sexta-feira, 2 de março de 2012

É importante desmotivar a monopaternidade

"Eu consigo criar o meu filho sozinha. Quem é que precisa dum pai?"

Os filhos precisam dum pai porque, por melhor que a mãe seja, ela nunca vai ser um pai.

Um estudo levado a cabo na Austrália - em torno do comportamento dos rapazes que cresceram sem um pai - é elucidativo.

Os rapazes são mais inclinados para a violência se cresceram sem uma figura paterna. O estudo, levado a cabo pelo "Melbourne Institute of Applied Economic and Social Research" na "Faculty of Business and Economics", verificou que a presença duma figura paterna durante a adolescência dos rapazes servia de força de controle em relação ao comportamento desviante e actividades de risco.

Embora se tenha determinado que a presença envolvente e interacção entre os pais (homens) e os rapazes é benéfica, não ficaram explicados os benefícios positivos que as crianças que cresceram com os pais obtêm.

A Professora Deborah Cobb-Clark, Directora de Melbourne Institute disse:

A sensação de segurança gerada pela presença dum modelo masculino na vida do jovem tem efeitos protectores na criança, independentemente do nível de interacção entre a criança e o pai.

Os pais não só fornecem exemplos masculinos às crianças, como podem influenciar as suas preferências, valores e atitudes - ao mesmo tempo que lhes fornecem uma sensação de segurança e aumentam a sua auto-estima.

A sua presença aumenta também o nível de supervisão paterna em casa, o que pode levar à redução do comportamento delinquente. [...]

O nosso estudo incluiu pais residentes e não-residentes, pais biológicos e pais adoptivos e a sua influência no comportamento adolescente. Descobrimos que os jovens envolvem-se em mais delinquência na ausência duma figura paterna nas suas vidas.

O comportamento das raparigas adolescentes tem uma relação menor com isto, o que pode ser atribuído aos menores níveis de assumpção de riscos presente entre as fêmeas.

Adicionalmente, verificou-se que pertencer a famílias com rendimentos mais elevados não resolve o problema associado à delinquência juvenil.

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Rapazes que crescem sem um pai são mais susceptíveis de levar a cabo actividades mais violentas. Mais uma evidência contra a noção de que basta uma mãe para a criança ter um desenvolvimento emocionalmente estável.

Curiosamente, o estudo alega que as raparigas não são afectadas pela ausência duma figura paterna. Mas isso deve-se à métrica usada para se determinar esse dado: comportamento delinquente.

Quando os estudos alargam as variáveis mensuráveis de modo a incluir outro tipo de comportamento desviante, existe uma ligação muito forte entre o nível de promiscuidade da rapariga e a presença (ou ausência) dum pai.


As raparigas que crescem sem um pai são mais susceptíveis de levar a cabo comportamento sexual de risco do que as raparigas que cresceram com um pai ou com uma figura paterna.

Mulheres adolescentes com idades entre os 15 e os 19 educadas num lar onde não havia figura paterna são significativamente mais susceptíveis de se envolverem em sexo pré-matrimonial do que mulheres adolescentes que cresceram em famílias compostas por um pai e uma mãe.

(Billy, John O. G., Karin L. Brewster and William R. Grady. "Contextual Effects on the Sexual Behavior of Adolescent Women." Journal of Marriage and Family 56 (1994): 381-404.)

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Portanto, rapazes que crescem sem um pai tendem a ser mais violentos e raparigas que crescem sem um pai tendem a ser sexualmente mais promiscuas. Olhando para estes dados, não é lógico defender a monopaternidade como modalidade familiar saudável e aconselhável.


3 comentários:

  1. Tal como ainda há dias escrevi sobre esta situação, eu defendo a monoparentalidade como um recurso e não a entendo como melhor que a familia conjugal, agora é certo que esta segunda está cada vez mais abstraída da educação dos filhos, criam autênticos monstros, disputam, lutam e quase matam em nome deles por puro egoismo e quem sofre são as crianças.

    Reeducaçao desses casais, é o que é preciso, para que voltem a ter dignidade para serem chamados de "pais" e de "maes".

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  2. Concordo com o Martini.
    É óbvio que cada caso é um caso e há sempre elementos dignos de estudo. Jovem que foram educados com tudo o que tinham direito e depois se tornam em verdadeiros marginais. Na verdade há de tudo. Só não aceito que se faça um padrão, ou que se crie um estereótipo da criança que vive em condição monoparental.
    Reforço que cabe a quem educa, dar condições de estabilidade e estar sempre presente. Educar é amar e sem este sentimento. Um filho é um compromisso para a vida inteira. Não é como um casamento que, quando a coisa não corre como esperado, pedimos o divórcio.
    Já vi que é um tema controverso.
    De qualquer forma só quis dar a minha opinião, sobre a minha experiência.

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  3. Marta,

    De acordo com os dados recolhidos, há uma padrão que emerge: as crianças que crescem em regime de monopaternidade são mais susceptíveis de sofrer um certo tipo de problemas emocionais.

    Tal como eu disse anteriormente, isto de maneira nenhuma significa que TODAS as crianças que crescem sem pai vão-se tornar delinquentes (no caso de rapazes) ou umas vadias (no caso das raparigas).

    Isto só significa que, de acordo com os dados, eles são mais susceptíveis de enveredar pela delinquência e pela promiscuidade.

    A tua opinião é sempre bem vinda.

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