas, como estas o fizeram em maior número do que os homens. Na realidade, a relação entre mulheres e homens na aprovação da lei estava na margem, respectivamente, de 3 para 2. Ainda assim, a mesma lei foi diabolizada, com sucesso, como um "ataque à saúde das mulheres" e a senadora Davis, agora candidata a governadora, transformada numa "campeã das mulheres", ainda que tenha, na realidade, atingido fama e destaque por se opor aos interesses de uma maioria de mulheres.

Hoje em dia, « Eu quero! » seja o que for, por mais contraditório que seja, dito por uma feminista é uma arma política e uma oportunidade de carreira milionária.



6 comentários:

  1. "Eu quero!" é o grito de guerra de qualquer pessoa mimada. Crianças de 4 anos costumam usar tal frase.

    É o que também grita a feminista quando quer comprar compulsivamente algo que não necessita (roupas, maquiagem, sapatos, bolsas, etc.) e cuja despesa poderia causar danos sérios ao orçamento doméstico ou pessoal.

    É a desculpa dada ao marido quando resolve "plantar-lhe o pé no traseiro" com um divórcio sem motivo.

    É a justificativa para atos de promiscuidade sexual e adultério.

    É o motivo para agredir e insultar pessoas.

    É a razão dada para atropelar regras e desprezar deveres.

    Essa é a feminista: um caminhão sem freios e uma presença perigosa entre outros veículos. Fujamos delas!

    Quanto às forças especiais, nem mesmo muitos homens conseguem passar nas provas físicas e nas provações psicológicas inerentes ao ofício, por que mocinhas sem estrutura física ou psicológica estariam aptas a trabalhar em situações extenuantes? Para causar problemas nos confrontos bélicos? Diminuir a eficiência das forças especiais? Para serem estupradas pelos inimigos ou carregadas nas costas pelos companheiros?

    As únicas unidades a que as mulheres deveriam ter acesso são a de busca pessoal em mulheres, funções administrativas e de saúde (enfermagem, medicina, odontologia, farmácia, etc.).

    Imagino o que as feministas diriam se os homens resolvessem fugir do casamento e dos filhos, parar de bancar as despesas de casa e andarem com roupinhas apertadas ou reveladoras provocando o desejo sexual dos homossexuais (que estão dispostos a sustentar belos exemplares machos - financeiramente bem mais vantajoso do que casar-se com uma mulher, apesar de continuar sendo uma aberração). Enquanto era esnobado pelas mulheres na juventude, cheguei a receber esse tipo de proposta por parte de homossexuais - várias vezes (e nem me acho bonito - e nem ostentava riqueza) - e nem aceitei, claro.

    Um homem de verdade raramente usa a expressão "eu quero"; ele usa mais "eu devo", "eu preciso", e sabe discernir entre o que quero do que devo e preciso fazer. O homem é movido pelo senso do dever, não do capricho, e é assim que deve ser.

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    1. Excelente, Marcio.

      Se souber do Anacoreta, manda um abraço fraterno para ele e outro para você.
      Aprendi muito com vocês nas conversas aqui e não esquecerei isso jamais.

      Deus é com vocês.

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  2. Agradecido por sua gentileza, Pats. Aprendemos muito uns com os outros.

    O Anacoreta continua firme e feliz em sua vocação religiosa. Passa dias isolado no mosteiro, mas sempre me comunica que foi a melhor decisão de sua vida (é um local isolado nas montanhas do RJ e com mau sinal de internet). Uma pena eu também não ter feito isso antes também...

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    1. Márcio, obrigada por responder. Fico contente que estão bem.
      Tudo tem um momento... e pelo que percebo decidiu seguir no mosteiro. Se é do seu coração então está perfeito.

      Estou contente em saber que vocês dois estão felizes.

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  3. Muito bom. É uma pena que muita gente de bem — A medo de cair no discurso "machista" — Não consiga entender isto. Eu já tive discussões com pessoas que, assim que começo a falar, metem-se logo à defensiva e só ao fim de muita conversa e muitas explicações é que me começam a dar alguma razão. No entanto acham que me limito a falar de uma versão extremista do feminismo e ficam incapazes de entender o que é efectivamente o movimento revolucionário.

    Gilberto Conde
    http://blogconsciente.com

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  4. Enquanto apenas 1% dos homens são reprovados no teste de flexões na barra ("pull-up") para admissão no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (U.S. Marine Corps), cerca de 55% das mulheres são reprovadas no mesmo teste (em inglês):

    http://www.teapartycrusaders.com/u-s-politics/marines-delay-pull-requirement-women/?utm_medium=referral&utm_source=mgid&utm_campaign=teapartycrusaders.com&utm_term=908&utm_content=1760970

    E as inaptas querem que o nível de exigências diminua (avanço da mediocridade).

    Elas realmente não deveriam estar aonde querem ir. Querer não é poder.

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