segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Julie Bindel: "Muitas mulheres são inadvertidamente heterossexuais"


Julie Bindel é uma feminista inglesa com 50 anos. Para o bem ou para o mal, ela é do tipo intelectual - significando que, quando luta em favor das suas escolhas políticas, ela rege-se mais pelos seus princípios. A primeira coisa a notar é que ela é uma lésbica que acredita que as outras mulheres deveriam também ser lésbicas. Isto faz sentido se acreditas na FTP - Feminist Patriarchal Theory ["Teoria Patriarcal Feminista"].

Segundo esta teoria, os homens organizaram a sociedade de modo a que eles possam beneficiar com a opressão dirigida às mulheres, e os homens, como classe, colocam este privilégio em práctica através dos actos de violência. Se isto é verdade, então faria muito pouco sentido que as mulheres desenvolvessem sentimentos amorosos dirigidos aos homens uma vez que estariam a amar aqueles que as oprimem.

Devido a isto, Julie Bindel apelou às mulheres bissexuais que parassem de dormir com o inimigo (isto é, os homens):
Sempre que escrevo em torno do facto de ter feito uma escolha positiva para ser lésbica, e que não acredito na existência do "gene" gay (ou bissexual), sou acusada de ser um robot ideológico e portanto, não ter uma genuína atracção pelas mulheres. Isto não faz sentido nenhum. (...) Para as mulheres bissexuais a viver sob a tirania do sexismo, escolher ser lésbica é um acto libertador.

Aquelas que como nós cresceu durante um tempo e contexto onde existia uma análise política da sexualidade foram capazes de fazer uma escolha positiva em favor do lesbianismo. Acreditava na altura, e ainda acredito, que se as mulheres bissexuais tivessem um pouco de política sexual, elas nunca mais dormiriam com homens.
Esta opção não a tornou muito bem vista entre as mulheres bissexuais, chegando-se ao ponto duma delas a acusar de colocar limites à sua autonomia:
Remover a autonomia de escolher com quem se pode ou não ter sexo não é feminismo, e nunca vai ser.
E eis aqui Julie Bindel afirmando o mesmo ponto para não amar o inimigo:
O motivo que leva muitas feministas da nova vaga repetir vez após vez a necessidade de incluir homens no movimento feminista prende-se com o facto de muitas delas serem heterossexuais inadvertidamente. As mulheres são o único grupo oprimido a quem se exige que ame o seu opressor, sexualmente e de muitas outras formas.
Mais uma vez, esta posição faz todo o sentido se se concordar com o ponto de vista que se segue, citado de favorável por Julie Bindel:
Finn Mackay, activista e académica feminista que durante os últimos seis anos organizou a marcha Reclaim the Night em Londres, acredita que os homens têm um papel a desempenhar dentro do feminismo, mas - não é tomando parte dos encontros e fazendo parte do processo de decisão.   “Eles podem parar a violação não violando, e podem destruir a indústria do sexo não pagando por sexo.” afirma  MacKay, sem qualquer ponta de ironia. “A opressão pura e simplesmente não acontece às mulheres, como o mau tempo. Os homens, como grupo, sistematicamente oprime e explora as mulheres, e o feminismo é o movimento político que existe para desafiar e alterar isso.”
Se isso é o que tu acreditas, porque não ser uma feminista radical, separatista e lésbica? E porque não defender que o casamento, como uma instituição patriarcal, deveria ser abolida:
Estou perfeitamente convicta que lutar pelos direitos do casamento [sic] entre pessoas do mesmo sexo é levar as coisas demasiado longe. Se fosse eu, tornaria ilegal o casamento, mesmo entre os heterossexuais..
Temos pela frente dois caminhos:
  • 1. Aceitar as alegações da FTP - onde faz sentido que as mulheres evitem ter relacionamentos amigáveis com os homens;
  • 2. Examinar estas alegações.
Será mesmo verdade que os homens, como classe, sempre agiram de modo a perpetrar violência e opressão contra as mulheres? Não pode o contrário disto ser alegado, isto é, que os homens, como classe, sempre agiram de modo a proteger as mulheres da violência, e sempre trabalharam para melhorar a vida da mulher?

Tradicionalmente, nas sociedades Ocidentais existia um ethos muito forte entre os homens que qualificava de desonroso os actos de violência cometidos contra as mulheres. Portanto, se os homens agiam como classe, essa acção movimenta-se no sentido de repudiar a violência contra as mulheres, e não a cometer violência contra as mulheres.

Semelhantemente, existia entre os homens um ethos muito forte que dizia que eles deveriam trabalhar duramente para sustentar as esposas e as famílias. Dezenas de milhões de homens trabalharam em prol das suas famílias quando poderiam ter tido vidas mais facilitadas se tivessem trabalhado para si.

Existe uma leitura muito mais positiva do masculino que aquela que é normalmente levada a cabo pelas feministas como a Julie Bindel - e essa é uma leitura que permite às mulheres que aceitem abertamente a sua heterossexualidade.




3 comentários:

  1. Sempre a mesma história: movimentos gayzistas e feministas fazem um IMENSO MALABARISMO RETORICO, pra fazer suas teorias palataveis. Se fossem tão verdadeiras e funcionais assim não precisariam de tanta DOUTRINAÇÃO ao estilo NAZI. Fazem isso porque sua "verdade" tem mais furos que queijo suiço, tem a firmeza doutrinaria de um pudim, e é abrangente como um adulto tentando se cobrir com uma manta de bebê (se cobre os pés se expoem o dorso, se cobre o dorso se expoem os pés).

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  2. Resumindo a razão para toda essa baboseira em uma só palavra : FEIA

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