Será que a Revolução Sexual, e a ideologia feminista que a
fomenta, empurraram os homens para fora das universidades ao debilitar
o sucesso escolar dos rapazes, começando logo no jardim infantil
(inglês: "kindergarten")? Alguns escritores começam agora a unir os
pontos entre 1) as mudanças que ocorreram nas últimas décadas dentro das
prácticas educacionais - das avaliações fundamentadas em factos para as
avaliações baseadas nas "capacidades emotivas e não cognitivas" - e 2) a
queda da performance escolar dos rapazes.
Durante os anos 70, as feministas queixavam-se com
frequência de que o sistema escolar favorecia "a forma de pensar
masculina." Factos, datas, memorização e habilidades matemáticas eram
vistas como "demasiado masculinas" para as raparigas. Nas décadas que
se seguiram, as feministas fizeram grandes avanços no mundo ocidental,
e como consequência, a educação - particularmente o treino de
professores - foi transformada.
O facto da maioria das pessoas envolvidas na génese das políticas
governamentais, e envolvidas no mundo académico, aceitarem isto como um
sucesso inqualificável, é surpreendente se levarmos em conta que este
mesmo sistema de ensino, novo e mais "justo", resultou no decréscimo do
sucesso escolar dos rapazes e, ultimamente, dos homens que eles se irão
tornar.
Um projecto levado a cabo durante 5 anos, financiado pelo
"Departments of Education
and Justice in Northern Ireland", foi publicado recentemente e nele são
reveladas "falhas sistemáticas" na forma como os estudantes são
avaliados,
e como esta avaliação prejudica os rapazes. Os rapazes das zonas pobres
de Belfast e de outras cidades encontram-se especialmente vulneráveis à
má performance escolar e aos problemas de saúde.
O Dr. Ken Harland e Sam McCready (Universidade de Ulster) afirmaram que o problema tem sido óbvio há "
várias décadas", mas que "
era extremamente difícil para a equipa de pesquisas encontrar estratégias específicas para lidar com o insucesso dos rapazes." Foi acrescentado ainda que "
Embora
os professores entrevistados - como parte deste estudo - reconhecessem a
predominância de rapazes com sucesso académico inferior, de forma geral
eles não interpretaram isto à luz dos estilos de aprendizagem ou das
técnicas de ensino."
O "Belfast Telegraph" citou um aluno que disse aos pesquisadores que "
Os
professores deveriam entender melhor a forma como os rapazes pensam e a
forma como eles fazem as coisas. Os professores estão totalmente desconectados”
Os problemas do insucesso primário e secundário dos rapazes acompanha-os para o resto da vida.
Pesquisas de 2006 rastrearam o declínio da performance académica
masculina durante o período em que as ideologias
feministas ganharam forças no mundo académico e nos centros de decisão
política.
O rácio macho-fêmea das licenciaturas universitárias com a duração
de 4 anos era de 1.60 em 1960: esse mesmo rácio passou a estar em
igualdade por volta de 1980, e continuou a cair até 2003, onde havia
135 mulheres para cada 100 homens a acabar uma licenciatura com a
duração de 4 anos. Outro estudo apurou que metade da actual discrepância sexual no que
toca à frequência universitária pode ser conectada às inferiores taxas
de graduação dos estudos secudários, particularmente entre os jovens
negros.
O trabalho de um pesquisador americano pode disponibilizar algumas
pistas do porquê e do como. Christopher Cornwell (Professor na
Universidade de Georgia) apurou que
um paradigma educacional fortemente
influenciado pelo feminismo favorece de forma sistematica as raparigas
e prejudica os rapazes desde os primeiros dias de escola.
Examinando os resultados
das provas e
as notas escolares das crianças,
começando no jardim de infância até ao quinto ano, Cornwell verificou
que os rapazes de todas as categorias raciais não estavam a ser "
proporcionalmente avaliados pelos professores" em tópico algum, "
tal como seria de prever pelos resultados dos testes."
A resposta encontra-se na forma como os professores,
que
estatisticamente são na maioria mulheres, avaliam os estudantes sem
referência aos resultados objectivos dos testes.
Os rapazes são
regularmente classificados muito abaixo do seu actual desempenho
académico.
Os rapazes estão a ficar para trás de forma significativa nas notas, "
embora
estejam a ter um desempenho académico essencialmente idêntico ao das
mulheres na matemática, e superior a elas nos testes de ciência."
Depois do quinto ano, apurou Cornwell, a avaliação dos alunos torna-se numa questão "
que gira em torno da avaliação subjectiva que o professor faz da performance do estudante,"
e encontra-se ainda mais afastada da orientação dos resultados
objectivos dos testes. Os professores, diz Cornwell, têm tendência a
avaliar os estudantes segundo as suas não-cognitivas "
capacidades socio-emocionais."
Isto teve um impacto significativo no sucesso escolar posterior dos
rapazes uma vez que, embora os resultados objectivos dos testes sejam
importantes, são as notas atribuídas pelos professores que determinam o
futuro da criança no que toca a colocação escolar, finalização dos
estudos secundários e
admissibilidade da faculdade.
Ao se eliminar o factor "
capacidades não-cognitivas . . . . elimina-se quase por completo a estimada discrepância nas notas em torno da leitura,"
afirmou Cornwell. Para além disso, o mesmo pesquisador acrescentou que
achava "
surpreendente"
o facto de, embora os rapazes obterem melhores
notas que as raparigas nas provas de ciência e matemática, elas recebam
melhores notas de entre aquelas que são atribuídas pelos professores.
Na ciência e no conhecimento geral, tal como nas capacidades
matemáticas, os dados mostraram que os rapazes brancos dos jardins
infantis e do primeiro ano obtêm
notas que são "
0.11 e 0.06 mais baixas segundo desvios-padrão, embora os resultados dos seus testes sejam mais elevados.”
Esta disparidade continua e cresce até ao quinto ano, com os rapazes
brancos e as meninas brancas a serem avaliados de modo semelhante, "
mas a disparidade entre a performance dos testes e as avaliações dos professores cresce."
A disparidade entre os sexos no sucesso escolar ultrapassa em muito a disparidade entre os grupos étnicos. Cornwell nota que "
a lacuna rapaz-rapariga nas notas de leitura é 300% maior do que a lacuna entre os rapazes brancos e os rapazes negros". Para além disso, no que toca às notas, a lacuna rapaz-rapariga é 40% maior do que a lacuna brancos-negros.
“
Desde o jardim infantil até ao quinto ano,” apurou Cornwell, "
a metade superior da distribuição dos resultados dos testes" dos brancos é populada de forma crescente por rapazes, "
ao
mesmo tempo que a distribuição das notas não oferece qualquer evidência
correspondente de que os rapazes se encontram a ter melhores resultados
que as raparigas.”
Estas disparidades são "
ainda maiores entre as crianças negras e hispânicas" com o "
desalinhamento
das notas com os resultados dos testes a aumentar gradualmente à medida
que os estudantes negros e hispânicos avançam nos estudos." O estudo revela que "
as
avaliações dos professores não estão alinhados com os dados
provenientes dos resultados dos testes, com a maior disparidade sexual
a aparecer no momento da avaliação e não nos resultados dos testes".
E a "disparidade sexual" favorece sempre as raparigas.
A intelectual americana Christina Hoff Sommers, autora do livro
"The War
Against Boys: How Misguided Feminism Is Harming Our Young Men",
escreveu que "
a ideia de que as escolas e a sociedade pisam as
raparigas gerou um vasto leque de leis e políticas com o propósito de
reduzir a vantagem que os rapazes têm, e compensar o mal feito às
raparigas."
Sommers escreveu no The Atlantic,“
Isto são coisas que todas as pessoas
assumiram saber. Mas nada disto é verdade.” Ela aponta um incidente
numa escola secundária de Nova York, com o nome de Scarsdale High, e
durante uma conferência em torno do sucesso estudantil, onde um
estudante apresentou evidências das registos da própria escola
mostrando que, longe de serem pisadas, as raparigas avançavam mais do
que os rapazes. Quando os professores verificaram os dados do aluno,
encontraram poucas ou nenhumas diferenças entre sexos em tópicos
relativos aos estudos sociais de colocação avançada. Mas nas
classes-padrão, as raparigas estavam a obter melhores resultados.
As revelações, afirmou ela, não foram bem recebidas. Scarsdale é uma
escola que aceitou por completo a sabedoria recebida de que as
raparigas são sistematicamente privadas de sucesso académico, e esta
crença levou a que o seu comité que se foca na igualdade desenvolvesse
esforços para continuar a pregar esta mensagem.
“
Porque é que esta crença
permaneceu no tempo, encapsulada na lei, codificada nas políticas
governamentais e escolares, apesar das sobrepujantes evidências contra
ela?” Sommers rastreia os motivos até ao trabalho duma académica
feminista com o nome de, Carol
Gilligan, uma pioneira dos "estudos de género" na Universidade de
Harvard. As especulações de
Gilligan deram origem a uma autêntica indústria de escritoras
feministas que, com base em poucas ou nenhumas evidências, lamentaram o
sofrimento das raparigas "
afogando-se ou desaparecendo" no "
mar da cultura Ocidental".
Sommers ressalva, no entanto, que “
a maior parte dos trabalhos publicados de Gilligan consistem de anedotas baseadas num pequeno número de entrevistas." Para além disso, Sommers classificou o trabalho de Gilligan e das suas seguidoras de "
política mascarada de ciência" e chama a atenção para o facto de Gilligan
nunca ter oferecido qualquer tipo de dados em suporte das suas teses primárias.
Mesmo assim, a ideia de que as raparigas se encontram atrasadas em
relação aos homens continua a liderar as discussões em quase todos os
níveis das discussões que giram à volta das políticas públicas em torno da
educação - e isto não só nos EUA.
O alcance global do feminismo esquerdista americano causou mudanças
semelhantes, e resultados semelhantes, em quase todos os países
ocidentais.
* * * * * *
Resumindo: quando a avaliação é feita com base em dados objectivos
(testes, exames, etc) os rapazes têm notas iguais ou superiores às
raparigas (especialmente nas áreas da matemática e da ciência - vulgo STEM =
Science ,
Technology,
Engeneering e
Mathemarics). No
entanto, quando a avaliação depende da subjectividade da professora, e na maior parte dos casos são professoras, as
raparigas vêem as suas notas aumentar, e os rapazes vêem as suas a
descer de forma sistemática.
Esta atitude misândrica levada a cabo contra os rapazes em idade
escolar revela de forma gráfica como o feminismo é uma ideologia que
tem em vista a
supremacia feminina, e não a mitológica "igualdade".
Portanto, sempre que alguém apontar para a desproporcional presença de
mulheres nas universidades como evidência de alguma suposta
superioridade intelectual, convém ressalvar que essa presença não se
deve a essa mitológica superioridade (
até porque a inteligência média entre homens e mulheres é essencialmente a mesma) mas sim ao facto delas estarem a ser propositadamente beneficiadas durante o seu tempo escolar.
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